Colunas: Omissão

De novo…

A lei do resultado se aplica a muitas ocasiões. Eu mesmo, em outros momentos, já bati na tecla de que, para avançar em uma fase de determinada competição, a “retranca” não é vergonhosa. Para quem diz que é anti-jogo, tenho pena. Faz parte do jogo, é eficaz, necessária.

Mas isso não se pode aplicar a tudo. Principalmente quando o principal jogador de seu adversário é expulso no início do jogo.

O Chelsea teve campo. Espaço para criar, para aproveitar o homem a mais. Não quis utilizá-lo. Por que? Tinha o resultado. E que era praticamente desprezível. Qualquer gol, qualquer bolinha achada, nos eliminaria. Já nos ferramos com isso na temporada passada, contra o Atlético, e vimos acontecer de novo. Mesmo com a desvantagem, o PSG foi quem criou a maior parte das chances.

Não as aproveitou, mas esteve muito perto de abrir o placar. Com Cavani, principalmente, após falha individual de Cahill. A trave ajudou. Aliás, esse é um lance que merece destaque. Após os Blues perderem a bola no campo de ataque, o meio estava aberto, e com apenas dois jogadores o PSG quase alcançou a meta. Isso porque haviam cinco jogadores enfiados dentro da área, e algum inútil ainda conseguiu errar na linha de impedimento. Cinco jogadores para marcar Cavani, enquanto Pastore teve liberdade para dar a assistência quando fosse conveniente. E tudo isso com um homem a mais.

Porém, assim como em outrora, a sorte parecia estar ao nosso lado. Mesmo não jogando absolutamente nada e sem criar uma mísera oportunidade por oitenta minutos, conseguimos um gol. Da mesma maneira que no jogo de ida, nada foi trabalhado, e na base do bate-rebate Cahill fuzilou a rede. Aí Mourinho demonstrou fraqueza.

O nosso queridíssimo rei do resultado tirou Matic e levou Zouma a campo. Nada grave, mudança até compreensível. Isso se não tivéssemos com um homem a mais. Como já dito, o campo era nosso. No momento do gol de Cahill, bastava paciência. O PSG agrediria, buscaria um gol, e o contra-ataque seria nosso. Talvez possa ter soado muito intuitivo, mas sim, essa chance era grande. Após a mudança, no entanto, o gol do PSG, pelo volume de jogo, era esperado, e ele aconteceu com David Luiz.

Na prorrogação, Mourinho tentou devolver um pouco do ímpeto ofensivo e, acreditando no passado, colocou Drogba. O nosso camisa 11 nada conseguiu fazer, mas isso não é culpa dele. Com a saída de Matic, Fàbregas ficou sobrecarregado e difilmente uma jogada de troca de passes saía. Hazard jogava sozinho e Diego Costa (juntamente com Verratti) fez do campo de futebol um ringue de luta. Merecia expulsão, e talvez seria até melhor se ela acontecesse, pois ele nada acrescentava em campo.

Apesar de todos os erros aparentes, novamente tivemos sorte. Thiago Silva, sem justificativa alguma, esticou o braço e deu um toque sutil na bola. Pênalti que Hazard, com frieza, converteu.

Após sofrer o gol, o PSG voltou a ter melhores momentos. Com um homem a menos (sempre bom frisar). Duas bolas na área em que o Chelsea tremeu. Na primeira, Thiago Silva sobrou e Courtois fez uma defesa linda. Na segunda, o alvo foi o mesmo, mas a cabeçada dessa vez foi mais precisa. Gol da classificação. Ainda haviam alguns minutos, mas já estava anunciado que nada aconteceria. O Chelsea não jogou futebol na tarde dessa quarta-feira.

Estamos longe de ser um time ruim tecnicamente. Com excessão de Ramires, obviamente. Esse merece uma coluna a parte, mas não poderia deixar de fazer um breve desabafo no espaço que aqui tenho. SUMA do Chelsea, seu lixo. Em 90% dos contra-ataques (atrapalhados, sim) que tivemos no segundo tempo, a bola caiu no pé desse jogador horroroso. Ao tentar a individualidade, proporcionou momentos pitorescos, dignos de seu futebol. É inaceitável dar campo para um jogador que parou em 2012, após o gol na Catalunha. Câncer do time.

Voltando. Temos ótimos jogadores, que permitem variações e um futebol bem jogado. Após um início estupendo de temporada, o Chelsea ficou manjado, é raro ganhar um jogo com facilidade, mesmo propondo a todo momento (quando acontece). Mourinho não mexe no seu esquema, não inova na maneira de pensar. Se não admirasse tanto o português, diria que está ficando obsoleto.

É hora de pensar. Teremos calendário, semanas de trabalho e uma Premier League para vencer. Hora de buscar soluções, de agir rápido. Perder esse campeonato, e essa altura, seria inadmissível. É preciso abrir a cabeça.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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