Como Joga: Manchester City é o adversário do Chelsea neste sábado

O final de semana é marcado pela reedição da final da última Champions League e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Como de costume, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto também serve como “esquenta” para o duelo desta 6ª rodada na Premier League.

Mais uma semana vitoriosa do Chelsea, mas com sustos. No fim de semana passado, o time passou por cima do rival Tottenham Hotspurs sem nenhum drama. Todavia, na última quarta-feira (22), contou com muita emoção. Depois de entrar com o time reserva e empatar por 1 a 1 com o Aston Villa no tempo normal, a vaga na próxima fase da Copa da Liga foi resolvida nas penalidades máximas. Felizmente, Kepa Arrizabalaga fez uma defesa crucial e Reece James fechou a sequência de cobranças com uma bela batida no ângulo. 

Agora o foco é a Premier League. A princípio, o Chelsea é líder – junto ao Liverpool – e está classificado na EFL Cup. E agora é hora de ter um duelo ainda mais complicado. Na manhã deste sábado (25) às 8h30, os Blues recebem o Manchester City em Londres. O jogo, que acontecerá em Stamford Bridge, é a reedição da final da Champions, será válido pela 6ª rodada da PL e terá transmissão exclusiva do Star+. 

Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

O grande confronto de 20/21

Se você perguntar para qualquer torcedor, qual foi o grande confronto da última temporada, boa parte irá responder que foi Chelsea vs. Manchester City. Os times protagonizaram a final da Champions League, a semifinal da FA Cup e duas interessantes partidas na Premier League. Trata-se da “nova rivalidade” da Inglaterra?

E este duelo tem uma importância ainda maior para um personagem: Pep Guardiola. Um dos maiores técnicos da história do futebol possui alguns problemas contra o Chelsea. Em síntese, a equipe londrina é quem mais venceu Guardiola na carreira: oito triunfos, sendo quatro no Stamford Bridge, palco do jogo deste sábado.

Além disso, por causa das três derrotas na reta final da última temporada, o técnico espanhol chega pressionado a não perder por uma razão: ele nunca foi derrotado por uma equipe quatro vezes seguidas na carreira. O Chelsea de Thomas Tuchel venceu as últimas três partidas e quer vencer a quarta, para mostrar todo o seu poder. 

A partida, sem nenhum destes detalhes, já pegaria fogo por ser o primeiro duelo desde a vitória na final da Champions. Logo, com todas estas particularidades, Blues e Citizens entrarão extremamente focados no jogo de amanhã.

Uma temporada que não foi perfeita por causa do Chelsea

O grande algoz do Manchester City na última temporada tem nome, endereço e dois títulos da Champions League: o Chelsea Football Club. O poderoso time de Manchester teve uma temporada quase perfeita e perdeu apenas oito partidas. No entanto, três destas oito derrotas (37,5%) foram para o clube de Londres e, em duas oportunidades, o Chelsea acabou vencendo em mata-mata, tirando o sonho de título do rival. Logo, 2020/21 do City foi muito bom, mas o Chelsea atrapalhou.

A ótima equipe de Pep Guardiola entrou em campo 61 vezes na última temporada: venceu 47 jogos, empatou seis vezes e perdeu em oito oportunidades, tendo assim um aproveitamento de 80,3%. A equipe ainda marcou 131 gols – média superior a dois por partida – e sofreu somente 42 tentos – média inferior a um gol por jogo.

Na Premier League, o Manchester City foi dominante, ficou em primeiro com 12 pontos de vantagem para o vice-líder United e alcançou alguns números impressionantes. O time venceu 21 partidas seguidas durante a temporada, sendo 15 pela complicadíssima Premier League, ou seja, os Citizens ostentaram regularidade e talento em 20/21.

Na EFL Cup, o City foi tetracampeão da competição, mas acabou se decepcionando na reta final da temporada com duas quedas frente ao Chelsea: na semifinal da FA Cup e na final da Champions League. Hakim Ziyech e Kai Havertz foram os carrascos nestas duas decisões.

Último encontro com o City terminou na noite dos sonhos dos Blues (Foto: Alex Livesey – Danehouse/Getty Images)

Oito ou oitenta no início

O começo de temporada do Manchester City é bem curioso e pode ser resumido pela expressão popular “oito ou oitenta”. Em oito partidas, a equipe goleou quatro vezes, porém protagonizou jogos amarrados e com, no máximo, um gol outras quatro vezes. Logo, o Chelsea buscará protagonizar mais um duelo com poucos gols, sendo o único tento dos Blues, como foi na final da Champions.

Em 2021/22, o City começou com duas derrotas: Leicester, pela Supercopa da Inglaterra, e Tottenham, pela primeira rodada da Premier League, venceram o clube de Manchester por 1 a 0. Para se recuperar, os comandados de Pep Guardiola golearam o Norwich e o Arsenal por 5 a 0, e logo depois venceram o Leicester pelo simples placar de 1 a 0. 

Na sequência, o time venceu o RB Leipzig por 6 a 3 e voltou para os placares magros no último fim de semana, quando empatou com o Southampton por 0 a 0 em casa. No entanto, pela Copa da Liga, a equipe goleou o Wycombe por 6 a 1 no meio de semana e chega com moral.

No entanto, o atual quinto colocado, três pontos atrás de Chelsea e Liverpool, chega pressionado por mais uma questão: na era Guardiola, o City nunca passou duas partidas seguidas sem marcar gols na Premier League. Depois do empate sem gols com o Southampton, o time quer marcar contra o Chelsea e não sofrer nenhum tento de Lukaku e companhia – o Manchester sofreu apenas um gol na Premier League, assim como os líderes. 

Histórico do confronto

Como citado anteriormente, a última temporada foi marcante para o confronto devido aos quatro duelos, os quais contaram com uma semifinal de FA Cup e uma final de Liga dos Campeões. No entanto, os duelos entre os clubes acontecem há quase 115 anos: o primeiro jogo ocorreu em 07 de dezembro de 1907 e as equipes empataram por 2 a 2. 

Porém, depois deste empate, o Chelsea venceu duas vezes em 1908 e deu início ao seu domínio nos duelos. Em 169 partidas, os Blues venceram 71 vezes, houve 40 empates e o City saiu de campo vitorioso em 58 oportunidades. Além das três vitórias seguidas que os Blues ostentam no confronto, outro detalhe no histórico chama a atenção: nenhum dos últimos 12 jogos de Premier League terminaram empatados – cinco vitórias para os londrinos e sete triunfos do time de Manchester.

Falando dos Citizens, além de se recuperarem no histórico geral, a equipe tem dois objetivos. O primeiro é melhorar os números no recorte da Premier League, visto que, na era moderna do Campeonato Inglês, o City venceu apenas 14 jogos, enquanto o Chelsea venceu quase o dobro de vezes: 27. O outro desejo do time azul de Manchester é vencer a segunda partida seguida no Stamford Bridge, fato que não acontece na primeira divisão desde 1955.

A última vitória em casa

Para finalizar, é importante destacar a última vitória do Chelsea frente ao City no seu estádio, pois este triunfo foi importantíssimo para outro clube: o Liverpool. Com a vitória do time de Londres por 2 a 1 em 25 de junho de 2020, os Reds se tornaram campeões da Premier League, já que o City não os alcançaria mais. Um grande resultado para os Blues que foi construído com os gols de Christian Pulisic e Willian e uma enorme decepção para os Citizens.

Jogo anterior

29 de maio de 2021. O dia em que o mundo dos torcedores do Chelsea parou. O momento em que Kai Havertz dominou, passou por Ederson e tocou para o fundo das redes fará parte da memória da torcida dos Blues para sempre. Uma noite de sábado que entrou para eternidade. Um toque que resultou em uma taça e uma frase: o Chelsea é bicampeão da UEFA Champions League.

O último jogo entre Chelsea e Manchester City é inesquecível para todos. Para os Citizens, trata-se da primeira final continental disputada pelo time que fez uma bela campanha, mas encontrou o seu algoz na decisão. Já para o Chelsea, a terceira final de Champions League foi bastante comemorada por este jovem elenco e pelo seu grande personagem: Thomas Tuchel, o técnico que chegou no meio da temporada, organizou a equipe e levou o time à glória.

Em resumo, a partida foi bem tensa, visto que se tratava de uma final continental. Em todo o jogo, Chelsea e City acertaram o alvo apenas três vezes, mas os Blues estavam determinados e balançaram as redes.

Aos 39 do primeiro tempo, Thiago Silva saiu machucado e o torcedor, obviamente, ficou bastante chateado com a saída do seu grande zagueiro. No entanto, três minutos depois, o gol eterno aconteceu. Aos 42, Mason Mount dominou a bola antes do meio-campo e fez um passe primoroso encontrando Kai Havertz. O alemão deu apenas dois toques: dominou driblando o goleiro e bateu já com o gol vazio. Uma lembrança eterna. Um título inesquecível. Simplesmente, Chelsea Football Club.

Como joga?

O Chelsea venceu o Manchester City nas últimas três partidas? Sim. A equipe de Londres tem vantagem histórica? Sim. Porém, é muita hipocrisia menosprezar um adversário tão forte como os Citizens. O time treinado por Pep Guardiola é um dos melhores do mundo e é grande candidato a todos os títulos, assim como os Blues. Logo, trata-se de um confronto direto que pode acontecer em mais de uma competição neste ano também. 

Levando para a parte tática, enfrentar jogadores comandados pelo técnico espanhol é sempre uma incógnita. Pep Guardiola não tem receio de mexer na equipe e tenta se adaptar a cada partida, dependendo do adversário. Na semifinal da FA Cup de 20/21, ele optou por Raheem Sterling e Ferrán Torres centralizados, juntos de Gabriel Jesus. Não deu certo. Já na decisão da Champions, Pep escalou a sua equipe sem nenhum centroavante e sem contar com um primeiro volante mais marcador. Também não deu certo. 

O staff do City, certamente, utiliza estes erros para buscar a melhor forma de duelar com o time de Thomas Tuchel. São equívocos que podem levar a acertos e esta é a esperança dos torcedores do time azul de Manchester.

É de conhecimento de todos, mas é necessário destacar algumas características táticas do City: posse de bola, pressão no campo do adversário e tentativa intensa de imposição. Como foi visto nos últimos jogos, Thomas Tuchel encontrou um antídoto a estas ideias, porém a forma de jogo do City deve ser respeitada, já que o time joga muito bem com frequência.

Os jogadores

Logo no goleiro, o City ostenta qualidade: o brasileiro Ederson é um dos melhores do mundo. À frente do arqueiro, o Manchester conta com dois laterais com funções diferentes: Kyle Walker sobe bem menos e trabalha como um zagueiro pela direita, enquanto João Cancelo avança pela esquerda, centraliza e organiza o jogo junto ao meio-campo. Na zaga, com dúvidas sobre a condição física de Aymeric Laporte e John Stones, Pep deve contar com Nathan Aké, ex-Chelsea, e Rúben Dias, o melhor zagueiro da Europa em 2020/21.

Provável escalação do Manchester City. Foto: ShareMyTatics.com

No meio, o City, desta vez, tende a utilizar Fernandinho como primeiro volante, já que Rodri também é dúvida por questões físicas. Ao lado do experiente meio-campista brasileiro, o belga Kevin de Bruyne, outro ex-Blues, e o português Bernardo Silva organizam a equipe com muito talento e ditam o ritmo do time – İlkay Gündogan deve ficar fora. Vale destacara que De Bruyne persegue algo interessante nesta partida: ele marcou gols nas últimas três vezes que enfrentou o Chelsea na Premier League e busca o recorde de Craig Bellamy. Frente ao Newcastle, Bellamy se tornou o único jogador que marcou em quatro confrontos seguidos na PL contra um ex-clube.

Já no ataque, Pep Guardiola está optando por Gabriel Jesus pela ponta-direita e a tendência é o brasileiro incomodar bastante o ofensivo ala Marcos Alonso. Pela esquerda, o reforço milionário, Jack Grealish, é um ponta criador e gosta de chutar sempre que possível. Centralizado, Ferrán Torres deve ser o escolhido, já que o City não conta com nenhum centroavante de ofício. Ainda no ataque, o poderoso elenco dos Citizens ainda possui Phil Foden, Raheem Sterling e Riyad Mahrez, possíveis surpresas de Pep Guardiola.

A escalação

Logo, a tendência é que o Manchester City entre em campo com Ederson; Walker, Rúben Dias, Aké e Cancelo; De Bruyne, Fernandinho, Bernardo Silva; Gabriel Jesus, Ferrán Torres e Grealish.

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Article by: Pedro Bueno