Lendo o Jogo: Chelsea 1×1 Man. United – resultado amargo para os dominantes Blues

Um ponto com sabor de derrota. Essa foi a sensação deixada pelo Chelsea no empate em 1 a 1 com o Manchester United pela 13ª rodada da Premier League. O resultado em Stamford Bridge encurta a distância do Chelsea para seus perseguidores e liga o sinal de alerta.

Em que pese a grandeza do adversário, o que se viu em campo foi um domínio completo e absoluto dos donos da casa, que só não se traduziu em vitória porque os Blues pecaram nas finalizações.

Então, para entender como se desenvolveu o duelo em Stamford Bridge, é hora de ler o jogo.

(Reprodução: Sky Sports)

Novos desfalques no Chelsea; surpresa no United

Seguindo com a sina dos desfalques, o Chelsea ainda não pôde contar com Mateo Kovacic. Mais ainda, na última rodada teve as ausências de N’Golo Kanté e Ben Chilwell que se lesionaram contra a Juventus. O ala dos Blues deve ficar fora por um longo período enquanto Kanté deve voltar em breve.

Com as baixas, Marcos Alonso naturalmente foi escalado pelo lado esquerdo e Ruben Loftus-Cheek atuou ao lado de Jorginho no meio-campo. No ataque, Timo Werner voltou a ser titular após sua lesão contra o Malmö, em outubro. Ao lado dele, Hakim Ziyech e Callum Hudson-Odoi foram os escolhidos por Thomas Tuchel. Assim, Mason Mount, Kai Havertz e Romelu Lukaku apareciam como opções no banco.

(Reprodução: Chelsea FC)

Já o Manchester United, do interino Michael Carrick, surpreendeu ao vir com Cristiano Ronaldo no banco de reservas. Assim, o ataque foi formado por Jadon Sancho e Marcus Rashford, com um meio-campo mais povoado.

Na defesa, os desfalques de Harry Maguire e Luke Shaw resultaram na escalação de Eric Bailly e Alex Telles como seus respectivos substitutos.

(Reprodução: Manchester United FC)

Ataque contra defesa

A ideia de tirar Cristiano Ronaldo fazia parte da estratégia do Manchester United de subir a marcação para pressionar o Chelsea na saída. Dessa forma, com Rashford e Sancho na frente, os visitantes teriam mais condição física para imprimir intensidade.

No entanto, desde os primeiros movimentos a estratégia se mostrava ineficaz porque o Chelsea conseguia sair da pressão com facilidade. Assim, em poucos toques os Blues superavam a primeira linha dos Red Devils e encontravam espaços para jogar.

Nesse sentido, os primeiros três minutos tiveram duas grandes chances a favor dos donos da casa. Primeiro com Ziyech, que girou na pequena área, mas bateu na mão de David de Gea. Depois com Hudson-Odoi que, em chance ainda mais clara, saiu cara a cara com de Gea, mas o goleiro espanhol salvou com o pé.

(Reprodução: Getty Images)

Ao perder a bola, a intensidade do Chelsea no perde-pressiona fazia com que a equipe rapidamente retomasse a posse. Dessa forma, quando o relógio já se aproximava dos 15 minutos, um índice ilustrava o domínio azul: eram 74% de posse de bola do Chelsea, contra 26% do United.

Pecando na definição

Com Matic, McTominay e Fred, o United afunilava a marcação, buscando impedir o trabalho de Jorginho e Loftus-Cheek. No entanto isso gerava superioridade numérica dos Blues pelos dois lados, com as dobras entre alas e pontas sobrecarregando os laterais dos Red Devils. Como resultado, Ziyech e Odoi apareciam constantemente produzindo jogadas de perigo, mas pecavam na finalização das jogadas.

(Reprodução: Nouman)

Já aos 30, se o ataque encontrava dificuldades para ser efetivo, Rüdiger resolveu se aventurar e quase abriu o placar. O zagueiro alemão encheu o pé de fora da área e acertou a trave após de Gea ainda tocar na bola.

Pouco depois, em um intervalo de quatro minutos, a pressão alta do Chelsea surtiu efeito duas vezes. Primeiro, ao forçar um erro de Bruno Fernandes na saída, que entregou bola de graça para Odoi, mas o atacante dos Blues chutou fraco. Depois, com Chalobah pressionando no campo de ataque e roubando de Fred, mas Ziyech não aproveitou.

A única jogada dos visitantes que levou algum perigo veio aos 40, quando a marcação do Chelsea se desencaixou na faixa central e Fred teve liberdade. Então, o meio-campista brasileiro lançou Sancho, que, em ótima oportunidade para ficar cara a cara com Mendy, dominou mal e desperdiçou.

Falha capital e mais gols perdidos

O roteiro do segundo tempo se manteve o mesmo, mas logo aos quatro minutos ganhou um ingrediente que dificultava ainda mais. Jorginho, pressionado por dois adversários, falhou ao tentar dominar uma bola alta e entregou de graça para Sancho. O camisa 25 dos Red Devils avançou sozinho, cara a cara com Mendy e abriu o placar. Um duro golpe para o time que tomava conta do jogo.

(Reprodução: Getty Images)

Erráticos, os Blues iam cometendo mais falhas na saída de bola, algo incomum. Tal qual Jorginho, Mendy também saiu jogando mal, entregou bola no pé de Fred, mas o brasileiro errou na conclusão.

Uma mudança de posicionamento dos visitantes gerou mais dificuldades ao Chelsea. McTominay passou a jogar mais recuado, dando suporte à linha defensiva dos Red Devils praticamente como um terceiro zagueiro. Com isso, o United dobrava a marcação pelos lados e evitava a superioridade numérica que os Blues haviam tido na primeira etapa.

(Reprodução: Nouman)

Aos 19 da etapa complementar, Carrick enfim lançou mão de Cristiano Ronaldo no lugar de Sancho. Mas dois minutos depois, após escanteio para os Blues, a bola ficou viva na área e Thiago Silva foi tocado por Wan-Bissaka. Então, pênalti para o Chelsea, convertido por Jorginho.

O gol incendiou o Stamford Bridge. Na sequência, Tuchel fez três trocas de impacto na equipe. Mount, Pulisic e Lukaku entraram nas vagas de Hudson-Odoi, Alonso e Werner. Dessa forma, Reece James foi para a ala-esquerda, Pulisic para a ala-direita e o ataque passou a ser composto por Ziyech, Mount e Lukaku.

Daí em diante, o que se viu foi o Chelsea empilhando chances, a principal delas já no último lance da partida. Rüdiger recebeu livre na segunda trave, mas isolou a bola e a chance de mais uma vitória do Chelsea.

(Reprodução: BBC)

Destaques individuais

Apesar de boa atuação coletiva, individualmente não houve ninguém que tenha feita uma atuação impecável. Vale destacar, porém, a atuação segura do trio de zaga, em especial Thiago Silva, que se sobressaiu nos duelos e não deixou o United criar grandes chances.

(Reprodução: Chelsea FC)

Em suma, um empate amargo, no qual chances não faltaram para que os três pontos fossem conquistados. A exemplo do que ocorreu contra o Burnley, o Chelsea produziu muito, mas pagou pela ineficácia nas finalizações. A vantagem diminuiu, mas os Blues se mantêm na ponta e agora precisam retomar o foco para a maratona de jogos que está por vir neste fim de ano.

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Article by: Marcelo Vilela