As atuais campeãs da Women’s FA Cup entram em campo na manhã deste domingo (15) para defender seu título. Em outras palavras, o Chelsea enfrentará o Manchester City às 10h30 (horário de Brasília) em Wembley em busca de mais um troféu nesta temporada. No último fim de semana, Emma Hayes e suas comandadas conquistaram o tricampeonato da FA Women’s Super League e, agora, vai ao histórico palco do futebol inglês em busca do bicampeonato da copa – que seria o quarto na história do clube. A partida terá transmissão exclusiva no serviço de streaming Star+.
Se o Chelsea é o atual campeão, nas temporadas anteriores (2018/19 e 2019/20), quem conquistou a copa foi o City. Dessa forma, o jogo promete muito, com duas das maiores equipes do futebol feminino inglês disputando um título de muita relevância em um estádio marcante. Sem mais delongas, chegamos a mais um Como Joga e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Temporada de altos e baixos
O começo de temporada das Citizens foi desastroso. É verdade que muito disso foi por conta do grande número de desfalques na equipe de Gareth Taylor. No entanto, ainda esperava-se mais.
O time de Manchester sequer chegou à fase de grupos da Liga dos Campeões Feminina e teve muitas dificuldades nas primeiras rodadas do campeonato inglês. Foram duras derrotas para adversários, no papel, bastante inferiores, fora uma derrota por 5-0 para o Arsenal.
Com a volta de peças importantes como Ellie Roebuck, Lucy Bronze e Chloe Kelly o time começou a entrar nos trilhos. A melhora ficou evidente, em especial na Copa da Liga, competição que acabou com as Citizens campeãs após vitória por 3-1 sobre o Chelsea no início de março. Além disso, a equipe prevaleceu sob sua rival de cidade e, no fim das contas, ficou a última vaga inglesa para a Liga dos Campeões Feminina. Em síntese, o City terminou em terceiro lugar com 47 pontos – cinco a mais que o Manchester United.
Enfim, a campanha das azuis de Manchester na FA Cup foi tranquila. Na quinta rodada venceram o United por 4-1 na casa das rivais. Logo, avançaram às quartas, aplicando 4-0 no Everton. Na sequência, enfrentaram o West Ham e venceram por 4-1 para conquistar a vaga na final deste domingo.
Histórico do confronto
A final marcará o 30º encontro entre as equipes. Até aqui, são 12 vitórias das londrinas, 11 Citizens e seis empates. Nesse sentido, fica evidente um certo equilíbrio entre os times levando em conta os resultados finais. A questão é que, dentro de campo, muitas vezes esse equilíbrio não se concretiza.
Em outras palavras, os confrontos têm, em grande parte, um elevado número de gols. Da mesma forma que, em um número considerável de vezes, o vencedor bateu o rival por um placar de dois ou mais gols de diferença. Mais ainda, é um confronto presente em muitas decisões. Essa será a terceira decisão envolvendo Chelsea e Manchester City em três temporadas – sendo uma conquista para cada lado antes do jogo do fim de semana.
Por sua vez, olhando o retrospecto recente, o Chelsea leva vantagem. Nos últimos 10 jogos, são seis vitórias do time de Hayes, duas vitórias das comandadas de Taylor e dois empates. Nesse ínterim são 34 gols marcados, o que dá uma média de 3.4 gols por partida. Sendo difícil, também, ver jogos em que uma das equipes não foi vazada, o que só aconteceu em quatro oportunidades nas últimas três temporadas.
O último encontro
Chelsea e Manchester City se enfrentaram pela última vez justamente na final da Continental Cup. Apesar do ótimo início das Blues, que chegaram à ir para o intervalo liderando o placar, as Citizens dominaram o segundo tempo. Dessa forma, com gols de Caroline Weir (2) e Ellen White, o time de Manchester virou a partida e conquistou a copa da liga.
O time de Emma Hayes foi dominado no início da segunda etapa e as rivais se aproveitaram da situação. Fizeram três gols em pouco tempo e conseguiram segurar o resultado ao organizar sua defesa para impedir chegadas de perigo. Ao mesmo tempo que, quando tinham a bola, conseguiam ter o controle da posse – tanto é que a equipe de Manchester terminou a partida com 59% da posse.
Em comparação ao normal, o time de Londres finalizou pouco e pecou nas chegadas ofensivas: foram apenas oito finalizações e duas delas no alvo. Enquanto isso o City finalizou mais que o dobro de vezes (17) e finalizou no gol de Ann-Katrin Berger em oito ocasiões.
Enfim, o último encontro entre as equipes não pode servir de comparação para a final deste domingo. Porém, pode ter ensinado lições valiosas para impedir que situações vitais se repitam em Wembley. Sobretudo quanto ao comportamento da equipe em campo.
Como joga?
Com o time completo à disposição, Gareth Taylor tem muita qualidade no ataque. Lógico, que Ellen White é um dos grandes nomes da equipe e é quem tende a fazer muitos gols. Porém, com Chloe Kelly e Lauren Hemp, ou até mesmo Khadija Shaw, pelas laterais o time ganha ainda mais. Em primeiro lugar, com a possibilidade de explorar descidas pelas laterais e fechando pelo meio de campo – o que favorece a entrada frontal na pequena área.
Contudo, o favorecimento das laterais pelo ataque das Citizens é vital para que a bola chegue na área para White finalizar. Sobretudo de cabeça, que é um dos pontos fortes da camisa 9 do time de Manchester. Por outro lado, quando Shaw aparece como centroavante, as faixas laterais ajudam a alargar o campo e permitir trocas entre as jogadoras de frente.
No meio, o City conta com Georgia Stanway, Keira Walsh e Caroline Weir. Com Walsh ocupando a faixa central do meio do campo, ela é a grande responsável por distribuir a posse entre as jogadoras – e também para conduzir ao ataque caso os espaços apareçam. Por sua vez, Stanway e Weir tendem a se aproveitar do alargamento do campo. Ambas apoiam bastante as atacantes de lado, o que dá oportunidade para que Kelly ou Hemp também apareçam na pequena área para receber cruzamentos. Da mesma forma, as três meias das Citizens têm muita qualidade para puxar para dentro, driblar e finalizar.
Enfim, Ellie Roebuck é a goleira titular incontestavelmente. A jovem inglesa é peça central para a equipe, aparecendo de forma decisiva em grandes lances. Na frente de Roebuck, Lucy Bronze, Alana Kennedy, Alex Greenwood e Demi Stokes formam a linha defensiva mais utilizada pelo treinador ao longo da temporada.
Qualidade no banco
Além do XI inicial, Gareth Taylor tem nomes de peso no banco. Se White começar, Shaw estará no banco para substituí-la sem que o nível do ataque caia. E vice-versa. Como substituta para Roebuck, as Citizens têm Karima Benameur e Khiara Keating.
Para apoiar pelas pontas, em especial na defesa, mas também podendo aparecer no meio, o City conta com Ruby Mace e Julie Blakstad. A norueguesa, inclusive, foi a titular no final da temporada. Desse modo, ela pode iniciar a partida no lugar de Demi Stokes.
No meio, os grandes nomes para substituir as titulares são Filippa Angeldal e Laura Coombs. Por fim, para compor o ataque ou até mesmo o meio de campo, o time do norte da Inglaterra tem Hayley Raso. A australiana é mais uma peça que pode figurar pelos lados do campo na metade ofensiva do time e levar perigo à defesa das Blues.
Do outro lado, força total
Como Emma Hayes disse na coletiva da última sexta-feira, as londrinas irão para a partida com o time completo. Com exceção de Melanie Leupolz que estará fora por conta da gravidez, não propriamente por lesão.
Nesse sentido, como o jogo passando contra as Citizens ensinou, ter o time completo é importante. Mas a atenção defensiva é o de mais essencial. Em especial pelas faixas laterais – e acima de tudo se Hayes escalar o time em um sistema de três zagueiras. Isso porque as alas meio-campistas do Chelsea são muito presentes ofensivamente. Porém, na hora de retornar para marcar acabam deixando espaços que, se forem percebidos, sem dúvidas serão aproveitados pelo City.
Seja em um esquema com três ou quatro na linha defensiva a tendência é que as Blues tenham quatro meio campistas. Ou seja, promovendo uma superioridade numérica no setor em relação às adversárias. Portanto, isso deve ser notado e aproveitado. Ainda mais com a qualidade de condução de Ji e tendo ao seu lado Sophie Ingle, que tem como destaque boas finalizações de fora da área.
Por fim, Pernille Harder e Sam Kerr são os grandes destaques da equipe na frente. Ambas sabem muito como fazer gols e, com certeza, buscarão se impor na decisão. Destaque especial para Harder que, se possível, pode vir a atuar como um coringa, articulando as jogadas e conectando o meio com o ataque – tanto pela faixa central como pelas laterais.
Provável escalação
Mesmo tendo Fran Kirby de volta ao plantel e em condições de jogo, dada a postura de Hayes ao longo da temporada, é de se esperar que a camisa 14 comece no banco. Além disso, vale destacar que a treinadora tem boas opções para usar nas alas ou laterais e a escolha certeira somente ela pode fazer.
De qualquer forma, a expectativa é de que o Chelsea entre em Wembley com: Ann-Katrin Berger; Jess Carter, Millie Bright, Magdalena Eriksson; Erin Cuthbert, Ji So-Yun, Sophie Ingle e Jonna Andersson; Guro Reiten, Sam Kerr e Pernille Harder (3-4-3).