Não tenho acanhamento em dizer: se o Chelsea deseja manter viva a esperança de sagrar-se campeão em maio, o time precisa de reforços, caso contrário poderá depender da sorte.
Não, não quero dizer que o time que emplacou 13 vitórias seguidas não seja capaz de se manter no topo, mas o elenco do Chelsea já era pequeno no começo da temporada e se tornou menor ainda com a saída do brasileiro Oscar.
Caso o time não perca mais do que um jogador ao mesmo tempo, acredito que a equipe seja capaz de seguir obtendo os bons resultados que alcançou até aqui, após adotar o 3-4-3 e se manter firme na luta pelo título da Premier League. Porém, com o lampejo final da temporada se aproximando, lesões musculares e jogadores cumprindo suspensão pode se tornar algo mais recorrente e contar com a sorte para que isso não aconteça, especialmente envolvendo os jogadores do ataque, é um risco que Antonio Conte não deveria correr.
O time não pode ter apenas Willian ou Pedro – dependendo de quem atuar como titular – como única opção no banco de reservas para uma das posições atrás de Diego Costa. Podemos menos ainda contar com um único atacante reserva que, segundo o treinador, ainda está tendo dificuldades para se adaptar à liga. O momento não é o mais ideal para promover os meninos da base, já uma apresentação ruim numa partida decisiva poderia trazer mais dano do que progresso caso se saíssem bem. Quando o título está em jogo, experiência conta muito.
Victor Moses já mostra sinais claros de cansaço e vejamos no jogo contra o Leicester, no sábado, para ver como o nigeriano volta após uma merecida folga de 10 dias, desde a derrota para o Tottenham.
E falando do último resultado dos Blues no campeonato inglês, a derrota foi sintomática e confirmou algo que já tinha sido exposto na partida contra o Stoke City: bolas cruzadas da esquerda, no segundo pau da meta de Thibaut Courtois nos trazem dificuldades. Não se trata de uma falha tática, o problema me parece bem mais ‘simples’: Cesar Azpilicueta apesar de ser muito técnico, é baixo para os padrões de um zagueiro, especialmente na Premier League.
Com a volta de Kurt Zouma ao time, após ter jogado os 90 minutos da partida contra o Peterborough, pela Copa da Inglaterra, talvez seja o caso de quando o francês adquirir melhor condição física, que ele assuma a posição ao lado de Gary Cahill e David Luiz. Azpilicueta por sua vez poderia passar a atuar na posição que hoje Marcos Alonso e Victor Moses jogam, em quaisquer dos lados. Isso já oferece ao Chelsea um reserva para as posições de alas, outra área que não temos cobertura no banco de reservas. O capitão John Terry também pode retornar, caso esteja bem, e contribuir também para o rodízio.
Como reforço até aqui, o Chelsea contou apenas com o fim precoce do empréstimo de Nathan Aké do Bournemouth, onde vinha atuando bem e a cria da base do Chelsea oferece opções como zagueiro e ala, uma vez que já atuou como lateral no passado.
Mesmo assim, ainda restam poucas opções para as posições de frente e, em uma temporada claramente competitiva, com os seis times de maior investimento ocupando as seis primeiras posições e tropeçando pouco, não podemos arriscar. O Chelsea precisa se movimentar no ingrato mercado de janeiro e trazer pelo menos um meia e um atacante (ou um único jogador que atue bem nas duas posições) antes que a janela de inverno se feche no fim do mês. Caso isso não aconteça, é torcer para que a integridade física dos titulares se mantenha intacta e que soframos pouco – ou até mesmo nada – com suspensões até o fim do campeonato.
As palavras neste texto condizem com a opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.