Lendo o Jogo: Chelsea 4×0 Juventus – uma noite de gala sob a magia de meninos que desafiaram a hierarquia da Velha Senhora

Espetáculo. Não há palavra melhor para descrever a noite da última terça-feira em Stamford Bridge. A goleada acachapante, que coloca o Chelsea na liderança do grupo H da Champions League, teve o brilho de garotos que se mostram cada vez mais preparados para o protagonismo.

Com domínio absoluto ao longo dos 90 minutos, os Blues transformaram um jogo que poderia ser difícil, em passeio. E, para entender como se desenhou o resultado em Londres, é hora de ler o jogo.

(Reprodução: Sky Sports)

Mudanças no ataque

O Chelsea veio com uma escalação bem semelhante àquela que foi utilizada contra o Leicester. As únicas diferenças foram no ataque: Hakim Ziyech e Christian Pulisic entraram nas vagas de Mason Mount e Kai Havertz.

Enquanto Havertz esteve fora por precaução após sentir a coxa no último sábado, Mount foi opção no banco de reservas. O camisa 19 dos Blues vem sendo dosado por Thomas Tuchel por conta do período que passou sem jogar.

Quem também esteve no banco foi Romelu Lukaku, pela primeira vez após um mês de ausência, desde sua lesão contra o Malmö.

(Reprodução: UEFA)

Sofrendo com desfalques como os de Chiellini e Danilo, a Juventus chegou ao Stamford Bridge com Cuadrado fazendo o papel de lateral-direito.

Com um meio-campo bastante marcador, Weston McKennie e Adrien Rabiot fariam os lados de campo, na tentativa de bloquear o jogo do adversário.

(Reprodução: UEFA)

Pressão e placar aberto

O Chelsea começou em cima da Juventus e tomou conta do jogo. Nesse sentido, os italianos não conseguiam sair da pressão e os primeiros minutos já se resumiam a um ataque contra defesa.

Taticamente, o time de Maximiliano Allegri se postava, a princípio, em um 4-4-2, com duas linhas de quatro. No entanto em determinados momentos o sistema variava para um 4-1-4-1, com Federico Chiesa compondo a segunda linha pela esquerda e Rabiot fechando por dentro.

O Chelsea, por sua vez, tentava aproximar Ziyech e Hudson-Odoi para ter mais associação pelos lados. Pulisic, que deveria ser a peça para conectar os setores com a movimentação por dentro, acabava ficando perdido entre os zagueiros.

Os Blues levavam perigo principalmente na bola parada e, na terceira jogada pelo alto, já chegou ao primeiro gol. Ziyech cobrou escanteio, a bola bateu em Antonio Rüdiger e sobrou para Trevoh Chalobah encher o pé e estufar as redes de Wojciech Szczesny, aos 24 minutos.

(Reprodução: Chelsea FC/Twitter)

Caminhos desbloqueados

Com o gol sofrido, a Juventus passou a subir a marcação e pressionar. Assim, três minutos depois, Locatelli enfiou grande bola para Morata, que encobriu Mendy. O gol parecia inevitável, até que Thiago Silva apareceu de forma espetacular para salvar quase em cima da linha.

(Reprodução: Chelsea FC)

Em contrapartida, a postura mais ofensiva dos italianos passou a gerar espaços ao Chelsea, que encontrava facilidade para escapar da pressão alta adversária. Nesse sentido, Jorginho contribuia para a organização no setor central, dando suporte aos defensores e qualificando o passe aos homens de frente.

Foi assim que, aos 36 do primeiro tempo, Odoi acionou James, com liberdade, no bico da grande área. O ala dos Blues matou no peito com categoria e encheu o pé, para grande defesa de Szczesny.

Um minuto depois, N’Golo Kanté saiu com dores musculares, dando lugar a Ruben Loftus-Cheek e assim o primeiro tempo se encaminhou para o fim.

(Reprodução: Goal.com)

Transformando vitória em espetáculo

O Chelsea voltou ao segundo tempo com o mesmo ímpeto da etapa inicial. Logo aos 3 minutos, Odoi e Zyiech tabelaram e levaram perigo.

Entretanto, o segundo gol saiu mesmo aos 11 minutos. Chilwell cruzou e a bola sobrou para Reece James que, em jogada muito semelhante à do primeiro tempo, matou no peito e encheu o pé. Dessa vez, no entanto, a batida cruzada passou por Szczesny e balançou a rede dos italianos.

Mas o ponto alto da noite em Stamford Bridge veio dois minutos mais tarde. De pé em pé, a bola passou por Rüdiger, James e Ziyech, até chegar em Loftus-Cheek na pequena área. Então, em um curto espaço entre vários adversários, o camisa 12 fez fila, limpou a jogada e serviu Hudson-Odoi, que só teve o trabalho de completar. Golaço coletivo dos Blues e êxtase em Stamford Bridge.

(Reprodução: BBC)

Posteriormente, com o jogo já definido, veio o momento de maior preocupação. Chilwell se chocou com Rabiot e caiu sentindo muitas dores no joelho direito. A suspeita é de uma lesão ligamentar, o que poderia deixar o ala fora do restante da temporada.

(Reprodução: Reuters)

Com a lesão de Chilwell, Tuchel colocou Azpilicueta pelo lado esquerdo e aproveitou para fazer mais uma série de trocas. Pulisic, Hudson-Odoi e Jorginho saíram, para as entradas de de Timo Werner, Mason Mount e Saúl Ñiguez.

Por fim, ainda houve tempo para transformar a vitória em goleada. James lançou Ziyech, que cruzou na medida para Werner completar para o gol vazio.

(Reprodução: BBC)

Destaques individuais

Já virou rotina: Reece James teve mais uma atuação de excelência e foi o grande nome do Chelsea. Além do golaço, e da participação direta em outros dois gols, exerceu a influência de sempre, em todos os momentos dos Blues no jogo.

(Reprodução: BBC)

Os três zagueiros também tiveram destaque, com atuações defensivas sólidas e participações importantes na construção ofensiva. Nesse sentido, para Chalobah cabe ainda o destaque pelo gol que abriu caminho para a vitória.

Em suma, mais do que uma bela vitória, o Chelsea deu espetáculo em Stamford Bridge. Contra um adversário frágil, mas tradicional, os garotos de Cobham tomaram conta e protagonizaram uma atuação impecável. Mais um jogo marcante de um time que parece não ter limite.

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Article by: Marcelo Vilela