O empréstimo ao Aston Villa acabou, a janela de transferências fechou e Ross Barkley ficou. Um final inesperado para o meia inglês, que iniciará sua quinta temporada vinculado aos Blues. No último dia da janela, o atleta viu a negociação de empréstimo ao Burnley não avançar e o Chelsea anunciar a chegada de mais um jogador para o meio-campo, Saúl Ñíguez.
Após um início promissor de carreira, titular do Everton aos 19 anos e convocado para a Copa do Mundo em 2014, o atleta chegou ao Chelsea na janela de inverno de 2018 após uma primeira metade de temporada atrapalhada por sucessivas lesões. O jogador, então com 24 anos, chegou com bastante expectativa aos Blues, que não se concretizaram por completo. Então fica a pergunta: o que esperar do inglês?
Empréstimo ao Aston Villa
Ao longo de duas temporadas e meia em Londres, Barkley acumulou 83 aparições, sendo 51 delas como titular, mas quase sempre pelas copas nacionais. O jogador anotou ainda 10 gols e 11 assistências pelos Blues, mas sem o mesmo brilho dos tempos de Everton, até encontrar uma oportunidade de recomeço em empréstimo ao Aston Villa na última temporada.
Após um bom começo na equipe de Birmingham, o inglês quase não atuou na segunda metade da temporada. Nas palavras de Gabby Agbonlahor, ídolo do Aston Villa, Barkley parece ter perdido o interesse em estar em campo: “Ele começou muito bem, mas então foi se abatendo muito fácil. Suas performances foram realmente ruins no Aston Villa“, declarou.
A concorrência no meio-campo
De volta ao Chelsea e sem novo empréstimo, cabe ao agora camisa 18 buscar espaço para ao menos estar em campo novamente pelos Blues. Porém, as chances para o meia marcado pelo vigor físico e forte chegada ao ataque não devem surgir com facilidade.
A melhor opção para Barkley deve ser na segunda linha do encaixado 3-4-2-1 de Thomas Tuchel, onde contribuiria mais à marcação no meio de campo. Só que o setor conta com os titulares N’Golo Kanté e Jorginho, discutivelmente os maiores destaques da equipe campeã da última Champions League. Além deles, Mateo Kovačić, Saúl e até Ruben Loftus-Cheek estão mais bem cotados pelo treinador a figurarem na equipe titular.
Chances remotas no ataque
Antes de figurar no banco de reservas nas últimas duas partidas dos Blues, Barkley atuou em duas partidas da equipe na pré-temporada. No amistoso contra o Arsenal, o atleta entrou no decorrer da partida na linha ofensiva dos Blues. Entretanto, o dono dessa posição é Mason Mount, titular incontestável com Tuchel, que tem também em Hakim Ziyech e Kai Havertz opções mais confiáveis para a posição.
Diante dessa concorrência, os três gols e uma assistência da última temporada pelo Aston Villa enfraquecem o caso de Ross Barkley para receber oportunidades no ataque londrino. Sem chances no ataque e no fim da fila entre os meias defensivos, o cenário para o inglês não é agradável. Em suma, a ex-promessa inglesa deve ser figura presente somente em jogos das copas nacionais e provavelmente vindo do banco.
O que esperar então de Ross Barkley?
Em síntese, as expectativas do início da carreira de Barkley eram as melhores possíveis. Comparado a Michael Ballack e Paul Gascoigne pelo treinador que o revelou no Everton, Roberto Martinez, o jogador já surgiu precisando lidar com essa pressão, sempre inflada pela imprensa inglesa. Somado a isso, ainda chegou ao Chelsea abraçando a responsabilidade de ser o herdeiro da lendária camisa 8 de Frank Lampard.
Por fim, aos 27 anos, é seguro afirmar que Ross Barkley não conseguirá entregar tudo o que se esperava do meia. No entanto, a permanência nos Blues pode ser uma oportunidade do inglês se reinventar e pavimentar um novo caminho para a sua carreira. Se mantiver a apatia demonstrada na última temporada, Barkley viverá as duas temporadas restantes de seu contrato com o Chelsea com poucas aparições em campo.