Análise tática: Chelsea 4×0 Malmo – das lesões, soluções e uma goleada tranquila

O Chelsea goleou o Malmö em Stamford Bridge e voltou a vencer pela UEFA Champions League. Como resultado, os Blues seguem na segunda colocação do Grupo H, agora com seis pontos, três a menos que a Juventus.

Os donos da casa construíram a vitória com autoridade e sem sustos, dominando a partida do começo ao fim. Os sentimentos negativos, no entanto, ficam por conta das lesões de Romelu Lukaku e Timo Werner, ainda no primeiro tempo.

Em contrapartida, as trocas forçadas no ataque também serviram para oportunizar a entrada de jogadores que vinham atuando menos e que puderam ganhar confiança com a boa atuação em casa.

(Reprodução: Sky Sports)

Chelsea com força máxima

Ao contrário do que muitos pensavam, Thomas Tuchel optou por não poupar jogadores e escalou o time com que tinha de melhor. Assim, Thiago Silva e Antonio Rüdiger retornaram após desfalcarem a equipe contra o Brentford. Além disso, Mason Mount foi outro que voltou a ser titular, formando o trio de ataque com Werner e Lukaku.

(Reprodução: UEFA)

O Malmö, por sua vez, veio em um 5-3-2, com Jo Inge Berget e Martin Olsson, pelos lados, compondo uma linha de cinco defensores. O meio-campo, formado pela trinca Sergio Peña, Bonke Innocent e Ander Christianssen buscaria, sobretudo, conter o ímpeto do Chelsea e municiar a dupla de ataque.

(Reprodução: UEFA)

Boas e más-notícias já no primeiro tempo

O Chelsea começou imprimindo sua intensidade característica. Em especial, com a marcação alta que dificultava o jogo dos adversários. O Malmö, por sua vez, surpreendia ao tentar marcar com linhas médias, sem pressionar os Blues na saída. Mas também sem baixar tanto a marcação.

Como resultado, isso gerava espaços entre as linhas, que eram bem explorados por Mount e Werner, que flutuavam e recebiam, por vezes, com liberdade.

Logo aos nove minutos, após sobra de escanteio, Thiago Silva fez novo cruzamento para a área e encontrou Andreas Christensen sozinho. O camisa 4 dos Blues pegou de primeira com o pé direito e abriu o placar – marcando seu primeiro gol com a camisa do clube.

Christensen abriu o placar em Stamford Bridge (Reprodução: Chelsea FC)

Pouco depois, aos 18 minutos, Lukaku fez grande jogada individual, invadiu a área, superou dois marcadores na força e foi derrubado por Lasse Nielsen. Então, pênalti para o Chelsea, que foi convertido por Jorginho. No lance que gerou o pênalti, Lukaku acabou torcendo o tornozelo. Portanto, sentindo muitas dores, precisou ser substituído por Kai Havertz.

Havertz entrou no lugar de Lukaku (Reprodução: Getty Images)

Dessa forma, com a entrada de Havertz, Tuchel remontou o trio de ataque campeão da Champions League. O que não acontecia desde aquela final no Porto.

O autor do gol do título europeu dos Blues atuou por dentro, como falso 9, com os outros dois pelos lados, mas a movimentação entre os três era constante e gerava espaços que faziam com que os Blues criassem situações de gol com facilidade.

Porém, aos 41 minutos, entretanto, Timo Werner sentiu a posterior da coxa esquerda e precisou ser substituído. Então, Callum Hudson-Odoi entrou em seu lugar e pouco depois o primeiro tempo terminou.

Werner foi outro que deixou a partida lesionado (Reprodução: Getty Images)

Ampliando o placar e rodando o elenco na segunda etapa

Os Blues voltaram do intervalo com o mesmo ímpeto que teve no início do primeiro tempo. Dois minutos após a retomada da partida, o Chelsea recuperou uma bola no lado esquerdo de sua defesa. Então, Hudson-Odoi partiu em velocidade e conduziu até a entrada da área ofensiva. Enfim, serviu Havertz, que tocou na saída do goleiro e fez o terceiro.

Outro elemento interessante de se observar na partida foi a movimentação de Azpilicueta e Chilwell. Ambos, por vezes, fechavam por dentro, contribuindo na construção. Assim, Odoi e Mount ficavam responsáveis por dar a amplitude necessária para alargar a defesa sueca.

Não tardou para os Blues fazerem o quarto. O gol ilustrou bem a intensidade que o Chelsea imprimia. Mesmo com a partida resolvida. Rüdiger deu combate no campo de ataque e roubou a bola de Sergio Peña. Ela sobrou para Havertz, que devolveu para Rüdiger e, na cara do gol, o zagueiro alemão foi derrubado. Mais um pênalti que Jorginho novamente converteu.

Jorginho converteu sua segunda cobrança na partida (Reprodução: Sports Illustrated)

Com o placar elástico, as duas equipes começaram a rodar seus elencos. O Malmö, que já havia feito duas trocas no intervalo, fez mais duas, buscando fechar o meio-campo e impedir um placar maior.

Tuchel, por sua vez, fez trocas que buscavam dar mais minutos à outras peças no elenco: Reece James, Marcos Alonso e Saúl Ñiguez entraram nas vagas de Azpilicueta, Chilwell e N’Golo Kanté.

Assim, o panorama que se seguiu foi o de um Chelsea que passou a administrar a partida, sem fazer muitos esforços para ampliar e sem ser incomodado pelos visitantes. Com isso, a partida terminou em 4-0 para os Blues.

Estatísticas finais ilustram domínio dos Blues (Reprodução: BBC)

Destaques individuais

Mason Mount, que não era titular desde o dia 19 de setembro, retornou à equipe e foi um dos melhores em campo. Agregando todas as suas reconhecidas qualidades no funcionamento da equipe, Mount foi influente do primeiro ao último minuto.

Da mesma forma, Kai Havertz e Hudson-Odoi entraram bem e podem ter recuperado um pouco da confiança que parecia em baixa por conta dos poucos minutos nos últimos jogos.

Havertz e Odoi substituíram lesionados e se destacaram (Reprodução: Getty Images)

Entretanto, o melhor em campo foi mesmo Jorginho. Não só pelos dois gols, mas também pelo controle das ações e a qualidade na construção.

Em suma, apesar da fragilidade do adversário, que até impede uma análise mais fidedigna dos eventos da partida, o Chelsea fez o que se espera de um time que enfrenta um adversário muito inferior.

Uma vitória tranquila que, em determinado momento, pareceu ter ganhado ares de dramaticidade por conta das perdas de Lukaku e Werner. Mas as boas notícias de seus substitutos atenuaram a questão. Por fim, a noite de Champions League em Londres transformou a dificuldade em oportunidade.

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Article by: Marcelo Vilela