Mais do que nunca a diretoria do Chelsea precisa agir com precisão, de forma cirúrgica para alcançar novos patamares. Depois de descermos à parte mais funda do poço da era Abramovich (na verdade das últimas duas décadas, bem antes da chegada do russo), e terminarmos em décimo na temporada passada, ressurgimos mais fortes do que nunca.
Particularmente atribuo essa mudança brusca ao homem no comando do time, que com poucas contrações, porém importantes, transformou o time apático e sem alma da temporada passada em um grupo de guerreiros com sangue nos olhos.
Antonio Conte quase conta como milagreiro, já que jogadores que foram o retrato de apresentações patéticas apenas há alguns meses atrás, hoje voltaram aos momentos de glória. Mas os cartolas do clube devem ser mais ambiciosos e está na hora de Roman Abramovich colocar a mão no bolso, apesar do pesado investimento que vai fazer no novo Stamford Bridge. Temos o cara certo, na hora certa e no lugar certo para elevarmos o Chelsea a degraus mais altos no continente.
Qualquer jogador rodado na Champions League, principalmente acostumado a chegar nas fases finais, irá apontar o Chelsea como um dos oponentes indigestos e que gostariam de evitar em confrontos de mata-mata. Nosso retrospecto, principalmente até a conquista do título em 2012 era espantável para um time ainda em ascensão no território continental.
Porém, como acontece muitas vezes com times médios – e não podemos negar que o Chelsea ainda não está no patamar de Real Madrid, Bayern e Barcelona como força continental – após a suada conquista, houve uma queda natural. No caso dos Blues, não se deve nem tanto ao relaxamento esperado após uma conquista tão aguardada. Dentre todas as vezes que o Chelsea esteve nas semifinais ou finais do torneio, a conquista veio com o time tecnicamente mais fraco.
Muitos de nossos jogadores já estavam no último lampejo de suas carreiras e jogaram como nunca para alcançar o tão sonhado troféu. Usando uma palavra clichê, mas que descreve perfeitamente a conquista, aquela Champions League foi épica.
Mas agora os tempos são outros e praticamente nenhum jogador daquele triunfo ainda está no time. As maiores estrelas do elenco atual, Eden Hazard, Diego Costa, Thibaut Courtois, dentre outros, nunca estiveram nem perto de conquistar a orelhuda pelo Chelsea. Nossas apresentações pós-conquista são no máximo medianas.
Tenho certeza que Conte ira incutir em nossos jogadores o desejo e a capacidade para chegar à gloria europeia novamente. A Juventus, time que Conte reergueu na Itália, conseguiu chegar a uma final e semifinais, na minha opinião, através do legado deixado pelo treinador. É verdade que sob o comando de Conte, a Juve deixou a desejar na UCL na temporada 2013-2014, sendo eliminada na fase de grupos contra Real Madrid, Galatasaray e o dinamarquês Copenhagen. Mas treinadores com o perfil do italiano aprendem muito na derrota e acredito que ele chegará mais preparado no próximo ano. Vale lembrar que essa será apenas a terceira vez de Conte na competição.
Mas para que Conte possa alcançar os voos que deseja no torneio mais cobiçado do mundo, é preciso que o Chelsea se reforce. Vejo os resultados e desempenho dessa temporada como overachievement. Os Blues conquistaram além da sua capacidade e contar com essa superação e também cenário favorável por uma segunda temporada, seria depender excessivamente da sorte.
Entendo que precisamos nos reforçar principalmente em quatro áreas para nos estabelecermos como força europeia: zagueiro (Gary Cahill é um bom reserva), meio-campo, pois Nemanja Matic não se coloca à altura de N’Golo Kanté e Cesc Fàbregas desempenha papel diferente. Precisamos melhorar os alas (o ideal seria dos dois lado, mas apenas um já é suficiente) já que Marco Alonso e Victor Moses apresentam deficiências significativas e por fim precisamos de alguém como Eden Hazard pela direita. Sei que talentos como o belga são difíceis de achar, mas há um abismo entre ele e os apoiadores do outro lado, Pedro e Willian.
Acredito que se trouxermos nomes importantes para essas posições, principalmente no ataque, poderemos lutar com os gigantes europeus de igual para igual, pois temos um grande diferencial em relação a eles: o melhor treinador do mundo atualmente.
E para você, torcedor, quais seriam os nomes a ocupar essas posições? Vocês acham que precisamos de reforços em alguma outra? Deixe seu comentário e quem sabe talvez possamos discutir os nomes sugeridos por vocês na próxima semana.
As palavras neste texto condizem com a opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.