Na História: Chelsea já fez jogo decisivo contra o Lille na Champions League

Após a conquista inédita do Mundial e a vitória contra o Crystal Palace pela Premier League no último sábado, o Chelsea volta a focar na Champions League. Com o objetivo de defender o título europeu, os Blues iniciam o mata-mata da competição nesta terça-feira (22) às 17 horas. Em casa, o adversário será o Lille, atual campeão francês.

Anteriormente, as equipes se cruzaram uma única vez, na fase de grupos da competição há dois anos. Assim, na expectativa por uma vitória na partida de ida que encaminhe a classificação, o Chelsea Brasil relembra o último confronto em Stamford Bridge no “Na História“. No mais, vem com a gente fazer um aquecimento para o duelo de amanhã, relembrando o passado.

Contexto da partida

Depois de uma temporada comandado por Maurizio Sarri, o Chelsea havia se classificado à Champions League como terceiro colocado da Premier League. Assim como pela conquista da Liga Europa, que garante vaga direta à UCL. Com a saída do treinador italiano e o bloqueio de transferências imposto pela FIFA, o eterno ídolo Frank Lampard assumiu o comando dos Blues na temporada 2019/20.

Em suma, a estratégia da contratação de Lampard era blindar a reformulação do elenco. Bem como possíveis resultados negativos com a imagem do ídolo. No entanto, mesmo com oscilações, o espaço para jogadores da base como Mason Mount e Tammy Abraham rendeu bons frutos desde o início da temporada.

Blues derrotaram o Lille na temporada 2019/20.
Elenco do Chelsea celebra gol contra o Lille na partida decisiva da fase de grupos. (Reprodução de: AS)

O início na Champions

De pronto, o grupo dos Blues não oferecia muitas preocupações aos londrinos, sorteados com Valencia, Ajax e Lille. Em suma, o Ajax – sensação da competição no ano anterior – parecia oferecer a maior preocupação na chave. Entretanto, em período ainda marcado pelas oscilações de desempenho, os Blues estrearam na competição com derrota em casa para o Valencia por 1-0.

Ainda que os desafios específicos da temporada amenizassem o impacto da derrota, o sinal de alerta merecia ser ligado em Londres. E assim foi. Depois da derrota para os espanhóis, a equipe entrou em uma sequência de sete vitórias seguidas, incluindo os primeiros duelos contra os franceses e os holandeses – ambos fora de casa.

Correspondendo às expectativas iniciais, Chelsea e Ajax protagonizaram o grande jogo da chave, um empate por 4-4 em Londres. Em seguida, um novo empate, agora contra o Valencia, encerrava a quinta rodada com o Ajax liderando a chave com 10 pontos. Em seguida, vinham os ingleses e os espanhóis, com oito pontos cada. Ou seja, a última rodada definiria o destino das três equipes no certame europeu.

Decisão na última hora

Na última rodada da fase de grupos, o Lille já estava eliminado. Tendo somado apenas um ponto, os franceses não tinham condições de brigar sequer pela vaga na Liga Europa. Porém, um novo período de oscilações acompanhava o Chelsea com três derrotas nas cinco partidas anteriores por todas as competições. Nesse cenário de desconfiança, os Blues recebiam os franceses para a última rodada.

Apesar da noite fria em Londres, o 4-3-3 de Lampard – com Kanté, Jorginho e Kovacic na faixa central – se mostrou dominante e os Blues começaram a partida pressionando os franceses. Assim, logo aos 19 minutos, Abraham aliviou a pressão azul, abrindo o marcador após boa jogada de Willian.

Azpilicueta celebra seu gol contra o Lille na temporada 2019/20.
O capitão Azpilicueta celebra seu gol, que dava tranquilidade ao Chelsea para o restante da partida. (Reprodução de: TNT Sports).

Após o gol, o Lille seguiu apático. Dessa forma, César Azpilicueta apareceu aos 35 minutos para ampliar a vantagem, marcando de cabeça após cobrança de escanteio. Em síntese, a equipe foi para o intervalo com mais tranquilidade – e sabendo que o Valencia vencia a partida contra o Ajax em Amsterdam.

Dessa forma, o ritmo do segundo tempo foi o mesmo até aos 33 minutos. Neste momento, Loïc Rémy descontou para os franceses na primeira oportunidade real dos adversários na partida. O gol de Rémy, além de reforçar a “Lei do Ex”, deu mais ânimo ao Lille. Apesar do susto, a vitória era londrina e a classificação também. Em Amsterdam, o Valencia segurou a pressão dos holandeses e, portanto, se classificava na primeira colocação do grupo.

Sequência da competição

Dada a importância adquirida no cenário europeu desde a virada do século, os Blues não podiam se dar ao luxo de cair num grupo com forças tão desequilibradas. No entanto, Lampard parecia começar a encontrar sua formação ideal, apesar do desempenho inconstante. Dessa forma, os questionamentos passariam a ser centrados na defesa muito vazada e na titularidade de Kepa Arrizabalaga dali em diante.

Entretanto, o grande desafio da temporada seria a paralisação forçada pelo início da pandemia de COVID-19. Antes disso, os Blues foram sorteados para enfrentar o Bayern München nas oitavas-de-final da competição, sendo derrotados na partida de ida em casa por 3-0 em fevereiro. Esta seria uma das última partidas com público da temporada, dado o avanço da pandemia nos meses seguintes.

Após a retomada das competições, os Blues encerraram a temporada na partida de volta com derrota, agora por 4-1 em Munique. A partida, disputada em agosto, ocorreu sem público e dava a dimensão do trabalho ainda a ser realizado no elenco azul. Apesar da grande temporada vivida pelos alemães, o Chelsea não conseguiu mostrar condições de brigar pela vaga.

Principal jogador a se firmar durante a passagem de Lampard, Mount comemora o título da Champions League da temporada seguinte. (Foto/Reprodução de: Darren Walsh/Chelsea FC)

Reflexos no elenco atual

Em síntese, o grande mérito de Lampard no comando dos Blues foi o de efetivar a transição de diversas promessas para o elenco profissional. Por exemplo, Andreas Christensen, Callum Hudson-Odoi, Reece James e os já mencionados Mount e Abraham ganharam seus espaços em definitivo no elenco.

Como se sabe, a saída de Lampard e a chegada de Thomas Tuchel foram movimentações necessárias para a conquista europeia na temporada seguinte, mas todos os jogadores citados tiveram seu papel – de maior ou menor destaque – no título. Em resumo, não é exagero dizer que o trabalho do treinador inglês foi importante também para trilhar o caminho da futura conquista.

Por fim, atuais campeões europeus, os Blues reencontram o Lille em novo duelo decisivo. Por sua vez, os atuais campeões franceses, que tem dificuldades em reproduzir o sucesso da última temporada, visitam Londres antes do duelo de volta em março na França. Mesmo sofrendo com desfalques por lesões, o Chelsea é favorito a avançar na competição. Logo, a expectativa é por uma nova atuação dominante dos Blues.

Ficha Técnica

Chelsea (4-3-3): Kepa Arrizabalaga; César Azpilicueta, Kurt Zouma, Antonio Rüdiger, Emerson Palmieri; N’Golo Kanté, Mateo Kovacic (Mason Mount 82′), Jorginho; Willian, Christian Pulisic (Callum Hudson-Odoi 62′), Tammy Abraham (Michy Batshuayi 72′).

Reservas não utilizados: Willy Caballero, Reece James, Andreas Christensen, Ross Barkley.

Lille (4-5-1): Mike Maignan (Leo Jardim 72′); Zeki Çelik, Tiago Djaló, Gabriel dos Santos, Jérémy Pied; Xeka, Boubakary Soumaré, Thiago Maia (Jonathan Bamba 66′), Yusuf Yazici, Luiz Araújo (Renato Sanches 82′); Loïc Rémy.

Reservas não utilizados: José Fonte, Victor Osimhen, Jonathan Ikone, Domagoj Bradaric.

Gols: Abraham 19′, Azpilicueta 35′ e Rémy 78′;

Cartões amarelos: Çelik 40′, Zouma 45+1′ e Xeka 67′;

Cartão vermelho:

Arbitragem: Tasos Sidiropoulos (GRE)

Category: Conteúdos Especiais

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Article by: Igor Estolano