Chegamos nas cinco posições finais do ranking! Para conferir as demais posições da lista dos 20 maiores ídolos da história do Chelsea, basta clicar aqui.
5 – Ron Harris
Lealdade sempre foi um divisor de águas no futebol. A trajetória de um atleta é determinada por suas escolhas. O zagueiro Ron Harris é um dos maiores ídolos do Chelsea pois sempre escolheu defender as cores azuis.
Formado na Academia do Chelsea, Ron ganhou sua primeira taça em 1961, jogando a FA Youth Cup. Por integrar esse elenco campeão, foi promovido e fez sua estreia profissional no ano seguinte, em uma vitória pela placar mínimo contra o Sheffield Wednesday.
Com o rebaixamento e desejo da diretoria em montar um elenco mais jovem, foi fácil para ele se estabelecer como zagueiro titular. Junto com Peter Bonetti, Osgood e Tambling, conduziu os Blues de volta para a elite.
Medo de carrinho? Aqui não!
A medida em que Ron ganhava o respeito dos colegas, seu talento melhorava. Ao longo da carreira, ganhou o apelido “Chopper” por suas firmes e agressivas entradas nos adversários. Ele era um zagueiro muito físico, buscava sempre o contato e gostava de intimidar os rivais.
Controlando o miolo da zaga, Harris ganhou sua primeira taça profissional em 1965, ao derrotar o Leicester City por 1 a 0 na Copa da Liga Inglesa. O ano poderia ser melhor, mas o Chelsea vacilou nas últimas rodadas e ficou em terceiro no campeonato inglês.
No ano seguinte, foi presenteado com a braçadeira de capitão, confirmando o status de líder daquele time que chegou a final da FA Cup, mas o Chelsea não foi páreo para os Spurs, campeões daquela edição.
Luta ou futebol?
Não demorou para que Harris colocasse suas mãos no mais tradicional troféu inglês. A vingança veio em 1970, quando os londrinos superaram o Leeds United, em uma das mais violentas partidas no futebol inglês.
No jogo de ida, foi a rápida cobrança de falta de Harris para Ian Hutchinson que resultou no empate. Na volta, o zagueiro dos Blues foi incansável e muito violento, distribuindo diversos carrinhos que ajudaram o time a vencer por 2 a 1, nos acréscimos. Ele foi fundamental ora ajudando nos desarmes ora orientando os companheiros durante essa verdadeira batalha.
Na temporada seguinte, também foi crucial para o primeiro título internacional do clube, a Recopa Europeia, contra o Real Madrid.
Apesar da crise financeira e saída de diversos jogadores importantes. Harris permaneceu leal ao clube que lhe abriu as portas para o mundo. Jogou por toda a década de 70, quando decidiu virar treinador-jogador para o Brentford, em 1980.
Foi seu amor ao clube que o credita entre os maiores de nossa história. Além de ser um dos principais personagens na ascensão do clube durante os anos 70, defendeu nossas cores por 20 anos e é o jogador com mais atuações pelo Chelsea, com 795 partidas oficiais.
4 – John Terry
De um lendário capitão para outro, passamos a bola para um zagueiro que sangrou azul por muito tempo.
John Terry pode não ser o zagueiro mais rápido, mas compensava com sua inteligência acima de média em prever as movimentações dos adversários. Não obstante, sua altura e força eram armas poderosas no jogo aéreo, tanto na defesa quanto no ataque.
Apesar de tudo isso, sua carreira começou no meio-campo pelo time juvenil do West Ham. Aos 14 anos, foi comprado pelo Chelsea e assinou seu primeiro contrato profissional dois anos depois. Pela falta de zagueiros na base, foi forçado a atuar nessa posição.
Ascensão e a fantástica temporada 04/05
Depois de um breve período emprestado ao Nottingham Forrest, onde adquiriu experiência, foi aceito de volta e passou a jogar com regularidade. Foi titular 23 vezes em 00/01 e ganhou o prêmio de melhor jogador da equipe. Nessa época, jogou e aprendeu muito com o então capitão e parceiro de zaga, Marcel Desailly.
A aposentadoria do francês em 2004 deixou um vácuo no time, e um jogador estava pronto para assumir a responsabilidade. Com o dinheiro de Abramovich e a chegada de Mourinho, Terry foi escolhido como capitão.
Dessa forma, o camisa 26 viveu um dos melhores anos de sua carreira. Ao lado de Ricardo Carvalho, formou uma defesa que sofreu apenas 15 gols, recorde da Premier League. Além de faturar o título inglês, Terry foi eleito o melhor jogador do campeonato e entrou no time ideal da FIFPRO (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) por cinco anos consecutivos.
Não satisfeito, marcou oito gols, sendo um deles crucial para o Chelsea bater o Barcelona nas oitavas de final da Champions League daquele ano.
Sua história na maior competição europeia ganharia mais um capítulo. Em 2012, mesmo não estando em campo na final, foi fundamental na caminhada para o título. O Napoli venceu o jogo de ida das oitavas de final por 3 a 1 e o capitão sofreu uma lesão séria, com muitos apontando para uma cirurgia. Todavia, ele arriscou sua saúde e marcou um dos gols da virada por 4 a 1.
Fama atrai polêmicas
Apesar do enorme talento, Terry frequentemente arrumava confusões dentro e fora de campo. No começo da carreira, em 2002, brigou em uma boate londrina. As queixas foram retiradas, mas ficou um tempo suspenso da Seleção Inglesa.
Quando foi expulso pela primeira vez, contra o Tottenham, em 2006, questionou a integridade do árbitro da partida. As críticas foram o suficiente para a FA puni-lo em 10 mil libras.
No entanto, o episódio mais grave envolveu Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers. Em 2011 a polícia britânica abriu uma investigação contra Terry por usar termos racistas contra o adversário. Posteriormente, ele foi julgado culpado no caso, sendo suspenso por quatro partidas, tendo a braçadeira de capitão da Inglaterra retirada e forçado a pagar uma multa de 220 mil libras.
Além desses tristes episódios, Terry ficou marcado por dois acontecimentos emblemáticos. O primeiro foi em 2006, quando substituiu Cudicini no gol, na famosa lesão de Petr Cech. Já o segundo foi um golpe duro para os torcedores. Para conferir os detalhes da final da Champions League de 2008 e o escorregão de Terry, clique aqui.
Números que causam inveja
Sem espaço, Terry decidiu deixar Stamford Bridge em 2017, quando conquistou sua última Premier League. Ao todo são 17 títulos pelos Blues. Ele aparece em terceiro na lista de quantidade de jogos disputados pelo clube, com 717. Ainda, é o zagueiro com mais gols na história tanto da Premier League quanto do Chelsea
3 – Peter Osgood
Você já viu a estátua em frente ao Stamford Bridge? Ela foi feita em homenagem a Peter Osgood, atacante icônico do Chelsea durante os anos 60 e 70 e único jogador na história do clube a receber essa honra.
Apelidado como “Mágico de Os”, atuou 11 anos com a camisa do Chelsea: de 1964 até 1974, e de 1978 a 1979, ano do término da carreira futebolística. Osgood vestiu a camisa azul 380 vezes e balançou as redes em 150 ocasiões.
Isso o coloca em quinto na lista dos artilheiros do clube, junto com Roy Bentley e em 14º dos que mais atuaram pelos Blues.
Chegou chegando
Ao assinar com o time juvenil do Chelsea, chamou a atenção dos treinadores ao marcar 30 gols em 20 jogos nas categorias de base. Com uma média impressionante, foi chamado para o time principal. Fez sua estreia aos 17 anos, em 1964, na vitória por 2 a 0 contra o Workington AFC. Naquela ocasião, ele fez os dois gols da partida.
O atacante deu continuidade a sua incrível forma ao marcar mais 12 vezes em oito jogos, durante uma tour feita pela Austrália. Mas, uma lesão o impediu de atuar na primeira final de FA Cup da história do clube, que acabou sendo derrotado por 2 a 1 para o Totttenham.
No ano seguinte, se recuperou e foi campeão da Copa da Inglaterra de 69/70, marcando em todas as fases da competição, e da Recopa Europeia de 70/71, o primeiro título internacional do Chelsea. Osgood foi o herói desse título, anotando o gol dos ingleses no empate por 1 a 1 contra o Real Madrid. Na volta, fez o segundo gol da equipe.
Contudo, o atacante se viu obrigado a deixar o time com a situação financeira sendo um problema. O principal entrevero foi uma discussão com o treinador Dave Sexton sobre seu estilo de vida. Ele então jogou um período no Southampton e Norwich.
Quando retornou ao clube em 1979, novamente balançou as redes em sua estreia, dessa vez contra o Middlesbrough. Depois dessa temporada, ele escolheu a aposentadoria.
Osgood sofreu um ataque cardíaco em 2006 e faleceu. Um memorial foi feito em sua homenagem, e as cinzas do lendário atacante foram jogadas na marca do pênalti no lado Shed End do estádio.
2 – Didier Drogba
Medo de jogo grande? Didier Drogba provou diversas vezes seu poder de decisão. O atacante escreveu uma linda história com os Blues e será imortalizado por suas conquistas.
A infância e adolescência de Didier não foram fáceis. A família passava por dificuldades financeiras, e ele passou um tempo morando em seu país e outra parte na França. Quando os país se firmaram nos subúrbios de Paris, Drogba conseguiu um contrato com o Le Mans.
O atacante batalhou contra lesões, mas se afirmou no Guingamp e explodiu no Olympique de Marselha, onde anotou 32 gols em 55 partidas.
Mesmo com 26 anos, o sucesso na França o transformou como principal alvo do Chelsea, que estava prestes a receber o dinheiro do russo Abramovich. Dessa forma, ele foi a principal contratação para aquele ano de 2004.
Sucesso imediato
Com a promessa de dar títulos aos torcedores, o marfinense não desapontou. Foi peça-chave no ataque do inesquecível título da Premier League em 04\05.
As atuações, que já eram convincentes, melhoraram na segunda temporada. Ele marcou 16 vezes, ajudando não só na conquista da Supercopa da Inglaterra, como também no bicampeonato inglês, liderando a liga em assistências.
Em 2007, fez questão de frear o talentoso time do Arsenal na final da Copa da Liga Inglesa. Mesmo perdendo por 1 a 0, ele encontrou um jeito de empatar e nos minutos finais decidir a partida.
Contudo, engana-se quem pensa que essa foi a última vez em que o camisa 11 apareceu para decidir. Ele marcou o gol de empate contra o Everton na FA Cup de 2009. No ano seguinte, decidiu a mesma competição com um lindo gol de falta. Essa última teve um sabor especial, pois sacramentou o double, com o título inglês sendo conquistado dias depois.
Como é possível ver, Drogba nasceu para as copas nacionais. Ao todo, ele atuou em sete, conquistou seis títulos e marcou oito gols.
Obsessão pela “Orelhuda”
Desde a aquisição feita por Abramovich, o objetivo maior sempre foi conquistar a Champions League. Com jogadores de alto nível e um elenco testado para grandes desafios, parecia questão de tempo até isso acontecer.
A primeira grande oportunidade para atingir esse feito veio na final de 07/08. Drogba já havia sido decisivo na semifinal contra o Liverpool. No entanto, ele não conseguiu segurar os nervos e foi expulso na prorrogação. Isso o deixou de fora das penalidades. Se você quiser mais detalhes sobre esse jogo e o drama do time para chegar lá, clique aqui.
O Chelsea estava muito perto de se colocar mais uma vez em posição para o título, mas foi prejudicado pela arbitragem na semifinal de 08/09. Para entender mais sobre esse jogo e o envolvimento de Drogba na partida, clique aqui.
Demorou, mas a redenção veio em 2012. O Chelsea novamente estava na final. A partida era tensa e dominada em sua maioria pelo Bayern de Munique. Thomas Muller tinha acabado de fazer o gol que parecia ser do título. Aos 88 minutos, Drogba se posicionou e mandou um tiro de cabeça, sem chances para Neuer.
Na disputa de pênaltis, caiu em seus pés a cobrança decisiva. Frio como sempre foi, Drogba converteu a cobrança, sendo essa sua maior contribuição para o clube.
Feitos expressivos
Seja no alto ou no chão, Drogba se estabeleceu como um dos melhores jogadores de sua geração principalmente pela capacidade em mudar uma partida em apenas um lance. Está em 4º na lista dos artilheiros da equipe e em 3º com mais assistências na Premier League. Ganhou 14 taças e coleciona prêmios individuais.
Drogba é considerado o melhor marfinense da história, levando seu país a uma Copa do Mundo pela primeira vez. Seu maior feito foi parar uma guerra em seu país.
1 – Frank Lampard
A primeira posição do ranking vai para o jogador que se doou de corpo e alma ao Chelsea, tem extrema identificação com a torcida, conquistou e foi protagonista em diversos títulos e elevou o patamar do clube. “Super Frankie Lampard” é o 3º jogador com mais jogos e o maior ídolo dos Blues, conquistando todos os títulos possíveis no clube.
Considerado como um dos melhores meio-campistas de sua geração, Lampard era o exemplo perfeito de um box-to-box, capaz de ajudar tanto na defesa quanto no ataque. Muito dedicado e com uma visão de jogo extraordinária, controlava o meio-campo. No entanto, o que mais chama atenção em seu jogo é sua habilidade em chegar a área e concluir jogadas.
A prova disso está em seus números. Ele é o maior artilheiro da história do Chelsea, com 211 gols, e o 4º na Premier League. Além disso, é o maior garçom da equipe no Campeonato Inglês, providenciando 92 assistências.
Escalada para a grandeza
A carreira do astro começou nos vizinhos locais. O West Ham sempre foi seu clube do coração, principalmente por seu pai ter sido assistente técnico lá. Ele atuou nas categorias de base do clube até assinar contrato em 1995.
Lampard foi se firmando e ganhando notoriedade nos Hammers. Mas, sua história com o West Ham acabou quando o pai deixou suas funções no clube. Querendo sair da sombra dele, Lampard escolheu o Chelsea.
Imediatamente, ele deu uma nova cara a equipe, atuando em todas as partidas daquelas temporada. Em 2004, chegou pela primeira vez a marca de dez gols. O Chelsea ficou atrás apenas do Arsenal na liga, e Lamps mostrava que queria mais.
As contratações do ano seguinte alavancaram não só seu futebol, como também as projeções do clube, que foi bicampeão da Premier League. Foi no segundo título em que Lamps despontou. O reconhecimento de sua importância para o Chelsea veio quando ele foi eleito o segundo melhor jogador do mundo tanto no Ballon d’Or como no Jogador do Ano da Fifa. Em ambas ocasiões, ficou atrás de Ronaldinho.
Momentos decisivos
Além de ser um ótimo líder, o camisa 8 se mostrou um jogador decisivo em muitas ocasiões, e coleciona bonitos gols. Em 2005, enfrentando o Bayern de Munique na Champions League, acertou um belíssimo voleio após cruzamento de Makelele. No mesmo ano, marcou duas vezes contra o Bolton, garantindo o título inglês. Na FA Cup, deu o passe para Drogba selar o destino contra o United em 2007. Ainda, fez o gol decisivo na mesma competição em 2009.
É difícil encaixar tantos momentos de um atleta como ele, mas é preciso destacar a semifinal contra o Liverpool em 08. Entre o jogo de ida e a volta, a mãe dele veio a falecer. Apesar do luto, ele decidiu jogar e converteu o pênalti que classificou os Blues à final da Champions League.
Assim como a maioria do elenco, Lampard estava desapontando por não ter conquistado a Europa naquela ocasião. Mas na final de 2012, com a suspensão de Terry, ele foi o encarregado de liderar a equipe. Seu papel durante os 120 minutos foi fundamental. Responsável após Mata desperdiçar sua cobrança, o camisa 8 fez o gol, mudando o ânimo dos ingleses.
Carreira no…City?
Ao final da temporada 13/14, o Chelsea decidiu não renovar com Lamapard. Ele então partiu para a MLS, defender o New York City FC. Para não ficar parado até o começo da liga americana, o Manchester City aproveitou a parceria com o clube de Nova York e pegou Lampard por um curto empréstimo. Suas performances impressionam e ele acabou ficando até o final da temporada.
Apesar de ter feito o último gol e jogo com a camisa do City, sua história e grandeza no Chelsea jamais será manchada.
Menções honrosas
O ranking foi elaborado exclusivamente para debater e honrar os jogadores que melhor representaram nossa camisa. Contudo, dois treinadores merecem ser exaltados por seus feitos.
José Mourinho
Controverso, midiático, defensivo e vencedor. José Mourinho divide opiniões por onde passa. Até mesmo no Chelsea, onde montou a estratégia para oito títulos, a relação dele é conturbada.
Contudo, deve-se dar crédito aonde é necessário. O português foi fundamental para validar o projeto de Abramovich, conquistando a Premier League logo em sua primeira temporada, com a defesa menos vazada da história.
Mesmo quando regressou em 2013, mostrou-se competente e levou o time a mais um título inglês.
Roberto Di Matteo
Coadjuvante na maioria das vezes em que atuou pelo Chelsea, o maior feito de Roberto di Matteo não foi dentro das quatro linhas, e sim fora.
Ele deixou o papel secundário e se tornou protagonista quando assumiu interinamente o clube em 11/12, após a saída de André Villas-Boas.
Mesmo com um bom elenco em mãos, muitos duvidavam da capacidade do suiço em motivar e montar um esquema eficaz para ganhar títulos. Foi então que ele mostrou sua grandeza e conduziu o Chelsea para o título da Champions League, uma das conquistas mais importantes na história do clube.