O Chelsea Women na temporada 2021/22: Treinadora

Chelsea Brasil está fazendo uma série de textos especiais que antecedem o início da nova temporada. A quinta e última parte do Guia da Temporada 2021/22 é sobre a treinadora. Após apresentarmos o Chelsea Women, chegou o momento de abordar a mente por trás da projeto, das ideias e do trabalho que dirigem as Blues há quase uma década.

A temporada que terá início neste domingo (5) traz grandes expectativas para o Chelsea e para a treinadora Emma Hayes. Após a conquista de mais um título da FA Women’s Super League e da primeira participação do time na final da UEFA Women’s, Champions League, as Blues procuram seguir no caminho da vitória. Agora, Emma terá a grande missão voltar à decisão da competição europeia e, dessa vez, levar o título para Londres. Bem como, sem dúvidas, buscará continuar a série de conquistas nas competições nacionais.

Primeiras temporadas à beira do campo

A carreira de Emma Hayes como treinadora começou do outro lado do Atlântico. Ainda em 2001, assumiu seu primeiro time: o Long Island Lady Riders. Ela foi a treinadora mais jovem na antiga Liga Feminina Americana. No entanto, pelo trabalho feito durante a temporada, parecia que ela já treinava há anos. Como resultado, no ano seguinte ganhou o prêmio Wleague Coach of the Year.

Depois que deixou os Riders, assumiu o Gaels of Iona College da divisão MAAC da National Collegiate Athletic Association (NCAA) – a liga universitária de futebol feminino dos Estados Unidos. Além de liderar o time rumo à final divisional em 2005, foi considerada a melhor treinadora da MAAC naquela temporada.

Ao retornar para Inglaterra pouco depois, se tornou assistente de Vic Akers no Arsenal. Nesse sentido, Emma fez parte da histórica campanha das Gunners de 2007, na qual conquistaram todas as competições que disputaram. Após a saída de Akers, foi cotada para substituí-lo. Porém, decidiu declinar a proposta e fez sua segunda passagem pelo futebol americano.

Hayes assumiu o cargo de treinadora assim como de diretora de operações no Chicago Red Starts. Naquele momento, a franquia ainda era bastante recente. Da mesma forma, o novo formato da Women’s Professional Soccer estava sendo consolidado. Apesar de contar com um elenco de nomes como Carli Lloyd, Megan Rapinoe e Formiga, a impaciência da diretoria do Red Stars levou à demissão de Emma em maio de 2010.

Os anos azuis

Então, ela voltou para Inglaterra e ficou afastada do futebol por um tempo. Apenas em 2012 ela retornou à lateral dos gramados, quando tornou-se treinadora do Chelsea em agosto daquele ano.

Em sua primeira temporada completa como treinadora das Blues, o desempenho foi longe do ideal. Foram apenas três vitórias nas 14 rodadas do campeonato à época. Mesmo assim, a diretoria do clube seguiu dando apoio à Emma e ao seu trabalho.

Logo depois, ela promoveu uma reestruturação do time e de todo o planejamento do futebol feminino no Chelsea. Acima de tudo, ela criou o terreno para concretizar a profissionalização e permitir o crescimento da modalidade dentro do clube. Dessa forma, os resultados foram quase que imediatos.

Logo depois, em 2014, as Blues terminaram a temporada em segundo lugar no campeonato nacional. Na temporada seguinte, o título da Women’s Super League veio para Londres. Juntamente com o título da Women’s FA Cup, coroando um histórico ano com dois títulos expressivos conquistados.

Somados a isso: o título da Spring Series em 2017 e mais uma vez a dobradinha de títulos do campeonato e da FA Cup em 2018. Bem como os títulos da Women’s Super League e da Copa da Liga das temporadas 2019/20 e 2020/21. Por fim, sob o comando de Emma, as Blues conquistaram o inédito título da Women’s Community Shield.

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Estilo de treinamento

Depois de quase uma década no comando do Chelsea Women, foram muitos títulos e transformações importantes. Nesse ínterim, sem dúvidas, a figura de Emma Hayes e de todas as ideias e comportamentos que ela simboliza foram centrais.

Conforme foi reconstruindo o elenco, também fez com que a diretoria endossasse a organização de treinos em tempo integral. Portanto, as conquistas nos anos seguintes foram consequência do projeto que ela buscou implementar desde que assumiu o clube.

Ao passo que o elenco cresceu tanto em força como em versatilidade, as habilidades diplomáticas e táticas da treinadora acompanharam o processo. Emma sempre mostra bastante empatia pelas jogadoras sob seu comando, buscando dar todo apoio possível. Especialmente em situações adversas que acabam afastando às jogadoras de campo como lesões ou doenças.

No entanto, dentro das quatro linhas do gramado ela é exigente e busca excelência. A administração do elenco é uma grande característica do seu estilo de comando. Uma jogadora nunca tem titularidade incontestável, assim como há um grande reconhecimento pelas marcas individuais de cada peça do elenco.

Em outras palavras, Emma sabe das capacidades de cada jogadora que treina. Por isso, ao mesmo tempo que pede sempre por altas performances individuais e coletivas, não deixa de reconhecer os feitos de cada jogadora bem como de todo o time. Em suma, respeito e conquistas são a base de seu trabalho.

A temporada 2020/2021

Defendendo o título nacional

O Chelsea Women chegou na competição como o time a ser batido. Não apenas por serem as atuais campeãs, assim como pelas contratações que chegaram para agregar ainda mais ao elenco de Emma Hayes para a temporada. Dentre os nomes de destaque as meio-campistas Melanie Leupolz, Jessie Fleming e Niamh Charles. Além de Pernille Harder, cuja transferência se tornou a mais cara da história do futebol feminino.

Durante toda a temporada da FA Women’s Super League, alguns jogos acabaram sendo adiados por conta da pandemia. Além disso, toda temporada foi realizada sem públicos nos estádios. Portanto, foi uma temporada bastante atípica para todos os times envolvidos e que demandou muito tanto das atletas como das comissões técnicas.

No primeiro turno, a disputa pela liderança e pelas vagas na UEFA Women’s Champions League estavam muito disputadas entre Chelsea, Manchester United, Manchester City e Arsenal. E no confronto direto contra esses times as Blues fizeram o dever de casa.

Em primeiro lugar, logo na estreia, empate em 1-1 contra o United fora de casa. Pela quarta rodada, uma vitória convincente em Kingsmeadow por 3-1 contra o City. Então, contra as Gunners, as Blues ficaram no empate em 1-1 no confronto fora de casa.

Quebra de recorde

A temporada trouxe consigo um gostinho especial. Após vencer o confronto adiado contra o Aston Villa válido pela quinta rodada, o Chelsea Women estabeleceu um novo recorde de invencibilidade na competição. Com a convincente vitória por 4-0 as Blues alcançaram 32 jogos sem perder no campeonato. Em outras palavras, a última derrota do time de Emma Hayes tinha sido ainda em janeiro de 2019.

Após o jogo que garantiu o título, a treinadora comentou sobre o que essa marca significou para seu trabalho e para o clube. Assim como não poupou reconhecimento às suas comandadas:

“Esse time vai entrar pra história, eu tenho certeza. Sei que quando se está ganhando as expectativas aumentam. Então, você tem que continuar vencendo. Mas esse é o melhor time que eu já tive em mãos”.

“Esse grupo cresce comigo. Não é como se eu estivesse aqui sozinha. Algumas de nós estamos juntas há três, quatro, seis anos. E esse conhecimento coletivo é o porquê de termos mais experiência do que outros times na Liga”.

O jogo contra o Tottenham disputado na sequência ampliou esse número. Assim, foram alcançados 33 jogos de invencibilidade. No entanto, a sequência foi quebrada em casa em uma surpreendente derrota para o Brighton por 2-1. Mesmo com a dominância do Chelsea, as Seagulls aproveitaram melhor suas chances e venceram a partida.

Disputa direta pelo título na reta final

Diante da derrota para o Brighton, a situação do campeonato se complicou. Caso tivesse vencido, o título basicamente estaria nas mãos das Blues. Porém, com a derrota, a decisão ficou para a 20ª rodada: partida contra o City fora de casa. Ao passo que a derrota significaria a perda do título, o grande objetivo era sair de Manchester com pelo menos um ponto na bagagem.

Graças a uma defesa monumental de Ann-Katrin Berger no final da partida, o confronto terminou no empate por 1-1 entre as equipes. Como esperado, as Blues venceram Tottenham e Reading nas últimas rodadas e levantaram o troféu de campeãs em Kingsmeadow.

A treinadora do Chelsea celebra com o troféu da FA Women s Super League trophy during the FA Women s Super League (Créditos: John Walton)

Em suma, após um final de campanha que poderia ter sido mais tranquilo, o Chelsea Women conseguiu defender seu reinado pela primeira vez. Ou seja, foi o primeiro bicampeonato sob os moldes da atual FA Women’s Super League.

Além da conquista do título, Sam Kerr ganhou o prêmio de Golden Boot enquanto Berger levou o Golden Glove. Da mesma forma, Emma Hayes e Fran Kirby levaram os prêmios de melhor treinadora e melhor jogadora da competição respectivamente. Ainda mais, a camisa 14 do Chelsea foi eleita pelas jogadoras e pelos jornalistas como a melhor futebolista da temporada.

Um baque na Copa

A campanha das Blues na FA Cup começou na quarta rodada. A estreia foi contra o Charlton Athletic Women e Emma optou por escalar um time misto na partida. Seja como for, a vitória era esperada e assim aconteceu. Com dois gols de Drew Spence e outros dois de Emily Murphy, o Chelsea Women venceu por 4-0 e avançou para a fase seguinte.

Então, na quinta rodada o clube londrino enfrentou o Liverpool Women. Apesar de alguns sustos, o elenco de Hayes dominou a partida e conseguiu uma vitória por 1-0. Portanto, o Chelsea conseguia sua classificação para as quartas de final. O adversário da fase seguinte foi o Everton Women, com a partida sendo realizada em Goodison Park. Por conta da pandemia, a competição ficou paralisada por cerca de sete meses, voltando a ser disputada apenas em setembro de 2020.

Logo no início da partida, as Blues abriram o placar contra as Toffees. Erin Cuthbert fez 1-0 aos cinco minutos da etapa inicial. No entanto, ainda aos 40 minutos do primeiro tempo o Everton empatou a partida. Com isso, o jogo estava aberto para os 45 minutos finais.

Erros de finalização ofuscaram o domínio das visitantes na partida. Logo depois de dois ataques perdidos em sequência pelo elenco londrino, Lucy Graham virou o jogo para as donas da casa. Enfim, o Everton buscou controlar a vantagem e teve sucesso na tarefa. Com a derrota por 2-1, as Blues foram eliminadas da competição.

Portanto, foi a primeira vez desde 2013 que o Chelsea não chegou à semifinal da competição.

Conquistas seguidas do troféu antes inédito

O sorteio da Continental Cup não favoreceu tanto. Junto com as Blues no grupo B estavam Arsenal, Tottenham e London City Lionesses.

Na primeira rodada, um dos maiores clássicos do futebol feminino inglês. O Chelsea enfrentou o Arsenal em Kingsmeadow e em uma exibição de gala venceu as rivais por 4-1. Mais uma vez em casa, as Blues enfrentaram o Tottenham e conquistaram a segunda vitória.

Ao final das duas primeiras partidas, o time de Emma Hayes somava 6 pontos e tinha 5 gols de saldo. Assim, já garantindo a classificação para a fase de mata-mata. Nesse sentido, por conta dos protocolos de segurança para a pandemia, um tribunal independente determinou que não havia necessidade de realizar a partida final entre Chelsea e London City Lionesses.

Logo, nas quartas de final o confronto foi contra o Manchester City. Quando tudo parecia estar perdido, Niamh Charles marcou um gol ontológico que empatou a partida. Como resultado, o jogo foi para a prorrogação. Com mais dois gols ainda na primeira etapa do tempo extra o Chelsea garantiu a classificação. Além de eliminar as concorrentes diretas ao título àquela altura.

Em seguida, com a confiança e o entrosamento em alta, as Blues dominaram a partida da semi-final. A partida contra o West Ham terminou com uma vitória por 6-0.

Por fim, as comandadas de Hayes aplicaram uma nova goleada de 6-0 sobre o Bristol City. Dessa forma, fechando a campanha e garantindo o título da Continental Cup pelo segundo ano seguido.

Elenco do Chelsea Women comemora o título da Copa da Liga (Créditos/Reprodução: James Gill – Danehouse)

Porém, apesar da grande performance e da conquista, o jogo terminou com um gosto amargo, pois Maren Mjelde, uma das grandes líderes dentro de campo, acabou sofrendo uma lesão grave que acabou com sua temporada.

Fazendo história na Europa

Primeiramente, as Blues viajaram para Portugal e enfrentaram a equipe do Benfica. A equipe de Emma Hayes venceu por 5-0 sem grandes sustos. Da mesma forma, no jogo de volta em Kingsmeadow outra vitória por 3-0.

Nas oitavas de final, o Chelsea Women enfrentou a forte equipe do Atlético de Madrid. Em confrontos marcados pelo alto número de pênaltis para as duas equipes, Berger brilhou e pegou dois ainda no jogo de ida. Após as partidas de ida e volta, o placar agregado de 3-1 em favor da equipe londrina garantiu a classificação.

Em seguida, veio o Wolfsburg que sempre foi uma pedra no sapato do time de Hayes. No entanto, dessa vez, a história foi diferente. De antemão, Pernille Harder foi o grande destaque do confronto porque seria a primeira vez enfrentando seu ex-clube. E a famosa ‘lei do ex’ se fez presente. Do placar agregado de 5-1, a camisa 23 do Chelsea fez 2 gols.

Apenas dois jogos separavam o Chelsea de fazer história e chegar à final da competição pela primeira vez. Os confrontos da semi-final seriam contra uma das grandes favoritas ao título: o Bayern de Munique. Mais uma vez, a ‘lei do ex’ ajudou. Um gol bizarro de Melanie Leupolz garantiu o importante gol fora de casa terminou, na partida que terminou em 2-1 para as alemãs.

Emma deixou claro que no jogo de volta seria diferente:

São dois jogos por uma razão, então temos que fazer o jogo em casa valer […] O Bayern está animado com o resultado, mas confiem em mim. Farei com que esse time dê a performance de suas vidas na próxima semana“.

E assim foi. Em Londres, as Blues aplicaram um 4-1 e garantiram a ida do clube pela primeira vez à final da UEFA Women’s Champions League.

Uma noite de azar em Gotemburgo

O Barcelona foi o adversário das Blues na grande final. Apesar do favoritismo da equipe catalã, o confronto tinha tudo para ser equilibrado, uma vez que os dois elencos eram bastante fortes. No entanto, a noite do time de Emma Hayes na cidade sueca não foi das melhores.

Antes mesmo do primeiro minuto de jogo ser finalizado, um chute de Lieke Martens desviou na camisa 8 do Chelsea e entrou no gol. Assim, o Barcelona abriu o placar. Pouco depois, um pênalti foi marcado em favor do time espanhol. Alexía Putellas ampliou a vantagem para 2-0.

O início turbulento das Blues acabou ditando o ritmo do jogo. A partida foi para o intervalo com o placar de 4-0 em favor do Barcelona.

No segundo tempo, o Chelsea voltou para demonstrar o porquê chegou ali. Deixando a etapa inicial para trás e com um ritmo de jogo mais morno, conseguiram jogar melhor. Porém, a final acabou com o placar de 4-0, garantindo o título inédito para o Barcelona, que disputou a segunda na história do clube.

Após o jogo, Emma Hayes e as jogadoras foram recebidas pelo proprietário do clube Roman Abramovich. O russo reconheceu o esforço do elenco e da treinadora, que refletiu sobre a final:

“O proprietário do clube veio nos ver. Todas as meninas foram rápidas em dizer a ele que estaremos de volta aqui [na final]. E trabalharemos duro no campo para garantir isso“.

“Se conheço bem esse grupo, tenho certeza que elas vão cumprir com essas palavras. Esse é mais um passo na nossa jornada. Mesmo que estejamos falando da frustração, somos o segundo melhor time da Europa”.

Emma Hayes recebe a medalha de prata após derrota para o Barcelona na final da UWCL (Reprodução: Getty Images)

O que esperar na temporada 2021/2022

A Era Hayes continua

De antemão, antes mesmo do começo da nova temporada a treinadora definiu seu futuro à frente do Chelsea Women. Ainda na primeira semana de julho, o clube anunciou que Emma havia assinado um novo contrato sem um tempo específico para acabar. Ou seja, o novo contrato não tem validade o que demonstra uma confiança mútua entre Hayes e a diretoria do clube.

Ao assinar o novo vínculo, ela demonstrou muito reconhecimento e gratidão pelo Chelsea. Bem como pelo processo de valorização e integração do time feminino:

Todos sabem o que este clube significa para mim. O trabalho que fizemos juntos ao longo dos últimos nove anos foi muito recompensador. Assim como contribuiu para o crescimento do jogo feminino e para muitas conquistas, o que é um dos grandes valores do clube. Mal posso esperar para continuar trabalhando a partir do sucesso que já conquistamos“.

Emma Hayes com o troféu da FA WSL da temporada 2020/21. Ao fundo, o famoso banner “In Emma we trust” em Kingsmeadow (Reprodução: Chelsea FC)

Da mesma forma, a diretora Marina Granovskaia comentou sobre a extensão de contrato, exaltando as marcas da treinadora desde que assumiu o time:

Estamos muito felizes com o comprometimento de Emma em continuar no Chelsea. A história fala por si e temos muito orgulho de tudo que ela conquistou nos últimos nove anos. Tanto pelo clube como pelo futebol feminino. É fenomenal. Por isso, créditos à Emma por sua paixão, trabalho duro e dedicação ao esporte”.

Em síntese, as falas são mais provas da identificação mútua entre técnica e clube. Além de ressaltaram a confiança de figuras importantes do Chelsea em Hayes. Assim, a parceria de anos entre as partes tem tudo para dar ainda mais frutos e continuar se desenvolvendo. A temporada 2021/22 é mais um capítulo nessa história.

Contratações pontuais

Se na temporada passada Emma Hayes se movimentou bastante na janela de transferência de verão, desta vez as negociações foram mais calmas. Na verdade, desde a temporada passada a treinadora vem dizendo o quanto ela está feliz com o time. Além disso, com todas as jogadoras saudáveis, é um dos elencos mais completos e com profundidade da Inglaterra e até mesmo da Europa.

Nesse sentido, para a temporada 2021/22 apenas duas contratações foram feitas: a zagueira holandesa Aniek Nouwen chegou do PSV. Por outro lado, a atacante Lauren James foi contatada junto ao Manchester United, como parte das negociações, a defensora Hannah Blundell se juntou às Reds.

Além dessas chegadas, três jogadoras formadas nas categorias de base das Blues assinaram seus primeiros contratos profissionais: a atacante Aggie Beever-Jones, a zagueira Charlotte Wardlaw e a goleira Emily Orman. No entanto, para abrir espaço no elenco e garantir mais tempo e experiência de jogo para as jovens, as três saíram em empréstimo nesta temporada.

Em um Q&A recente, Emma confirmou que nenhuma outra transferência será realizada nesta janela. Da mesma forma, destacou que as recém-chegadas tem grande espaço para se desenvolverem dentro do Chelsea, bem como contribuem para rejuvenescer o elenco. Pelo menos para metade da temporada, o elenco está fechado e tem bastante profundidade para competir em todas as competições possíveis.

Retorno importante na defesa

Apesar dos triunfos e do grande desempenho do time no geral, a defesa das Blues apresentou alguns problemas. Principalmente na ausência da capitã Magdalena Eriksson. Ainda mais depois que Maren Mjelde se lesionou na final da Continental Cup. Além de dar ainda mais segurança pela lateral direita, a norueguesa é uma das líderes do elenco dentro e fora de campo.

Com isso, Niamh Charles acabou assumindo a posição da camisa 18. Mesmo estando fora de sua posição de origem, a jovem deu conta do recado. Por outro lado, Jonna Andersson acabou sofrendo um pouco no final da temporada e perdeu a posição para Jess Carter. A camisa 7 das Blues também entrou bem e logo garantiu a titularidade.

No entanto, diante do Barcelona as deficiências defensivas se tornaram ainda mais evidentes. Por isso, Emma buscou Nouwen para reforçar ainda mais a defesa do time.

Pouco depois de anunciar a extensão contratual, a defensora sofreu uma grave lesão que terminou com sua temporada (Créditos/Reprodução: Chelsea FC/Twitter)

Ao que tudo indica Mjelde deve voltar aos treinos em breve e, sem dúvidas, voltará a ser uma das jogadoras chave no time de Emma Hayes. Mais ainda, sua presença será essencial no desenvolvimento das jovem defensoras do Chelsea, tanto Nouwen e Charles como uma das apostas da base Jorja Fox.

Escalação para a temporada

Emma Hayes terá grandes nomes à sua disposição para montar suas escalações. À princípio, as Blues participarão da FA WSL, da Continental Cup e da Women’s FA Cup. Além da Women’s Champions League que, pela primeira vez, terá fase de grupos.

Nesse sentido, com o aumento do número de partidas na competição europeia e com a participação em todas as competições nacionais a temporada será maior. Assim, a profundidade do elenco se faz importante e é um dos grandes diferenciais do Chelsea Women.

Muito mais que montar times com jogadoras diferentes, é possível montar escalações em esquemas táticos diferentes. Em outras palavras, a treinadora também conta com versatilidade em seu elenco. Dessa forma, ampliando ainda mais as possibilidades de escalação.

Prováveis titulares para começar a temporada. Emma deve continuar apostando na mesma formação e nas mesmas jogadoras que atuaram na final da Champions.

 

Escalação alternativa utilizando as demais jogadoras do elenco e em uma formação com 3 zagueiras. Essa variação pode ser importante em jogos que demandem mais defensivamente. Além disso, dá a possibilidade de liberar as alas defensivas para o ataque, o que pode ser uma arma importante de contra-ataque.

Portanto, Emma Hayes tem tudo para comandar o Chelsea Women para mais uma campanha histórica nesta temporada. Bem como, seguir implementando seu projeto, agora, em um novo momento de início de renovação do elenco para o futuro.

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Article by: Nathalia Tavares