O jogo deste domingo entre Chelsea e Manchester City é o primeiro grande desafio dos Blues na temporada. É o duelo entre o atual campeão inglês e um time que fez a maior contratação desta janela na Inglaterra – Sterling, contratado por cifras assombrosas. Porém, antes de entrar nesta pauta, gostaria de tecer alguns comentários a respeito da polêmica da semana, que foi o comportamento de Eva Carneiro na estreia da Premier League.
É impossível não analisar toda a polêmica, as declarações de Mourinho, de diversos médicos e da FIFA, e não ficar do lado da médica do Chelsea, Eva Carneiro. A atitude dela em atender Eden Hazard foi a conduta padrão e esperada de um médico. Entretanto, Mourinho afastou Eva do banco de reservas por uma partida, e isso foi, inclusive, motivo para críticas. O escritório de advocacia inglês Irwin Mitchell, através de seu advogado Gleen Hayes, chegou a declarar que Eva poderia processar o clube.
“Não estão totalmente claros os motivos pelos quais Mourinho disse o que ele disse, mas se ele falou baseado no fato de que ela é uma mulher e não um homem e ela se sentir desconfortável por conta disso – e eu posso ver que esse poderia ser o caso, particularmente se ela foi tratada diferente pelo seu sexo – então efetivamente ela poderia apresentar uma queixa contra Mourinho e contra o clube”, você pode conferir o restante da declaração aqui.
O tema foi bastante tratado aqui no Chelsea Brasil, com diversas matérias sobre o assunto – você pode conferir todas elas clicando aqui.
Com a razão do lado de Eva, eu lhes pergunto: qual a razão para Mourinho criar e fomentar essa discussão? Alguns já diriam que o português do Chelsea foi machista e preconceituoso. Eu, por outro lado, acredito que ele quis puramente modificar o foco da partida, para outro assunto – tática diversas vezes explorada por ele.
Com o foco totalmente voltado para Eva, o técnico azul conseguiria trabalhar durante a semana sem ser pressionado pela imprensa britânica. Se essa tática é correta? Eu diria que não, mas é tão utilizada por ele, que acaba tendo o efeito desejado. E o confronto deste final de semana é bastante complicado.
Chelsea tem desafios no Etihad Stadium
Se quiser sair com a vitória, os Blues vão ter que jogar muito mais bola do que jogaram contra o Swansea. Tudo bem que o último jogo era estreia, o Chelsea teve um jogador a menos e tudo mais… Mas, mesmo assim, não dá para cometer os mesmos erros defensivos cometidos na primeira rodada.
A julgar pela expulsão de Courtois e pelos treinamentos da semana, Begovic será a única novidade na equipe azul. Isso é um acerto de Mourinho, que prioriza a repetição do time na esperança de consertar os erros defensivos. Além do que, apostar em Moses e Ramires não me parece a melhor saída.
No City, a estrela é o interminável Yaya Touré. O marfinense brilhou na estreia, jogando como segundo volante e tem que ser marcado de perto. Com ele em campo, o City alterna, facilmente e dentro da partida, de um 4-2-3-1 para um 4-1-4-1. O conceituado site inglês whoscored.com concedeu nota 8,08 para a estreia dele na Premier League, contra o West Bromwich, fora de casa. Abaixo, o mapa de calor de Touré feito pelo Diário AS.
A chave da vitória passa por neutralizar Touré e, Mourinho, nada de Ramires, ok?
Sem explicação: Ao que tudo indica, estamos perto de trazer Baba Rahman, lateral esquerdo do Augsburg. Não seria mais fácil apostar na base do que gastar rios de dinheiro em promessas estrangeiras?
Em tempo: Rodrigo Batista noticiou que a Juventus está determinada a levar Ramires e Cuadrado. Em relação ao colombiano, eu esperaria mais um pouco antes de vender. Quanto ao brasileiro, eu venderia. Ramires não joga bem desde o começo do ano passado e sua saída poderia ser interessante para o clube e para o próprio jogador.
Dica de amigo: O artigo de David Marques é uma boa pedida para quem defende mudanças na espinha dorsal dos Blues. Nele, David defende mudanças na zaga e reforços para o meio de campo. Para ler, clique aqui.
Corneta da semana: Cadê o meia, Chelsea? Já falei na coluna da semana passada e volto a bater nessa tecla: sem, ao menos, um reserva de nível para Oscar e Willian, não alcançaremos grandes objetivos. Faltam duas semanas para o fim da janela.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil
