A grande narrativa da última janela de transferências envolveu Eden Hazard. Enquanto o ponta conduzia o time em campo com atuações magníficas, o rumor de uma saída aumentava. Principalmente por suas declarações. Ele jamais escondeu o desejo de vestir as cores do maior campeão europeu.
O time londrino tentou de tudo, mas a vontade do jogador falou mais alto e em julho o acordo com o Real Madrid foi concretizado: 100 milhões de euros.
Primeiro Tempo: Hazard, o herói da ultima temporada
Desde que chegou do Lille, em 2012, Hazard esteve cercado de expectativas com a camisa do Chelsea e sempre correspondeu em campo. No casamento de sete anos, participou de sete títulos, na maioria das vezes sendo peça-chave para o time fluir.
Na temporada 2018-2019 não foi diferente. Na verdade, o desempenho individual do camisa 10 foi espetacular. Em 2015, ano em que venceu o prêmio dos jornalistas e também dos atletas como melhor jogador da Premier League, terminou com 19 gols e 11 assistências. Já em sua última passagem, ele foi às redes 16 vezes, além de 15 passes para gol, seu recorde.
A diferença entre as temporadas está no elenco. No ano em que venceu os prêmios individuais, a equipe contava com o matador Diego Costa, além da boa fase de Willian, Azpillicueta e companhia, todos liderados por José Mourinho.
Em seu último ano no entanto, Hazard não tinha companheiros à altura para dividir a responsabilidade. Não só isso, precisava se adaptar com o novo sistema tático de Maurizio Sarri, que muita vezes usava o jogador como falso nove.
Mesmo com a diminuição do repertório ofensivo coletivo, ele parecia ainda mais letal com a bola nos pés. A dependência nos dribles e chutes do belga pareciam a única saída em diversos jogos.
O exemplo de como o time girava em torno dele está nos números: Ele marcou o dobro de vezes que qualquer companheiro e deu nove passes para gols a mais que Willian, segundo nesse quesito.
Sua genialidade pôde ser visto no triunfo sobre o Manchester City no primeiro turno, onde ele contribuiu com duas assistências e na final da Europa League contra o Arsenal.
Segundo Tempo: A competitividade sem o belga
A chegada de um técnico com pouca experiência atrelado a saída do jogador mais lúcido nos últimos anos era a receita para um ano conturbado. Mas Frank Lampard parece ter encontrado a solução no próprio quintal.
A punição da FIFA e a ousadia de Lamps foi o suficiente para novos talentos emergirem como importantes jogadores, principalmente no setor ofensivo. Tammy Abraham, Mason Mount, Christian Pulisic e Callum Hudson-Odoi trouxeram uma energia diferente, afetando diretamente o estilo de jogo.
Agora, o Chelsea é mais coletivo e distribuí melhor as funções no ataque.
Mesmo sendo titular apenas seis vezes, o ponta americano é o segundo com mais dribles completados, atrás apenas de Kovacic.
Devido a sua intensidade, Mount está sendo muito produtivo, pois é o segundo meio-campista com mais chutes no torneio, além das 23 chances criadas para seus colegas.
Não obstante, Abraham coleciona gols, marcando dez vezes e competindo pela artilharia da liga. Vale ressaltas que o camisa 9 precisa de 89 minutos para fazer um gol, número plausível para os centroavantes do torneio.
Prorrogação: Hazard+Lampard=…
“Hazard foi o jogador mais preguiçoso com quem eu já joguei. Ele não gostava de treinar de verdade. Enquanto estávamos trabalhando, ele ficava lá, esperando que a gente terminasse. Mas nos domingos, ele era sempre o melhor em campo. É inacreditável”, conta John Obi Mikel.
A fala do nigeriano não é novidade para os torcedores. A postura corporal de Hazard nos treinos passa longe de ser exemplar, e constantemente o craque aproveita até demais suas férias.
No início de ciclo com o Real Madrid, o novo camisa 7 dos merengues voltou sete quilos mais pesado para a pré-temporada, algo que os torcedores londrinos estão acostumados a lidar. A notícia não caiu bem com a torcida de Madrid, mas foi a mídia espanhola que o criticou com mais ênfase enquanto ele demorava a engrenar.
Ao que parece, Eden está melhorando a forma física e logo deve ajudar o Real com seus objetivos, mas o questionamento é: Lampard deixaria passar tal comportamento?
Recentemente, foi divulgada as regras estabelecidas pelo novo comandante do clube. Abaixo, é possível ver que ele não alivia. Quem se atrasa para os treinamento deve pagar 25 mil dólares, multa mais alta.
Da mesma forma, jogadores que não estiverem no horário para as reuniões da equipe serão multados em US$ 642 por cada minuto que perderem da palestra.
O palpite mais lógico é que Hazard perderia um bom dinheiro com tais sanções, mas ajudaria demais em campo a curto prazo.
No entanto, o desenvolvimento dos garotos não seria o mesmo com Eden no elenco, já que ele roubaria minutos valiosos deles.
A diretoria, assim como Lampard, está visando o futuro a longo prazo, projeto tão aclamado pela torcida. Sendo assim, foi decidido seguir com uma nova mentalidade.