Com mais de 100 anos de história, o Chelsea se solidificou como um dos mais tradicionais clubes ingleses. Ao longo desse período, foram conquistados 33 títulos nacionais e internacionais.
Muitos jogadores de peso deixaram sua marca, e por isso decidimos elaborar um ranking com os 20 maiores ídolos da história do Chelsea. É importante ressaltar que a lista abrange somente os feitos realizados dentro de campo, excetuando-se eventuais conquistas como técnico.
A primeira parte do ranking trata dos grandes atletas do número 20 ao 16.
20 – Ramires
Desde a injeção financeira feita pelo russo Roman Abramovich, em 2004, o Chelsea herdou a fama de ser o lar dos brasileiros na Inglaterra. Alguns não provaram seu valor (Alexandre Pato e Filipe Luís). Contudo, Ramires pode ser considerado o mais notável dos brasileiros a vestir a camisa dos Blues.

O atleta carioca sempre despontou no futebol brasileiro graças ao seu vigor físico e obediência tática. Ele atua primeiramente como meio-campista central, mas já foi utilizado como meia pela direita.
As boas atuações no Cruzeiro o levaram ao Benfica em 2009. Mesmo atuando apenas uma temporada, ele conquistou seu espaço num time recheado de estrelas como Ángel Dí Maria, Pablo Aimar, Óscar Cardozo, David Luiz e o treinador Jorge Jesus.
A conquista do título português chamou a atenção dos londrinos. Por isso, no ano seguinte os Blues desembolsaram 19 milhões de libras para contratá-lo. Sua chegada foi celebrada pela torcida, e ele foi presenteado com a pesada camisa 7, sendo usada pela última vez por nada mais do que Andriy Shevchenko.
Sua primeira temporada em solos ingleses não foi muito produtiva. O brasileiro competia com Obi Mikel e Essien por um lugar entre os titulares, e acabou marcando apenas dois gols.
Foi no ano seguinte que ele viveu a melhor fase de sua carreira. Ramires desbancou seus colegas de posição, sendo titular por 48 jogos. Não só isso, mostrou ser um atleta sólido no meio-campo, ajudando nas roubadas de bola, marcação e participando das jogadas ofensivas.
A clara dedicação do atleta em campo foi recompensado com um dos gols mais importantes da história do clube.
No jogo de volta da semifinal da Champions League, o Chelsea havia jogado fora a vantagem de um gol conquistada no Stamford Bridge. Perdia por 2 a 0, com o capitão Terry sendo expulso no Camp Nou, e o Barcelona fazia uma pressão incessante. Foi então que Lampard lançou Ramires pela direita. O camisa 7 ficou na frente de Valdés e, com um toque sutil de cobertura, fez uma pintura.

O gol nos acréscimos de Torres culminou para uma partida épica. Infelizmente, o brasileiro foi amarelado e não esteve em campo no título. Todavia, foi eleito pelos companheiros como o melhor jogador da temporada.
Até 2016, quando deixou o Chelsea para o Jiangsu Suning, o camisa 7 marcou o clube com sua persistência dentro de campo e profissionalismo e humildade fora das quatro linhas.
Além da Champions, conquistou Premier League, Europa League, uma Copa da Inglaterra e também a Copa da Liga Inglesa.
Durante esse período jogando pela equipe londrina, Ramires se firmou na Seleção Brasileira, sendo convocado 42 vezes e participando de duas Copas do Mundo.
Até hoje, ele é o segundo brasileiro com mais partidas pelos Blues (251), atrás apenas de Willian.
19 – Paulo Ferreira
“Um jogador que nunca será o craque do jogo, mas sempre jogará com raça e disposição para que sua equipe saia vitoriosa”.
Foi dessa maneira que José Mourinho descreveu Paulo Ferreira. Pacato e reservado, ele pode não ter os melhores números ofensivos, mas é um exemplo de regularidade e um obstinado pela vitória.

Após duas temporadas de sucesso no Vitória de Setúbal, onde foi treinado por Jorge Jesus e conseguiu o acesso para a primeira divisão, seus serviços foram requisitados no Porto.
Lá, ele se encontrou com José Mourinho, onde aprimorou suas habilidades defensivas. Conquistou seu lugar e esteve em campo no famoso título europeu dos Dragões na temporada 02\03.
No ano seguinte, o dinheiro de Abramovich chegou aos cofres dos Blues. Tanto Mou quanto Paulo Ferreira foram contratados nesse primeiro ano de forte investimento financeiro.
A química entre eles era notável, e rendeu ótimos frutos. Sendo titular 42 vezes, o lateral contribuiu para tirar o time da fila, ganhando o Campeonato Inglês após 50 anos, sendo essa uma das conquistas mais importantes do clube. No ano seguinte, o clube assegurou o bicampeonato.

Até o final da década de 2000, Paulo era peça importante no elenco, ajudando tanto na lateral direita como esquerda. Contribuiu nas conquistas de duas Copas da Liga Inglesa (2005 e 2007), assim como na Copa da Inglaterra (2007) e Supercopa da Inglaterra.
Porém, no final da década, foi sofrendo com lesões e acabou perdendo espaço no elenco. Mesmo assim, aceitou a condição de reserva e adquiriu mais sete títulos, sendo a Champions de 2012 e a Premier League de 09/10 os principais.
Ao final da temporada 12/13, clube e atleta decidiram não prorrogar o contrato, e Paulo Ferreira decidiu aposentar-se, colocando seu nome na história do clube, sendo um dos jogadores mais importantes da década mais vitoriosa do clube.
Atualmente, o português está estudando para obter o diploma de treinador da UEFA, trabalha com os jogadores emprestados e atua como embaixador do clube.

18 – Branislav Ivanovic
Perigoso na bola aérea com um canhão na perna direita. Essas são algumas das características de Ivanovic, um guerreiro dentro de campo, que contribuiu bastante para alavancar o patamar do clube nesta última década.
O crescimento do sérvio começou no Lokomotiv Moscou. Após duas temporadas e o título da Copa da Rússia, o Chelsea investiu nove milhões de euros, fazendo dele o jogador mais caro do futebol russo.
Por ter chegado no meio da temporada 07/08 e pelo fato da liga russa fazer uma pausa durante o inverno, ele não estava com o condicionamento ideal. De tal forma, o treinador Avran Grant decidiu não utilizá-lo pelo restante da temporada.

No outro ano, a falta de confiança do treinador quase o colocou no futebol italiano sem mesmo fazer uma partida oficial pelos Blues. Ainda assim, sob o comando de Felipão, ele não conseguia ser regular, e na metade da temporada quase foi para a Fiorentina.
Sua validação veio no final da temporada, com Guus Hidink. Nas quartas-de-final da Champions, contra o Liverpool, ele marcou dois importantes gols de cabeça.
Agora com Ancelotti, Ivanovic passou a figurar mais vezes no onze inicial. Ele forneceu seis assistências na campanha do título da Premier League, além de ser eleito o melhor lateral direito da competição.
Nos anos seguintes, ele alternou entre a lateral e a zaga, mas quase sempre era titular. Não obstante, ele forneceu gols importante contra o Napoli em 2012, pela Champions League, e Liverpool na Copa da Liga de 2015.
Sua participação mais importante veio na final da Europa League em 2013, contra o Benfica. Nos acréscimos, ele acertou belo cabeceio, dando o título aos Blues.

Vale destacar que o sérvio foi vítima de um acontecimento bizarro. Em partida válida pela Premier League de 2013, no empate de 2-2 contra o Liverpool, o defensor dos Blues foi mordido pelo atacante Luis Suárez e o árbitro Kevin Friend não viu nem puniu o uruguaio.

Com 31 gols durante seu período em Stamford Bridge, ele é o segundo defensor que mais vezes foi às redes, atrás apenas de Terry. Não só isso, foi campeão nove vezes e passou dos 300 jogos pelo clube.
17 – Kerry Dixon
Chegamos ao primeiro jogador que não corresponde a era Abramovich. Alto, atlético e exímio finalizador com ambos pé, Kerry Dixon era o típico atacante dos anos 90, e sua capacidade de colocar a bola na rede jamais deverá ser questionada, tendo em vista que ele é o terceiro artilheiro do clube, com 193 gols.
Dixon iniciou sua carreira na base do Tottenham e rodou por clubes semi-profissionais até se firmar no Reading, onde marcou 51 vezes em 116 partidas.
O Chelsea precisava de um atacante desse calibre para dar o salto e sair da segunda divisão (na temporada 82/83) quase foi rebaixado para a terceira divisão). Porém, o clube passava por apertos financeiros, e o valor de 150 mil libras era alto, mas o sacrifício foi feito e o martelo batido.

O tiro da diretoria deu frutos imediatos. Na estreia, ele fez dois gols contra o Derby County, terminando a temporada com mais 30. Ele foi a estrela do time que conquistou o título da segunda divisão. Vale destacar que, no jogo de acesso (5 a 0 contra o Leeds), Dixon anotou um hat-trick.
Logo no primeiro jogo pela primeira divisão, uma pedreira: Arsenal, fora de casa. A pressão para obter um bom resultado contra os rivais londrinos era enorme. Frio como sempre foi, Dixon marcou um lindo gol de voleio na partida que terminou 1 a 1.
[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=B4QX5I-YlgY[/embedyt]Naquele ano, ele fez 24 gols terminou como artilheiro da competição junto com Gary Lineker. O Chelsea terminou em sexto, assim como na temporada seguinte.
Problemas no vestiário atrapalharam a consolidação dos Blues, e a equipe foi rebaixada novamente em 87/88. O que poderia ser uma enorme dor de cabeça se transformou em motivação para os jogadores, principalmente para Dixon, que marcou 25 gols e deu mais um título ao clube.
Com mais 26 gols na temporada 88/89, ele ajudou o Chelsea a terminar em quinto, melhor colocação na primeira divisão desde 1970.
Oitavo na lista de quantidade de jogos, Dixon foi fundamental na década de 80, recolocando o clube no mapa da Inglaterra. Sem a ajuda de jogadores como Kerry Dixon, o Chelsea não teria a fama e dinheiro que possui.
16 – John Obi Mikel
Considerado por muitos como o melhor jogador da Nigéria, Obi Mikel conquistou tudo pelo Chelsea. Mas a história poderia ser diferente.
Após se destacar no Mundial sub-17, ele foi transferido para o Lyn Oslo, da Noruega. Quando ele fez 18 anos, o Manchester United estava prestes a anunciar um acordo pelo volante. Entretanto, os clubes não haviam conversado com o agente do jogador. Além disso, o Chelsea alegava já ter um acordo com Mikel, além de ajudar na documentação do atleta.

Depois de meses de reclamações na FIFA e brigas entre clubes e agentes, ele finalmente assinou com os londrinos. Sua primeira temporada no clube foi de altos e baixos. O nigeriano faltava nos treinos e não agradava José Mourinho.
Com o decorrer da temporada, ele melhorou sua postura e conseguiu a vaga de volante pois era alto, forte e com uma qualidade incomum para distribuir e controlar o jogo. Faltava a ele apenas melhorar seu temperamento, haja visto que Mikel havia sido expulso duas vezes na temporada.
Com a saída de Makelélé e as lesões de Essien, o camisa 12 se firmou como volante defensivo. As indicações para melhor jovem do clube e melhor jogador convenceram a direção em renovar o contrato dele por mais cinco anos. De lá até sua saída foram 10 títulos para sua conta, incluindo o da Champions League, em 2012.

Apesar dos feitos históricos em Stamford Bridge, Mikel viveu momentos delicados. No começo da temporada 12/13, seu pai havia sido sequestrado, mesmo assim, ele decidiu entrar em campo e quase marcou seu primeiro gol na Premier League. Além desse episódio trágico, ele se envolveu numa discussão com o árbitro Mark Klattenburg, por supostos insultos racistas. O volante foi suspenso por três jogos e multado em 60 mil libras.
Embora tenha marcado apenas seis gols durante seus 11 anos no clube, Mikel sempre protegeu muito bem a defesa e será sempre lembrado pela torcida.