Depois de mais de um mês, Emma Hayes e suas comandadas voltaram a campo nesta quarta-feira (19) em partida contra o West Ham válida pelas quartas de final da Continental Cup – a copa da liga. Em jogo de seis gols, as Blues eliminaram as rivais londrinas após vencerem pelo placar de 4-2. Agora, o Chelsea enfrentará o Manchester United para buscar a vaga na final na competição. Além disso, a equipe segue na disputa de todas as competições nacionais.
No entanto, a temporada está longe de ser aquilo que se esperava para o time. Em especial por conta da dura eliminação na fase de grupo da Liga dos Campeões, competição da qual as Blues foram vice-campeões em 2020/21. Dessa forma, agora a equipe terá a grande missão de dar a volta por cima nas competições nacionais e correr atrás dos títulos que ainda estão dentro das possibilidades.
Em suma, a mudança de esquema tático por Hayes, somado a desfalques importantes e ao impacto das variantes do coronavírus na dinâmica do futebol inglês são muitos os fatores que explicam os desempenhos recentes e que levantam a questão: o que vem pela frente para o Chelsea Women na segunda metade da temporada?
Inconsistência marcou a primeira metade da temporada
Com tudo que foi conquistado durante a temporada 2020/21 as expectativas eram altas para Hayes e suas comandadas. Em especial em relação à Liga dos Campeões, competição em que as Blues foram finalistas pela primeira vez na história do clube.
No entanto, a primeira metade da temporada atual acabou com um balde de água fria: a eliminação precoce após derrota por 4-0 para o Wolfsburg Frauen. Naquela partida, o Chelsea foi bastante exposto defensivamente. Além de demonstrar a grande dificuldade de criação de boas jogadas, principalmente porque o meio campo – que sempre foi um dos pilares do time – tem pouca participação nas partidas. Por fim, a tomada de decisões erradas na hora de finalizar as jogadas criadas também foi um dos destaques.
Em suma, todos os pontos que foram os grandes destaques positivos em 2020/21 acabaram sendo perdidos. Isso, em parte, se explica pela mudança de esquema tático para esta temporada. Em outras palavras, a equipe passou a jogar com uma linha de três defensoras, com quatro meio campistas e fechando com três atacantes – em um esquema bastante parecido com o que Thomas Tuchel promove no masculino. Porém, o 3-4-3 tem se mostrado bastante problemático para o time de Hayes especificamente, por fatores de ordem diversas.
O esquema no papel
Em grande parte dos jogos, quando todas as peças disponíveis, a treinadora das Blues escala o time da seguinte forma:
Em grande parte das vezes em que é usado, o esquema de 3-4-3 é escolhido para favorecer jogas ofensivas rápidas. Nesse sentido, os três atacantes são o grande foco. E para que as jogadas favoreçam o ataque, o meio campo tem papel fundamental para controlar a posse e o ritmo de jogo. Mais ainda, uma marca desse esquema são as jogadas em profundidade pelas laterais do campo. Ou seja, por meio da atuação das alas meio-campistas.
Como consequência, a defesa tende a atuar de forma agressiva, pressionando no terço de ataque e no meio de campo. Assim, procurando retomar a posse da bola mais perto da meta adversária. Em última instância favorecendo ofensividade do esquema.
Mais ainda, uma grande marca dessa marcação é buscar concentrar as ações dos adversários no terço central do campo. Dessa forma, evitando que os oponentes se aproveitem da largura do campo para se organizarem – além disso, evitando um grande deslocamento das alas. Logo, quando bem executada, a marcação leva o time adversário a se utilizar de bolas longas e em profundidade para construir suas jogadas.
O esquema na prática
No fim das contas o 3-4-3 do Chelsea Women realmente favorece a ofensividade. Contudo, sem qualquer tipo de objetividade. Mais ainda, a formação deixa a defesa muito exposta principalmente por conta da atuação das alas. Em suma, a movimentação das jogadoras da equipe em campo se dá da seguinte maneira:
Começando pelo ataque. É o setor que melhor funciona, muito por conta da grande qualidade do trio de frente titular – e de suas substitutas. Harder e Kirby, em especial, apoiam a marcação no terço de ataque e no meio de campo. Kerr por sua vez não volta muito para fazer esse apoio, mas pressiona bastante as saídas de bola perto da pequena área.
Por outro lado, a defesa tem uma configuração bastante contestada. Muitas vezes em sistemas com três zagueiros o zagueiro central é o grande pilar do setor. Contudo, o que acontece no Chelsea é que Jess Carter fica no centro enquanto Eriksson e Bright atuam pelas laterais.
Isso porque as suas zagueiras que atuam pelas pontas acabam tendo mais mobilidade e por vezes descem para apoiar a construção das jogadas ofensivas. Principalmente por conta de suas qualidades de passe. Carter, por sua vez, não tem tanta mobilidade e por isso fica no centro da defesa e passa grande parte do tempo no terço de defesa das Blues.
No fim das contas, o arranjo das defensoras faz sentido. Só que com as descidas de Eriksson e Bright o terço defensivo fica com muitos espaços, favorecendo as adversárias. Sobretudo em jogadas de contra-ataque em velocidade. Mais ainda, esses espaços e consequentemente a exposição defensiva são ampliados por conta do funcionamento do meio de campo – que merece um destaque ainda maior.
A grande questão
O meio campo, o coração e ao mesmo tempo o grande problema do esquema no time de Emma Hayes. Em primeiro lugar, na faixa central, atuam Ji So-Yun e Melanie Leupolz. Além delas, Sophie Ingle também aparece muito nesse setor – seja na ausência da camisa 10 ou da camisa 8. Contudo, essas três jogadoras tem características muito distintas.
Ji atua muito mais como uma meia de construção, distribuindo a bola para o ataque e para suas companheiras de setor. Enquanto Leupolz é uma típica meia box-to-box, bloqueando chutes e roubando a bola, mas também conduzindo a bola em direção ao ataque.
Enfim, Ingle é muito mais defensiva – inclusive foi utilizada como zagueira em alguns jogos na temporada 2020/21. A galesa tem um pouco das características de uma meia box-to-box. Porém, sem dúvidas, tem como forte os aspectos defensivos de seu jogo. Ainda mais tendo duas zagueiras que se movimentam bastante em direção ao ataque.
Pelas alas, o time conta com Erin Cuthbert pela direita e Guro Reiten pela esquerda. Ao contrário das outras meias, essas duas apresentam características bastante parecidas. Ambas atuam muito mais ofensivamente, apresentando tanto qualidade de distribuição, como de drible, condução e finalização. Além disso, também dão suporte defensivo. Contudo, não da maneira que o 3-4-3 demanda.
Tanto Cuthbert como Reiten vão muito ao ataque e não recomponhem na hora da defesa. Com isso, as faixas laterais do campo ficam livres para serem exploradas pelas adversárias. Mais ainda, permite situações de superioridade numérica para as equipes oponentes no meio campo. Como resultado, o Chelsea tem dificuldade de impor e controlar seu ritmo de jogo. Mesmo em jogos em que possuem “favoritismo”.
Para além da tática
Em suma, os aspectos demonstram em parte as falhas no 3-4-3 da equipe de Emma Hayes que explicam o porquê de a equipe estar obtendo os resultados que estão obtendo – e não olhando para jogos isolados, mas sim para a primeira metade da temporada como um todo.
Sem o funcionamento tático das meio campistas o 3-4-3 afeta as dimensões defensiva e ofensiva. Logo, as formas como a defesa se torna exposta já foram exploradas. No ataque, somado à pouca participação das meias – em especial na distribuição das jogadas – o time tem sofrido nas suas tomadas de decisão.
Dessa forma, o Chelsea finaliza muito mas sem qualquer objetividade. Por um lado isso demonstra a qualidade individual das jogadoras uma vez que a individualidade dita uma parte considerável das jogadas construídas. Porém, é preocupante um time que chega muito ao gol estar marcando poucos gols.
Por exemplo, na derrota para o Reading pela 9ª rodada da FA WSL, as Blues finalizaram 34 vezes, com apenas cinco chutes a gol e zero gols feitos. Ainda sobre essa partida, o time teve controle durante os 90 minutos. Contudo, pecou nas ações no terço de ataque e acabou saindo derrotado.
Então, a esta altura da temporada resta reajustar o sistema de modo a solucionar a exposição defensiva e favorecer a criação de jogadas fora de um mesmo padrão falho. Ou seja, sem o comando do meio campo melhor distribuindo as jogadas. Sobretudo contando com o apoio das alas nesse sentido. Do mais, o mercado de transferências segue aberto e uma possibilidade é trazer mais jogadoras que sirvam ao novo sistema de jogo – em especial no meio de campo e na defesa.
O vai e vem do mercado
Mais uma vez o Chelsea de Emma Hayes não foi muito assunto de especulação neste mercado de transferências. Só que a equipe resolveu dar um presente de natal para os torcedores e no dia 22 de dezembro de 2021 anunciou um reforço para a metade final da temporada: Alsu Abdullina.
A jovem russa chega para atuar pela faixa esquerda do campo – seja como ala ou lateral. Em outras palavras, ela possui uma boa combinação de qualidades ofensivas e defensivas que podem servir muito bem ao esquema tático da equipe. Bem como garante uma maior profundidade ao elenco e dá a oportunidade de desenvolvimento da atleta para o presente e para o futuro.
Por que Abdullina serve ao sistema das Blues?
Mais uma vez Hayes buscou trazer uma jovem para compor seu elenco em uma fase única de seu projeto para o futebol feminino dentro do clube. Da mesma forma que a jovem russa parece ser uma peça ideal para o novo esquema adotado pela treinadora -além de ser um indício de que o 3-4-3 pode permanecer por mais tempo.
Uma das grandes características de Abdullina é sua intensidade. Dessa forma, ofensivamente, ela tem muito a agregar com velocidade. Bem como ao favorecimento da amplitude e da profundidade nas jogadas de ataque. Isso porque com seu ritmo, ela consegue puxar a marcação, abrindo espaço para que o resto do time consiga se movimentar.
Aqui, não só levando em conta o movimento das jogadoras, mas também da bola entre a equipe. Mais ainda, a velocidade da russa faz com que, por vezes, ela atue como um elemento surpresa no ataque. E não apenas pela faixa lateral esquerda, mas também pelo centro do campo – se aproveitando dos espaços deixados pela marcação adversária.
Defensivamente, a jogadora também apresenta grandes qualidades. Sobretudo em situações de 1×1 – Abdullina tem como característica marcar a jogada, de modo a dificultar ao máximo a aproximação das adversárias a sua área de ataque. Esse modo de marcação da russa se mostra muito importante para o esquema de três zagueiras, uma vez que dá mais tempo pra que a última linha se organize.
Enfim, a russa demonstra uma boa leitura de jogo. Principalmente na antecipação das jogadas. Mais um aspecto que se mostra muito importante para o Chelsea no momento, uma vez que a exposição e a fragilidade defensiva estão sendo recorrentes ao longo da temporada. Abdullina pode ter impacto imediato, além de ser uma das peças ao redor das quais o time irá se construir no futuro.
Perspectiva de novas contratações
Ao que tudo indica, a chegada da russa será a única neste mês de janeiro. No entanto, é possível que Emma e sua comissão surpreendam com algum outro nome para compor o elenco.
É verdade que nesta segunda metade da temporada o time não joga mais a Liga dos Campeões, o que diminui o interesse de jogadores em se juntar o elenco. Ainda mais com outros times importantes na disputa pelas jogadoras no mercado que ainda seguem na competição europeia. Mesmo assim, o planejamento de Hayes parece ser o mesmo: pensar a frente.
Desde a chegada da treinadora, Emma busca montar times para disputar tudo que for possível para o clube. A UWCL está fora de alcance nesta temporada, mas é desde já que se trilha o caminho para a competição na temporada 2022/23. E se possível, ganhando a liga para não passar pelas fases preliminares – que por mais que garantam mais ritmo de jogo, geram maior desgaste ao elenco. Além da FA WSL, as Blues seguem vivas em as demais competições inglesas nesta temporada. Ou seja, ainda tem muita coisa para acontecer e muito em disputa.
Em suma, a treinadora das Blues tende a ser muito pragmática em relação a montagem de seu elenco. As chegadas recentes mostram isso – em especial desde a janela de verão de 2020. Sem dúvidas, o plantel a disposição de Emma Hayes é de altíssima qualidade. Porém, ainda precisa de peças importantes para encaixarem no novo sistema do time – e para garantir profundidade sem perda de nível. Sendo assim, a busca por reforços no momento tem que ser voltada ao preenchimento das necessidades diante do novo esquema da equipe. Mesmo que não imediatamente, as carências do elenco devem ser supridas em breve.
Aposta nas jovens de Cobham
Muito além de contratações, o Chelsea tem desenvolvido suas categorias de base do futebol feminino em busca do mesmo sucesso que os times masculinos do clube. Mais uma vez, a presença de Hayes foi central para que isso acontecesse. Nesse sentido, nas últimas duas temporadas a equipe tem colhido os frutos do trabalho de formação do clube.
Apesar de já estarem integradas ao elenco principal, algumas das peças formadas no clube precisam de experiência. Logo, um movimento muito presente no clube londrino entra em jogo: o empréstimo. Ainda no início da temporada, jovens jogadoras foram emprestadas a outros clubes ingleses. Com destaque para a goleira Emily Orman (emprestada ao Crystal Palace), a zagueira Charlotte Wardlaw que se juntou ao Liverpool e a atacante Aggie Bever-Jones, emprestada ao Bristol. Além disso, a lateral Jorja Fox seguiu em empréstimo para o Charlton neste mês de janeiro e fica até o fim da temporada.
Com isso, essas jovens peças ganham mais minutos e têm mais oportunidades de se desenvolverem. Não só individualmente, mas também na liga inglesa, que demanda muito a parte física e a intensidade. Dessa forma, o trabalho da base se soma às jovens que chegam de fora e criam uma boa mistura entre juventude e experiência no plantel. Desde já os reflexos são sentidos e conforme o tempo passar, ao que tudo indica, muito mais frutos virão.
Pontapé inicial em 2022
Como dito anteriormente, a estreia do Chelsea Women neste ano aconteceu apenas na última quarta-feira (19). Fora de casa, Emma Hayes e suas comandadas derrotaram o West Ham pelo placar de 4-2, conquistando a classificação para as semi-finais da copa da liga. Sendo assim, a equipe segue em busca do bicampeonato da competição.
No primeiro tempo, ficou evidente que o time estava sem qualquer ritmo. Afinal, ficaram pouco mais de um mês sem jogar. Somado a isso, a equipe contou com desfalques importantes como Magda Eriksson e Melanie Leupolz – a sueca está se recuperando de lesão enquanto a alemã se recupera do covid. Mais ainda, Sam Kerr e Ji So-Yun estão representando suas seleções na Copa da Ásia Feminina. Além de Lauren James e Maren Mjelde que seguem fora em fase final de recuperação de suas lesões.
Logo, as Blues entraram em campo no 3-4-3 com Ann Katrin-Berger no gol e Aniek Nouwen, Millie Bright e Jess Carter na linha de zaga. No meio, Sophie Ingle e Jessie Fleming atuaram pela faixa central enquanto Jonna Andersson e Erin Cuthbert cubriram as alas. Enfim, o ataque contou com Niamh Charles pela esquerda, Fran Kirby pelo meio e Pernille Harder pela direita.
O West Ham foi escalado por Ollie Harder em um 3-5-2 com Anna Leat; Grace Fisk, Lucy Parker e Gilly Flaherty; Kate Longhurst, Melissa Filis, Kateřina Svitková, Abbey-Leigh Stringer e Zaneta Wyne; Claudia Walker e Dagný Brynjarsdóttir. E a postura do time era clara: defender o quanto possível e explorar os contra-ataques e erros adversários.
Começo sofrido
Com um time bastante mexido e visivelmente sem ritmo, as Blues tiveram muitas dificuldades em construir jogadas. Principalmente com a troca de passes. Então, o time não apresentava sequência e progressão ofensiva. Mais ainda, sem contar muito com a participação das meias campistas centrais. Ao mesmo tempo, a fragilidade defensiva seguiu evidente com muitas bolas sendo perdidas na metade de defesa e com as Hammers chegando com certo perigo.
Mesmo assim, o Chelsea conseguiu abrir o placar com Pernille Harder aos 25 minutos de jogo. Após bela escapada da marcação, Jessie Fleming enfiou a bola para Fran Kirby que partiu livre do campo de defesa. A camisa 14, então, passou para a atacante dinamarquesa abrir o placar.
Já antes do gol as Hammers buscaram adiantar sua marcação a fim de forçar erros das defensoras e meias do Chelsea. Mais uma vez, antes do gol já haviam conseguido fazê-lo, mas sem aproveitar as chances. Contudo, aos 34 minutos, as rivais londrinas não deixaram a oportunidade passar:
Segundo tempo com mais cara de Chelsea
A etapa complementar começou com o placar em 1-1, mas com um cenário completamente diferente. O Chelsea conseguiu trocar mais passes e utilizar melhor suas meias – tanto centrais como as alas. Assim, conseguindo reverter um cenário muito recorrente nos jogos da equipe nesta temporada. Em outras palavras, o time criou mais e com mais objetividade. Por isso, conseguiu marcar três gols nos últimos 45 minutos de partida.
Desses três gols, Erin Cuthbert marcou o segundo e Harder marcou mais dois para fazer um hat-trick. Além disso, os tentos foram marcados em menos de 10 minutos, demonstrando a mudança na postura. Nesse sentido, a troca de passes permitiu o trabalho do time de forma que foi possível explorar as dimensões do campo. Como resultado, mais espaços ficaram evidentes para serem trabalhados pelo Chelsea, que conta com jogadoras habilidosas para tal.
Da mesma forma, ao rodar a bola, o time consegue ampliar sua gama de ferramentas na construção das jogadas. Assim, confundindo a marcação adversária e obtendo ainda mais espaços para serem explorados. Enfim, já dentro dos 10 minutos finais de jogo, o West Ham marcou seu segundo gol e fechou o placar da partida.
Lições da estreia
Acima de tudo o segundo tempo demonstrou a possibilidade que o esquema de 3-4-3 tem no time caso seja explorado da forma correta. Em verdade, as Blues não precisaram de muita intensidade defensiva, uma vez que o West Ham não apresentou grandes perigos fora de situações de jogo geradas por erros do próprio Chelsea. No entanto, com a movimentação de bola e um ritmo um pouco mais intenso, o time demonstrou tudo que se esperava para garantir a vaga nas semi-finais.
Além disso, para as próximas partidas alguns nomes estarão de volta, dando ao time mais opções no banco e a forma mais habitual que tomou até o momento. Também é possível que Abdullina comece a aparecer mais, seja como titular ou com mais minutos de jogo, e que assim o time eleve ainda mais sua qualidade pelo lado direito.
No entanto, a primeira partida do ano mais uma vez reforçou o grande alerta para a defesa. As descidas das defensoras não podem ocorrer em qualquer situação. Por um lado, a subida das alas para compor a linha de defesa quando uma das zagueiras avança ao ataque está muito melhor. Em outras palavras, tem acontecido mais conforme o time foi jogando. Em jogos passados, por exemplo, o Chelsea ficava com duas defensoras na última linha apenas – dando ainda mais espaços na defesa.
Bem como é evidente que a leitura de jogo defensiva deve ser melhor para entender quais momentos são melhores para liberar mais as defensoras. Para que essas descidas das zagueiras aconteçam é essencial que as meio-campistas centrais estejam ativamente participando da partida para aparecerem como opção de passe ou até mesmo para recomporem na linha defensiva. Em suma, há aspectos positivos, mas muito mais pontos de atenção que devem ser trabalhados para que o esquema funcione plenamente.
Quais as expectativas para a segunda metade da temporada?
Em síntese, ainda tem muito em jogo para Emma Hayes e suas comandadas até o fim da temporada. Principalmente porque todos os títulos nacionais seguem no alcance das Blues. Porém, o primeiro passo da equipe visando não perder espaço nas disputas deve ser o melhor encaixe do esquema tático.
É nítida a melhora desde o primeiro jogo da equipe na temporada, mas não é o suficiente. Sobretudo se tratando de uma fase das campanhas em que qualquer erro pode levar à eliminação ou ao distanciamento no topo da tabela. Por um lado, o Chelsea Women tende a crescer diante das adversidades e nos momentos decisivos na temporada. Só que a grande questão se torna atuar em um esquema que segue sendo trabalhado e que ainda vai contar com a entrada de jogadoras para integrá-lo – notadamente Maren Mjelde e Lauren James.
Pelo menos a partida contra o West Ham indicou que a treinadora consegue ajustar melhor os aspectos que se apresentam ao sistema da equipe conforme o andamento das partidas. Algo que não aconteceu muito na primeira metade da temporada, como por exemplo nas partidas contra o Wolfsburg e contra o Reading já no mês de dezembro de 2021. É essencial, portanto, que o setor do meio-campo precisa aparecer e conectar com a defesa e o ataque para aumentar a efetividade e a eficiência do time.
Logo, longe de desastrosa mas também longe do ideal, ainda pode haver reviravoltas na caminhada das Blues na temporada. Sem dúvidas, a equipe construiu muito nos últimos anos e conquistou uma dominância no cenário nacional que geram maiores expectativas e cobranças internas e externas. Apesar de tudo, é evidente que essa questão é entendida e, mais ainda, que vencer é uma demanda dentro do Chelsea. Por isso, nada ainda está perdido.
Próximo compromisso
Pela 13ª rodada da FA Women’s Super League o Chelsea vai ao People’s Pension Stadium enfrentar o Brighton, com início do jogo previsto para 9h30 (horário de Brasília). As Seagulls estão em 7º lugar na tabela e chegam para a partida com seis derrotas seguidas – tanto nas copas como no campeonato. De qualquer forma, como o histórico recente indica, o time do sul da Inglaterra tende a criar muitas dificuldades para as Blues.
Logo, mesmo com a equipe londrina apresentando a vantagem no papel, muitas surpresas podem acontecer. Igualmente, pode apresentar a oportunidade perfeita para sanar algumas dificuldades do elenco, uma vez que haverá a necessidade de controlar o ritmo de jogo para que seja uma tarefa menos difícil garantir a vitória.