Dando sequência aos posts sobre os 20 maiores ídolos do Chelsea, entramos agora no Top 10. Caso você queira conferir as posições anteriores, basta clicar aqui para ver da vigésima até a décima sexta posição. A segunda parte está disponível aqui.
10 – Eden Hazard
Liso e decisivo. O ponta esquerda entra na décima posição não apenas por sua habilidade com a bola no pé, mas também por entregar constantemente performances decisivas nessa última década. É o segundo maior garçom e o nono maior artilheiro da história do Chelsea, além de ter conquistado seis títulos.
Hazard começou a chamar atenção dos grandes clubes durante período no Lille. Na França, liderou seu time para o título inédito do Campeonato Francês, sendo eleito melhor jogador do do torneio.
A essa altura, o belga despertava interesse da maioria dos gigantes europeus. As duas equipes de Manchester também queriam o belga no elenco. Mas, o pacote oferecido pelos londrinos foi mais atrativo, e ele veio ao clube por 32 milhões de libras.
Adaptando-se a uma nova liga, ele foi o líder de assistências em 2012, com 14.
Explosão na Inglaterra
Mesmo sem títulos coletivos na segunda temporada, o então camisa 17 mostrava cada vez mais a razão de ser apontado como a próxima joia mundial. A habilidade com a bola no pé e a rapidez para executar os movimentos impressionavam. Como esquecer da vez em que ele humilhou Zabaleta, deixando o defensor do City no chão?
Sua evolução na liga foi notada e recompensada. Hazard levou para casa o prêmio de melhor jogador jovem do Campeonato Inglês. E esse era apenas o começo.
Foi na temporada 14/15 que o novo camisa 10 se colocou entre os melhores do mundo. Chamando a responsabilidade, o jogo do Chelsea passou a fluir através dele. Porém, uma peça fundamental para isso foi a chegada Diego Costa. O atacante complementava o jogo de Hazard, e vice-versa. Assim, formaram uma parceria que rendeu 39 gols e 18 assistências.
Após o gol de pênalti marcado pelo belga, os Blues foram coroados campeões ingleses com três rodadas de antecedência. Não só isso, Hazard foi eleito o melhor jogador do campeonato, provando estar dentre os melhores da atualidade.
Queda e redenção
Agora com o status de estrela, ele não conseguiu dar sequência a sua ótima forma. Durante 15/16, Hazard ficou sem balançar as redes por 30 partidas consecutivas, e os críticos apontavam o dedo para a estrela. De fato seu rendimento havia sofrido um baque. No entanto, a saída turbulenta de Mourinho afetou o vestiário. Não só isso, atletas experientes como Drogba e Petr Cech partiram, deixando o elenco carente de uma figura forte e respeitada lá dentro.
O ano poderia ser pior se não fosse pelo belga. O camisa 10 deixou o banco de reservas para marcar o gol de empate contra o Tottenham. Com isso, os rivais londrinos ficaram com o vice, enquanto o Leicester comemorava um ano histórico.
A chegada de Conte representou novos ares. Um novo sistema tático foi implantado e a parceria Hazard-Diego Costa foi reinventada e aperfeiçoada. Naquele ano, o belga anotou uma pintura inesquecível contra o Arsenal. Mesmo Kanté sendo eleito o melhor daquele ano, Hazard foi fundamental para a conquista do título inglês.
O belga ainda reservava uma última temporada de esplendor. Em seu último ano, o time parecia mais dependente de suas jogadas individuais. Ele não desapontou e marcou 21 vezes, além das 17 assistências. O carimbo de seu sucesso veio na final da Europa League, onde foi novamente decisivo para seu último título pelos Blues.
9 – Gianfranco Zola
Little Giant, Magic Box… Esses são alguns dos apelidos de Gianfranco Zola, segundo-atacante e jogador mais importante do Chelsea no final dos anos 90 e início dos anos 2000.
Muito do brilhantismo de Zola se deve por seu período no futebol italiano. Atuou ao lado de Maradona no Napoli, sendo o herdeiro da lendário camisa 10 do clube. Ainda em Nápoles, formou ótima parceria com Careca. Em 94, escolheu o Parma, onde chegou a final da Recopa Europeia, tornou-se vice-campeão italiano, venceu uma Copa Uefa e uma Supercopa Uefa.
Com a chegada de Crespo e Ancelotti, ele perdeu espaço. Foi então que decidiu ir para Inglaterra.
Início arrasador
Mesmo em baixa devido ao fracasso da Itália na Eurocopa de 96, os Blues tiveram que desembolsar 4,5 milhões de euros para contar com o italiano, segunda contratação mais cara dos Blues à época.
O impacto foi imediato. Zola não sentiu dificuldades na transição do futebol italiano para o inglês. Mesmo baixinho e franzino, superou as adversidades através de seus dribles curtos, movimentações e inteligência tática, além de ser um exímio cobrador de faltas.
Sua primeira grande atuação veio contra o Liverpool, na quarta fase da FA Cup. Os Blues perdiam por 2 a 1, até ele fuzilar o goleiro com o pé esquerdo para empatar a partida. Minutos depois, cobrou falta na cabeça de Vialli, e os londrinos venceram por 4 a 2.
Com mais atuações fascinantes de Zola, o Chelsea seguiu e bateu o Middlesbrough na final, quebrando a sina de 27 anos sem títulos de expressão. Não só isso, o italiano foi capaz de um feito histórico: ser eleito o melhor jogador da Inglaterra atuando apenas metade da temporada.
Zola e Chelsea = Casamento perfeito
O Magic Box continuou sendo peça fundamental para o Chelsea no decorrer dos anos, estando sempre entre os artilheiros. Em 99/00, ajudou o clube a obter pela primeira vez uma vaga para a UEFA Champions League.
Outra atuação memorável do camisa 25 aconteceu na Recopa Europeia, contra o Stuttgart. Uma lesão no treino, horas antes da partida, forçou o treinador Graham Rix a deixá-lo no banco. 70 minutos se passaram e Zola entrou. Em menos de 45 segundos, ele aproveitou o passe de Wise para fazer o gol do título.
Além dessa taça, o italiano conquistou outra FA Cup, uma Copa da Liga Inglesa e a Supercopa da UEFA.
Com 34 anos, Zola perdeu espaço no elenco devido à chegada de novos reforços, como Hasselbaink e Toré Andre Flo. Mesmo tendo menos tempo de jogo, em 02/03 o italiano deu um último gás, sendo o artilheiro com 16 gols, e colocando novamente o Chelsea na Champions.
Quando deixou o clube inglês, seus feitos foram reconhecidos pela Rainha Elizabeth II, que o presenteou com o título de Membro Honorário do Império Britânico.
8 – Peter Bonetti
Com 729 partidas oficias e 208 clean sheets, o goleiro Peter Bonetti é o segundo na lista dos que mais vestiram a camisa do Chelsea, sendo um dos maiores símbolos de lealdade ao clube.
O apelido “The Cat” surgiu devido a sua agilidade no gol e admiração pelo clube. Muitos o colocam como um dos mais inovadores em sua posição – foi um dos primeiros a sair e tentar agarrar bolas nos escanteios e também a usar o lançamento em profundidade com o braço. Não obstante, começou a usar uniformes verdes para ajudar a distinguir os times, e começou com o movimentou de agradecer a torcida após o jogo.
Seu sucesso em Londres rendeu convocações para duas Copas do Mundo (1966 e 1970), sendo figurante no título de 66 – Bonetti era o reserva imediato de Gordon Banks. Contudo, sua medalha foi apenas entregue em 2009, após uma disputa com a associação de jogadores (FA) que não desejava dar o prêmio para jogadores que não atuaram.
Período no Chelsea
Bonetti chegou ao Chelsea nas categorias de base, vindo do Reading. Em sua segunda temporada, o clube foi rebaixado. Mas isso durou pouco tempo. Ele, Bobby Tambling e John Hollins formavam o pilar de uma equipe jovem e promissora. Precisando da vitória contra o Sunderland para ter chances de subir, Bonetti fez a defesa crucial, garantindo o placar de um a zero. Na rodada seguinte, os Blues amassaram o Portsmouth por 7 a 0, garantindo o acesso.
Outra performance memorável foi na da FA Cup de 1970. O atual campeão Leeds dominava os Blues em Wembley, e Bonetti fez inúmeras defesas, garantindo o empate por 2 a 2. Na volta, em Old Trafford, o arqueiro teve um encontrão com o adversário, deixando seu joelho lesionado. O camisa 1 não quis sair e jogou o restante do jogo com praticamente uma perna hábil. Salvou o time em mais ocasiões, transformando-se no símbolo daquela conquista.
Foram 15 anos (1960-1975) de serviços ao clube e quatro títulos – somando suas passagens pelas bases e elenco profissional.
Encerrou seu primeiro ciclo em 1975 e foi jogar no St. Louis Star. Um ano depois, voltou ao Chelsea e ajudou a equipe a voltar a elite da Premier League em 1976/1977. Deixou o clube em 1979 e se aposentou em 1986.
Infelizmente, o lendário goleiro morreu aos 78 anos, em abril de 2020.
7 – Petr Cech
“Quando eu tinha oito anos, tivemos um jogo e nosso goleiro não apareceu. Um dos treinadores havia visto eu jogar nessa posição e ele me colocou lá.”
Mesmo com um começo inusitado, Petr Cech tomou conta do gol, conquistou quinze títulos pelo Chelsea e se tornou uma verdadeira muralha defendendo o Chelsea.
Após chamar atenção dos olheiros atuando pelo Rennes, da França, o Chelsea decidiu investir no tcheco, transformando-o até então no goleiro mais caro da história (sete milhões de libras).
A princípio, a disputa com Cudicini seria acirrada. No entanto, o concorrente sofreu uma lesão na pré-temporada, facilitando a decisão de Mourinho.
Quebrando recordes
Com a mentalidade defensiva de Mourinho, o Chelsea montou uma defesa muito sólida, resultado no título inglês. E boa parte da consistência defensiva deve ser creditada ao arqueiro.
Naquele ano, Cech quebrou o recorde de minutos consecutivos sem levar um gol, com 1024. Quando finalmente foi vazado, contra o Everton, recebeu um prêmio. Além disso, os Blues sofreram apenas 15 gols, sendo esse também um recorde. Com 21 clean sheets, recebeu a luva de ouro da Premier League
No ano do bicampeonato, Cech foi eleito pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) como o melhor goleiro do mundo. Com isso, o clube estendeu seu contrato por mais duas temporadas.
A famosa lesão na cabeça
Em outubro de 2006, na partida contra o Reading, Sthepen Hunt chocou seu joelho com a cabeça do goleiro. Após um demorado atendimento médico, Cech foi substituído por Cudicini. Minutos depois, ele saiu inconsciente, e assim, Terry foi forçado a atuar como goleiro.
Após passar por cirurgia, o goleiro afirma não lembrar do ocorrido. O acidente colocou em alerta todos da comunidade futebolística, e o debate sobre segurança no esporte começou a ganhar força.
Demorou quatro meses para que ele voltasse a atuar com a camisa do Chelsea. Porém, desse momento em diante, Cech passou a utilizar um headguard, e esse objeto passou a ser associado diretamente a sua imagem.
Angústia e êxtase na Champions League
Após passar pelos mais difíceis times da Europa, o Chelsea tinha a missão de bater o Manchester United para alcançar o grande objetivo: ser campeão europeu.
Com bastante equilíbrio, o jogo se encaminhou para os pênaltis. Tévez e Carrick converteram, assim como Ballack e Belleti. Então, chegou a vez de Cristiano Ronaldo, a grande estrela dos Red Devils. Cech não piscava. O goleiro arriscou o canto direito e fez uma das mais importantes defesas de sua carreira. O momento parecia ser dos londrinos. Até que Terry escorregou e desperdiçou a cobrança e os rivais ficaram com o título. Mais detalhes sobre essa partida você pode conferir aqui.
Foi uma ducha de água fria para todos. Todavia, Cech estava disposto a dar tudo de si para estar novamente nessa situação.
E em 2012, a redenção veio. Primeiro, na semifinal contra o Barcelona. Com a desvantagem no jogo da volta, os catalães armaram uma verdadeira blitz contra os ingleses e o arqueiro brilhou com boas defesas.
Se isso não bastasse, na final, o tcheco defendeu uma cobrança de Robben na prorrogação. Nas penalidades, ele defendeu as cobranças de Olic e Schweinsteiger. Essa conquista sacramentou o lugar de Cech entre os maiores do clube.
Com a chegada de Cuortois, ele perdeu espaço e escolheu atuar no Arsenal. Pela situação e todos os títulos e feitos, goleiro com mais clean sheets na história e sexto atleta com mais aparições pelo clube, a torcida entendeu sua decisão.
6 – Bobby Tambling
Rápido, efetivo e decisivo. O atacante Bobby Tambling é o jogador que fez mais gols em uma partida de Campeonato Inglês jogando pelo Chelsea. Cinco, na vitória de 6-2 contra o Aston Villa em 1966.
Desde pequeno, Bobby chamava atenção por sua veia artilheira. Adolescente, ele foi alvo de disputa entre Wolves, Chelsea e seu time de coração, Blackpool. No entanto, um encontro com o olheiro Jimmy Thompson e o então técnico Ted Drake foram o suficiente para convencer o rapaz em assinar com os Blues em 1957.
Contratado com apenas 15 anos, sua estreia aconteceu apenas dois anos depois. Todavia, valeu a pena esperar. Ele fez o gol decisivo na vitória de 3 a 2 contra o West Ham.
Mesmo mostrando alguns bons momentos, ele era reserva. Isso mudou quando Jimmy Greaves foi para o Milan. Dessa forma, Bobby se tornou titular da equipe.
Afirmação = Títulos?
Depois o rebaixamento em 62, Tambling passou a ser o capitão do time. Foi um das principais figuras do acesso no ano seguinte, formando parceria no ataque com Barry Bridges. Ele foi o artilheiro do time por cinco temporada consecutivas na década de 60.
Porém, o implacável atacante possui apenas um título pelos Blues: a Copa da Liga Inglesa de 1965. Naquela ocasião, ele marcou o primeiro gol do jogo de ida, que acabou 3 a 2 para o Leicester.
Nos anos seguintes, o Chelsea até brigava por taças, mas sempre pecava nas rodadas decisivas ou momentos finais. Isso explica o motivo de Bobby ter conquistado apenas uma taça com o Chelsea.
Uma das ocasiões em que o time “bateu na trave” foi na Final da FA Cup de 70, contra o Tottenham. Mesmo marcando o primeiro gol, o Chelsea não conseguia segurar os Spurs, que viraram a partida.
Após o vice contra os rivais, ele decidiu ir para o Crystal Palace. Depois, atuou na Irlanda. Apesar da falta de títulos, foram seus gols que o eternizaram como lenda. Por 47 anos, ele foi o maior marcador da história do clube. Essa marca histórica durou até 2013, quando Lampard o ultrapassou.
Mesmo atuando boa parte da carreira na segunda divisão, Bobby foi convocado três vezes para a Seleção Inglesa.