Como Joga: Man United é o adversário do Chelsea na volta da FA WSL

Após duas semanas de parada para data FIFA, o campeonato feminino inglês estará de volta neste fim de semana. Sendo assim, o Chelsea Women viajará para Manchester para enfrentar as Reds neste domingo (26) às 8h30 no horário de Brasília. O confronto é válido pela 3ª rodada da FA Women’s Super League e terá transmissão no FA Player, na ESPN e no Star+ (serviço de streaming dos canais Disney).

De pronto, na véspera de cada jogo das Blues, o Chelsea Brasil, assim como faz com o masculino, traz para você um guia especial detalhando as adversárias. Este é o momento para conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Chelsea em busca de subir na classificação

Com uma vitória e uma derrota, as Blues fecharam as rodadas iniciais na sexta colocação. Por outro lado, o Manchester United está com 100% de aproveitamento no campeonato e está em terceiro lugar. Até o momento, as Reds enfrentaram o Reading e o Leicester City. 

Nesse sentido, foram cinco gols marcados e apenas um sofrido. Apesar de não serem duelos diretos contra equipes que brigam pela ponta da tabela, ainda assim são equipes que dão trabalho ao longo do campeonato. Então, sem dúvidas o United irá para a rodada em busca de continuar sua sequência de vitórias. Enquanto as Blues tentarão conquistar os três pontos para se aproximarem do topo. Portanto, o confronto deste domingo deverá ser bastante disputado, com as equipes buscando saltar na frente do placar para tornar a vitória mais fácil.

A última temporada

Depois de um começo bastante promissor, a equipe de Manchester não conseguiu manter o desempenho. Depois que subiram da FA WSL2 em 2019, a temporada 2020/21 foi a primeira concluída pelas Reds na primeira divisão do campeonato inglês.

Antes da parada do campeonato em 2020, a equipe estava na quarta colocação. Ou seja, um salto incrível para uma equipe recém promovida. Da mesma forma, por grande parte da última temporada, o United figurava entre as três melhores equipes do campeonato. Dessa forma, disputando até mesmo por uma vaga na UEFA Women’s Champions League.

No entanto, com alguns tropeços na reta final, terminaram na quarta colocação. Como resultado, não conseguindo a classificação para a competição continental. Além disso, as campanhas na Continental Cup e na FA Cup não foram muito animadoras. Sobretudo na Copa da Liga, das Reds foram eliminadas ainda na fase de grupos. Ao mesmo tempo que viram as maiores rivais, Manchester City, avançando na competição.

Na FA Cup, acabaram derrotadas pelo Leicester City na quinta rodada. O resultado foi um tanto surpreendente e acabou com as chances de título para o United na última temporada. Logo, uma temporada que parecia vir trazer surpresas para o lado vermelho de Manchester acabou sendo frustrada por tropeços dentro de campo e polêmicas nos bastidores.

Descaso do clube com o time feminino 

Com o fim da temporada, a técnica Casey Stoney anunciou sua saída do Manchester United. A treinadora foi responsável por liderar a equipe ao acesso à primeira divisão, bem como tinha conhecimento e experiência. Acima de tudo, era uma figura respeitada dentro do futebol inglês e tinha grandes ambições para o clube.

Pouco tempo depois do anúncio de Stoney, o jornal inglês Daily Mail publicou em seu site que a saída da treinadora estava ligada a insatisfações com a estrutura e com o apoio do clube à equipe feminina. Ainda mais em uma temporada que a equipe sofreu com diversas lesões.

Sendo assim, não só a treinadora, mas também as jogadoras estavam desapontadas com a forma como a diretoria e o clube estavam lidando com o time. Críticas quanto às condições dos campos de treinamento e da academia, assim como ao tratamento dado à equipe feminina ficaram em evidência. Isso tudo apesar da promessa da diretoria dos Reds em fazer melhorias para comportar melhor as equipes, em especial a feminina.

Enfim, com a realidade sendo exposta a própria torcida e o público do futebol feminino no geral começaram a reivindicar por melhores condições para o Manchester United Women. Portanto, ao que tudo indica, a temporada será de muitas mudanças para as Reds. Tanto dentro como fora de campo.

Histórico do confronto

Com algumas partidas entre Chelsea e Manchester United canceladas por conta da pandemia, são apenas quatro confrontos entre as equipes nas últimas temporadas. Assim, são quatro vitórias para as Blues e um empate. Além de buscar a sequência de 100% no campeonato, o jogo deste domingo pode representar uma vitória inédita para as Reds.

Os confrontos entre as equipes tendem a ser equilibrados em termos de placar. Em outras palavras, os jogos terminam em placares magros. Além disso, outro fator de destaque é que as Blues sempre saem dos confrontos com pelo menos um gol marcado. Por outro lado, a defesa do clube londrino foi vazada em duas oportunidades.

Katie Zelem e Melanie Leupolz disputam a bola no último confronto entre as equipes de mando das Reds (Créditos: The FA)

De acordo com o histórico entre Reds e Blues, mesmo com uma posse de bola bem distribuída, o Chelsea tende a atacar mais. Como resultado, levando mais perigo ao gol das rivais. Ao passo que as chegadas do United se deram em menor número, mas foram bem aproveitadas. No entanto, não o suficiente para garantir vitórias até o momento.

O último encontro

As equipes se enfrentaram pela última vez em janeiro de 2021 em Kingsmeadow. O jogo marcou a 12ª rodada da FA WSL e acabou com a vitória das Blues por 2-1. Pernille Harder e Fran Kirby marcaram em favor das donas da casa, enquanto Lauren James, agora no Chelsea, diminuiu o placar para as visitantes.

Durante o primeiro tempo, as Blues demonstraram toda sua capacidade ofensiva. Nesse sentido, chegaram ao gol com perigo por muitas vezes. Porém, perderam grandes oportunidades de abrir o placar. Em especial com Sam Kerr, que desperdiçou quatro chances claras de gol.

Apesar disso, aos 30 minutos de jogo, Harder abriu o placar para o Chelsea. A camisa 23 aproveitou o rebote e em meio a confusão na pequena área apenas empurrou a bola para o gol. Então, ao fim da etapa inicial, as Blues lideravam o placar por 1-0.

Pouco depois do início da etapa complementar, Casey Stoney colocou Lauren James em campo. Assim, a atacante só precisou de cinco minutos para empatar o jogo. Após uma bela jogada e uma tabela com Ella Toone, a camisa 16 das Reds acertou um chute no canto inferior da meta do Chelsea.

Em seguida, menos de cinco minutos após o empate, ‘Super Fran’ Kirby apareceu para garantir a vitória. Com um passe espetacular da goleira Ann Katrin-Berger, a camisa 14 escapou em velocidade por trás da última linha de marcação do United e apenas tirou a bola da goleira Mary Earps para marcar o segundo gol das donas da casa.

Portanto, com a vitória, a equipe londrina ultrapassou as rivais e assumiu a liderança do campeonato. Como resultado, também, o Chelsea Women igualou o recorde de jogos de invencibilidade no campeonato: àquela altura eram 31 jogos sem perder.

Como joga?

Com a saída de Stoney, o Manchester United teve a missão de buscar um novo treinador para a temporada. E acharam esse treinador em Orlando. Enfim, Marc Skinner se tornou o novo comandante das Reds e está retornando ao futebol inglês após duas temporadas comandando o Orlando Pride, time da liga americana.

Antes de ir para os Estados Unidos, Skinner esteve à frente do Birmingham City Women entre os anos de 2016 e 2019. Nesse sentido, ele não será um técnico novo no futebol feminino inglês. No entanto, as forças e as dinâmicas na FA WSL e nas outras competições sofreram algumas mudanças nos últimos anos. Inclusive, com o espaço que o Manchester United vem conquistando no país.

Blundell em ação contra o London City pela FA Cup
Blundell deixou o Chelsea nesta temporada e tem se destacado nas Reds (Foto: Federico Guerra Moran/NurPhoto – Getty Images)

Assim, ele chega para comandar um time com grandes aspirações para um futuro próximo, mas que, ao mesmo tempo, tem muitas barreiras para quebrar extracampo. Acima de tudo, chega para substituir uma treinadora que escreveu seu nome na história do clube. 

Em suma, com suas bases como treinador dentro da própria liga inglesa e com sua passagem pelo futebol americano, Marc Skinner tem boas ferramentas a seu favor. Sem dúvidas, os aspectos mentais serão essenciais para as jogadoras, ainda mais com o que acontece nos bastidores do clube. Assim como haverá necessidade de buscar os resultados dentro das quatro linhas e levar o United ao Top 3 do campeonato.

Expectativas dentro de campo

Sendo assim, levando em conta as ambições do clube, e do próprio treinador, e somado à experiência de Skinner em duas ligas completamente diferentes, a tendência é combinar os aspectos desses dois mundos e garantir adaptabilidade. 

De um lado, o futebol inglês mais técnico, do outro, o futebol americano mais físico. Dessa forma, utilizando aspectos desses dois “mundos”, o treinador das Reds será capaz de garantir um time fluido e que não seja rígido em um mesmo estilo de jogo. 

Além disso, fica nítido pelas atuações recentes e pelas falas de Skinner que se buscará um futebol ofensivo. Ou seja, um estilo de jogo que valorize a posse de bola, mas que também consiga surpreender as linhas de marcação de forma agressiva. Para que, assim, seja possível chegar ao gol e garantir vitórias.

Nesse ínterim, novas jogadoras chegaram a Manchester. Dentre elas uma velha conhecida do Chelsea, a defensora Hannah Blundell. Juntamente com Aoife Mannion, Vilde Boe Risa, Sophie Baggaley e Martha Thomas. Todos esses nomes estarão à disposição de Marc Skinner para temporada para fortalecer ainda mais seu elenco. Um time que já contava com jovens jogadoras talentosas e experientes como Ona Batlle, Ivana Fuso e Mary Earps.

Em suma, dentro de campeonatos marcados por grande poder ofensivo, a busca do novo treinador por fortalecer esse aspecto no Manchester United é central e bastante lógica. Mais ainda, combinando ter a posse de bola e trabalhar para chegar ao ataque com objetividade. Além de explorar um jogo mais físico. Logo, a expectativa é que o clube consiga se consolidar como a quarta força no futebol nacional, podendo até mesmo chegar à disputa da Champions League. 

Resultados recentes

Mesmo com poucos jogos nesta temporada, é possível observar a mentalidade ofensiva de Skinner no United. Ao mesmo tempo que a performance defensiva também chama atenção. Em síntese, os jogos foram contra equipes não tão fortes no campeonato. Porém, ainda assim, são indicativos do que o time pode alcançar ao longo da temporada:

  • Manchester United 2 x 0 Aston Villa (Pré-temporada)
  • Manchester United 2 x 0 Reading (FA WSL)
  • Leicester City 1 x 3 Manchester United (FA WSL)

Assim, foram sete gols marcados e apenas um concedido. Sobretudo em casa, o Manchester United vem tendo grandes performances defensivas: a defesa não foi vazada nos últimos 648 minutos disputados no Leigh Sports Village. 

Sob o mesmo ponto de vista, uma jogadora em especial vem se destacando no clube, em especial nos confrontos em que as Reds são mandantes. A atacante Ella Toone esteve envolvida diretamente em sete dos últimos oito gols marcados pelo United em casa. São três gols e quatro assistências para a inglesa. 

Dessa forma, com uma defesa fortalecida para temporada e, acima de tudo, com a integração entre elenco e treinador, o Manchester United tem a possibilidade de alcançar seus objetivos ao longo da temporada. Mesmo que o título ainda possa demorar para chegar, visto que a competitividade é cada vez mais forte, as Reds com certeza estarão na briga por espaço e até mesmo desafiar City, Chelsea e Arsenal na parte de cima da tabela.

Provável escalação e previsões

No confronto da última rodada, contra o Leicester, a zagueira Millie Turner acabou saindo de campo lesionada e será um desfalque para Skinner neste domingo. Fora isso, a tendência é a manutenção do mesmo esquema de 4-2-3-1 que venceu as Foxes com: Earps; Blundell, Mannion, Thorisdóttir e Batlle; Zelem e Groenen; Hanson, Staniforth e Galton; Toone.

As Reds terão no banco as meias Alessia Russo e Ivana Fuso. Apesar de jovens, ambas têm experiência em suas seleções desde as categorias de base. E são grandes apostas do United para o futuro, ambas com grandes capacidades de agregar tanto no controle da posse como na criação de jogadas e na participação em gols.

As titulares Katie Zalem e Jackie Groenen são as grandes responsáveis pela criação de jogadas e distribuição da bola na faixa central do campo. Pelas laterais, Kristy Hanson e Leah Galton poderão oferecer grande perigo ao esquema com três zagueiras do Chelsea caso consigam escapar pelos cantos com velocidade, quebrando a linha defensiva. Aproximando pelo meio no último terço, Lucy Staniforth e Toone também podem apresentar perigo. Ainda mais em situações de contra-ataque.

Por outro lado, para bater de frente com o poderoso ataque das visitantes, as Reds contarão com duas ex-Chelsea que vivenciaram bem o cotidiano do clube: Blundell e Maria Thorisdóttir. Então, esse conhecimento das jogadoras adversárias pode ser favorável para as donas da casa. 

Portanto, a tendência é que o confronto de domingo siga a lógica do equilíbrio. No entanto, caso as Blues consigam aproveitar as chances que criam, coisa que não aconteceu nos últimos encontros, é possível que a equipe de Hayes consiga furar a sólida defesa do United. Enfim, a partida será mais um indicativo da força que as equipes têm e dos objetivos que pretendem alcançar na temporada.

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Article by: Nathalia Tavares