Não foi mais um 7 a 0, com uma atuação de encher os olhos, mas o Chelsea fez o mínimo para derrotar o Malmö, encaminhar a classificação e seguir na disputa pelo primeiro lugar no Grupo H da Champions League.
Apesar do placar simples, os Blues criaram chances para ampliar a vantagem e tiveram pontos positivos na movimentação ofensiva.
Enfim, para entender como a vitória do Chelsea se desenvolveu na Suécia, é hora de ler o jogo.
Lista de desfalques aumenta
O Malmö veio com quatro mudanças em relação ao time que foi derrotado por 4 a 0 em Stamford Bridge. Destaque para as entradas de Erdal Rakip na vaga de Anders Christensen no meio-campo e de Sebastian Nanasi no lugar de Veljko Birmančević no ataque.
No entanto, a formação foi a mesma da primeira partida: um 3-5-2 que, na prática, seria um 5-3-2, uma vez que a ideia dos suecos era se fechar.
Já o Chelsea segue convivendo com desfalques fundamentais. Dessa vez, N’Golo Kanté se somou a Romelu Lukaku, Timo Werner, Mateo Kovacic e Mason Mount na lista de ausências. Por precaução, o meio-campista francês não viajou à Suécia, já que vem convivendo com lesões musculares na atual temporada.
Assim, Thomas Tuchel teve somente três jogadores disponíveis para a função central do meio-campo. Jorginho e Loftus-Cheek formaram a dupla titular e Saúl foi a única opção no banco.
Em contrapartida, Tuchel contou com o retorno de Christian Pulisic, que não atuava pelos Blues desde agosto. O norte-americano, que vem sendo atormentado por lesões, ficou como opção no banco de reservas. Assim, Callum Hudson-Odoi, Hakim Ziyech e Kai Havertz, que formaram o trio de ataque titular.
Destaques, ainda, para mudanças nas alas. Reece James e Ben Chilwell deram lugar a Cézar Azpilicueta e Marcos Alonso no onze inicial.
Força pelos lados, mas placar inalterado
O Chelsea começou exercendo a pressão esperada. A exemplo do que ocorreu no duelo anterior entre as equipes, os Blues exploraram muito as inversões entre alas e pontas. Frequentemente, Ziyech e Odoi alargavam o campo enquanto Azpilicueta e Alonso fechavam por dentro.
Assim, logo aos 12 minutos, um lance sintetizou a ideia: Alonso cruzou para Azpilicueta, que dominou dentro da área e exigiu defesa de Johan Dahlin.
Três minutos mais tarde, Havertz saiu da referência, fez boa jogada pela ponta-direita e serviu Ziyech. O marroquino, porém, foi travado pelo goleiro dos mandantes.
As movimentações do ataque do Chelsea seguiam gerando situações interessantes. Como só os Blues atacavam, os alas atuavam praticamente como atacantes, formando uma linha de cinco na frente. Assim, o Chelsea se igualava ao Malmö em número de jogadores no terço final e as inversões desencaixavam a defesa sueca.
Por dentro quem ia se destacando era Ruben Loftus-Cheek. Com Jorginho sendo o responsável pelo primeiro passe, o camisa 12 tinha liberdade para descer ao ataque. Dessa forma, criou boas jogadas, partindo com a bola dominada. Bem como encontrou ótimos passes.
Foi assim que, aos 28 minutos, Loftus-Cheek deu grande bola para Havertz. O alemão saiu cara a cara com Dahlin, mas o arqueiro sueco levou a melhor.
Aos poucos, entretanto, o Chelsea foi diminuindo seu ímpeto ofensivo e a partida perdeu intensidade. Sem ser ameaçado na defesa, os comandados de Tuchel continuavam tendo a bola, mas esbarravam na forte marcação do Malmö e o primeiro tempo terminou sem gols.
Mudança providencial
Os Blues voltou para o segundo tempo com as mesmas peças, mas posicionamentos diferentes. Hudson-Odoi e Ziyech haviam trocado de lado. Assim, os Blues passariam a ter um destro pela direita e um canhoto pela esquerda, o que daria mais opções para o jogo pela linha de fundo, sem afunilar por dentro.
Logo aos 10 minutos da etapa complementar, o Chelsea já colheu os frutos da mudança. Havertz se deslocou para receber e lançou Odoi na ponta-direita. O camisa 20 conduziu e fez o cruzamento rasante, na segunda trave, para Ziyech só completar para o gol. Um a zero.
Quem seguia se destacando era Loftus-Cheek. O meia dos blues criou muitas as jogadas com na base da individualidade e no 1×1. Em uma delas, ele fez tudo sozinho, se livrou de dois adversários e bateu, para nova defesa do goleiro do Malmö.
Tuchel, então, sacou Ziyech e Odoi para as entradas de Ross Barkley e Pulisic. Dessa forma, o Chelsea repetia a mesma configuração tática que havia tido em boa parte do segundo tempo contra o Newcastle: um 3-1-4-2, sem referência no ataque, com Havertz e Pulisic formando uma dupla. No meio, Barkley e Cheek lado a lado, a frente de Jorginho.
Então, aos 33 da etapa complementar, a exemplo do que havia acontecido na primeira etapa, Cheek voltou a deixar Havertz na cara do gol. O alemão, por sua vez, voltou a parar em Dahlin. Com isso, a partida terminou mesmo em um a zero.
Destaque individual
Apesar de o único gol do jogo ter sido marcado por Ziyech, o grande nome do Chelsea no jogo foi Loftus-Cheek. Outra grande atuação do camisa 12 que, além de se mostrar mais maduro, também se mostra mais polivalente.
Ao longo dessa temporada, Cheek já atuou como primeiro, segundo e terceiro homem de meio-campo, tendo rendido bem em todas. Dessa forma, se consolida definitivamente como opção no plantel de Thomas Tuchel.
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Em suma, uma partida que apresentou bons pontos, tanto no aspecto tático quanto no individual. A vitória poderia ter sido mais larga e o Chelsea poderia ter sido mais agressivo, é verdade. Mas os Blues seguem seu caminho de vitórias na temporada e mantêm a confiança lá no alto.
Depois a vitória contra o Malmö, o foco segue na manutenção da liderança na Premier League. Os Blues voltaram a jogar pela Champions League daqui três semanas, para decidir o primeiro lugar contra a Juventus – já contando com a volta de peças importantes.