Lendo o jogo: Newcastle 0×3 Chelsea – brilho de Reece James foi suficiente para garantir um Chelsea brilhante na Premier League

O número três foi protagonista na tarde de sábado do Chelsea. Os três a zero para cima do Newcastle garantiram, além da soma de mais três pontos, o aumento da vantagem na liderança da Premier League para os mesmos três pontos. Isso porque seus perseguidores tropeçaram na rodada e os Blues souberam aproveitar.

Entretanto, embora o placar sugira uma vitória tranquila, o que se viu na prática foi um jogo enroscado, no qual os mandantes impuseram dificuldade na maior parte do tempo. Nesse sentido, o zero só saiu do placar já na parte final da partida.

Então, para entender como foi construída a vitória em St. James’ Park, é hora de ler o jogo.

(Reprodução: Getty Images)

Chelsea com muitos desfalques

Os donos da casa vieram com um 5-3-2 bem definido. Allan Saint-Maximin, principal jogador dos Magpies, tinha liberdade de movimentação em torno de Callum Wilson, o centroavante da equipe.

(Reprodução: BBC)

Enquanto isso, no Chelsea, além das ausências de Romelu Lukaku e Timo Werner, Thomas Tuchel não pôde contar com Mateo Kovacic e teve, de última hora, a baixa de Mason Mount por conta de uma indisposição.

Então, o ataque foi formado por Callum Hudson-Odoi, Hakim Ziyech e Kai Havertz. Jorginho e Kanté formaram dupla no meio-campo.

(Reprodução: BBC)

Primeiro tempo travado

Como era de se esperar, o Newcastle veio com uma postura extremamete defensiva. Isaac Hayden, Sean Longstaff e Ryan Fraser formavam um trio de meio-campo que se aproximava da linha de cinco defensores. Assim, o Chelsea tinha dificuldades para achar espaços.

Do mesmo modo, o posicionamento de Saint-Maximin e Callum Wilson era outro indicativo da postura dos visitantes. A dupla de ataque dos Magpies cumpria um importante papel defensivo, cortando as linhas de passe entre Jorginho e Kanté. Restava aos zagueiros do Chelsea, portanto, a responsabilidade de armar, mas sem sucesso.

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Embora muito errático, Ziyech era um dos que mais aparecia. Aos 28 minutos, o marroquino teve gol anulado por impedimento. Aos 33, perdeu grande chance ao completar cruzamento de Reece James na segunda trave.

Contudo, a partida seguiu em ritmo lento, com o Chelsea pouco criativo e, em contrapartida, pouco agredido. Alguns números ao final da primeira etapa ilustram bem o cenário: os Blues fecharam os 45 minutos iniciais com 75% de posse de bola, mas nenhuma finalização no alvo.

Mapa de passes das equipes evidenciam Newcastle pouco com a bola e Chelsea todo presente no campo de ataque (Reprodução: @ExpectedChelsea)

Reece James decisivo

Ambas as equipes voltaram para o segundo tempo sem alterações. Analogamente, a partida se manteve da mesma forma.

Quando o relógio já marcava 19 minutos da etapa complementar, Thomas Tuchel enfim resolveu fazer as primeiras trocas. Ruben Loftus-Cheek e Ross Barkley entraram nas vagas de Kanté e Ziyech.

No lance seguinte às mudanças, Hudson-Odoi fez boa jogada individual pela esquerda e cruzou. A defesa do Newcastle afastou, mas a bola sobrou para Reece James. Então, o ala direito dos Blues ajeitou para o pé esquerdo e acertou um chute improvável. A bola passou no único espaço que havia entre cinco defensores adversários. Golaço do Chelsea e placar aberto em St. James’ Park.

Golaço de James abriu caminho para a vitória (Reprodução: Getty Images)

Aos poucos, ia ficando clara a nova organização tática dos Blues com as mudanças de Tuchel. Havertz deixava de ser a referência e passava a formar dupla de ataque com Odoi. Barkley e Loftus-Cheek eram os meias e jogavam com liberdade para explorar os espaços gerados com a movimentação da dupla de ataque. Ambos alternavam na tarefa de infiltrar na área como elemento surpresa.

Barkley e Loftus-Cheek supriam a ausência de uma referência (Reprodução: Share My Tatics)

Com a vantagem no placar, o Chelsea passou a administrar a partida e valorizar a posse da bola. Sem ser agredido, o tempo passava com a situação controlada.

Então, aos 32, Reece James novamente apareceu. O camisa 24 pegou sobra de chute de Loftus-Cheek e, de primeira, estufou a rede dos Magpies pela segunda vez.

Mapa de calor de James indica a presença ofensiva do ala dos Blues (Reprodução: SofaScore)

Ainda houve tempo para Jorginho deixar o dele. Após pênalti sofrido por Kai Havertz, o ítalo-brasileiro converteu a cobrança e fechou o placar em 3 a 0.

(Reprodução: BBC)

Destaque individual

Todos os holofotes da partida devem ser direcionados a Reece James. Em um dia de pouca inspiração, quem apareceu para resolver foi o ala dos Blues. Pelo segundo jogo seguido, o camisa 24 deixa sua marca e, mais do que isso, mostra porque é um dos melhores do mundo em sua posição.

Versatilidade e equilíbrio são algumas das características que mais chamam a atenção em James, que se mostra capaz de defender e atacar com praticamente a mesma qualidade. Em tempo, é importante salientar que James tem somente 21 anos e uma grande margem de evolução pela frente, embora suas atuações já sejam de altíssimo nível.

Em suma, o Chelsea conquistou três pontos fundamentais na disputa pelo título inglês. Em que pese a pouca inspiração na maior parte do jogo, é preciso levar em consideração, também, os inúmeros desfalques que Tuchel teve para a partida. O fato é que, enquanto Liverpool e Manchester City tropeçaram na rodada, o Chelsea venceu e ampliou sua vantagem na ponta do campeonato.

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Article by: Marcelo Vilela