Como Joga: Chelsea Women enfrenta o Wolfsburg na estreia da Champions

Depois da vitória sobre o Brighton no último sábado pela FA Women’s Super League, as atenções do Chelsea Women se voltarão para a UEFA Women’s Champions League. As Blues receberão o Wolfsburg Frauen nesta quarta-feira (6) às 16h no horário de Brasília. O confronto válido pela primeira rodada da fase de grupos da competição europeia terá transmissão da DAZN.

De pronto, na véspera de cada jogo das Blues, o Chelsea Brasil, assim como faz com o masculino, traz para você um guia especial detalhando as adversárias. Este é o momento para conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Formato inédito na UWCL

Pela primeira vez na história da Women’s Champions League haverá fase de grupos. Após as fases iniciais, a competição seguirá com 16 times divididos em quatro grupos. Dessa forma, no grupo A juntamente com o Chelsea estão o Wolfsburg, a Juventus e o Servette FCCF.

Apesar do formato inédito, as Blues e as Lobas são velhas conhecidas. Em todas as participações do Chelsea Women na Champions desde 2015 as equipes se enfrentaram em algum momento durante a competição.

A última temporada

Depois da derrota para o Lyon na final da UWCL da temporada 2019/20, o Wolfsburg teve pouco tempo de preparo antes do início da temporada 20/21. Sobretudo, apenas um dia após o vice-campeonato, foi anunciada a contratação de Pernille Harder pelo Chelsea. Logo, o time perdeu uma de suas grandes referências.

Pela Frauen Bundesliga, as Lobas terminaram em segundo lugar. Acima de tudo, significou a quebra de uma sequência de quatro títulos do campeonato alemão feminino pelo time.

Do mesmo modo, teve um desempenho pior que suas grandes rivais na Champions League. Depois de vitórias convincentes nas fases anteriores, o Wolfsburg não conseguiu passar das quartas de final. Com duas vitórias históricas, o Chelsea eliminou a equipe alemã.

Harder estreou contra seu ex-clube e foi essencial para o Chelsea avançar na Champions (Créditos: Chelsea FC)

Por fim, pela Copa da Alemanha, o time foi campeão. A vitória por 1-0 em cima do Eintracht Frankfurt garantiu o sétimo título seguido na competição.

Desempenho em 2021/22 até o momento

Ao contrário do que aconteceu na temporada anterior, o Wolfsburg teve tempo para realizar jogos amistosos. Ainda mais com as movimentações do clube na pré-temporada. Em suma, ganhou com facilidade os cinco amistosos.

A campanha na Copa da Alemanha começou com uma vitória sobre o Duisburg que garantiu a classificação para a terceira rodada. Assim também, as Lobas têm um bom início no campeonato alemão. São 10 pontos dos 12 possíveis até o momento.

Além disso, por conta do vice-campeonato alemão, a equipe entrou na segunda rodada da Champions. Portanto, já estreou na competição. O adversário do Wolfsburg foi o Bordeaux e ambas as equipes garantiram bastante entretenimento para os fãs de futebol. Em casa, as Lobas venceram por 3-2. Na volta, as Girondinas venceram e também pelo placar de 3-2.

Como resultado, a decisão pela vaga na fase de grupos da UWCL foi decidida nos pênaltis. Ao passo que a equipe francesa errou todas as penalidades, a alemã marcou todos e garantiu a classificação.

Histórico do confronto

O jogo desta quarta marcará a 10ª partida entre as duas equipes. Dessa forma, dois nove encontros anteriores oito foram pela UWCL enquanto o outro foi em um amistoso em 2017.  retrospecto é amplamente favorável ao clube alemão: são seis vitórias. Além disso, são duas vitórias do Chelsea e apenas um empate.

A média de gols por partida é de 2,8. Porém, há uma ampla vantagem do Wolfsburg no quesito gols marcados. Enquanto as Lobas marcaram 17 gols, as Blues marcaram apenas nove.

Na temporada 2016/17, Wolfsburg e Chelsea se enfrentaram na semi-final da UWCL. O placar agregado de 4-1 em favor das Lobas eliminou as Blues

Por outro lado, a alta média de gols acende um alerta para as defesas. Nenhum confronto entre as equipes terminou em 0-0. Do mesmo modo, apenas em quatro encontros uma das duas equipes conseguiu um clean sheet. Em outras palavras, na maioria dos jogos entre os times ambos marcam.

Último encontro

A última partida entre Chelsea e Wolfsburg foi em março deste ano. Após a vitória por 2-1 no jogo de ida, qualquer empate ou vitória das Blues garantiria a classificação para as semifinais. E assim aconteceu.

Após um jogo seguro das Blues, a vitória por 3-0 levou o clube à penúltima fase da UWCL pela segunda vez na história. A primeira metade da etapa inicial foi bastante disputada entre as equipes. O Chelsea entrou mais ligado para a partida, mas as Lobas logo entraram no jogo e quase abriram o placar – mas Magda Eriksson evitou o que seria o gol de Ewa Pajor.

O gol das Blues saiu aos 27 minutos do primeiro tempo em uma cobrança de penalti batida por Pernille Harder. O pênalti foi originado de uma bela corrida de Sam Kerr, que foi derrubada dentro da área. Logo depois da abertura do placar, o Wolfsburg chegou com Pajor de novo.

Porém, mais uma vez, a atacante do clube alemão perdeu a chance. Enquanto o Chelsea se aproveitou. Assim, menos de cinco minutos depois do pênalti, Kerr marcou com um chute rasteiro, furando a meta defendida por Katarzyna Kierdrzynek. O placar de 2-0 deu uma boa folga para as Blues ainda antes do intervalo.

Dessa forma, precisando de pelo menos três gols, as Lobas vieram para o tudo ou nada no segundo tempo. No entanto, a defesa das Blues controlou a pressão e frustrou as esperanças das adversárias.

Por fim, já nos 10 minutos finais, Fran Kirby fechou o placar em 3-0. Consequentemente, garantindo um placar agregado de 5-1. Ainda mais que uma vitória, com o resultado final o Chelsea quebrou um tabu e finalmente eliminou as alemãs da Champions.

Como joga?

O Wolfsburg Frauen por grande parte das vezes utilizava a formação tática do 4-4-2. Ainda assim, organizações variadas como o 4-2-3-1 e o 4-4-1-1 também foram preferidas, seja para iniciar a partida ou para se adaptar aos momentos do jogo. Nesse sentido, o time comandado por Stephan Lerch apresentava uma grande capacidade de adaptação e flexibilidade tática.

A marcação-pressão é uma das marcas do time, em especial após a perda de posse de bola. Mesmo com um ataque que sai com pelo menos quatro jogadoras, quando a posse de bola é perdida há uma reação rápida para recuperá-la.

Apesar das diferentes formações utilizadas, quando o time se postava defensivamente o 4-4-2 ficava evidente. Acima de tudo por garantir estabilidade para a defesa. Nesse sentido, as meias e defensoras formavam linhas muito sólidas e que impediam a ação das adversárias. Logo, juntamente com a pressão das marcadoras, as Lobas rapidamente conseguiam recuperar a bola. Portanto, o time não passava muito tempo em situações defensivas, buscando o ataque a todo o momento.

Por outro lado, as capacidades ofensivas do clube sempre estiveram em evidência. Então, ao mesmo tempo que pode ajudar defensivamente, as descidas para o ataque no 4-4-2 eram bem fortes. As meio-campistas tinham bastante mobilidade entre si. Por um lado, permitindo descidas das laterais para apoio ofensivo. De outro, favorecendo a troca de passes com as atacantes ainda na construção das jogadas.

Outra marca do Wolfsburg de Lerch eram as descidas ao ataque por trás das linhas de marcação adversárias pelas laterais do campo. Assim, os ataques eram organizados a partir dos espaços achados nas linhas defensivas tanto no segundo como no último terço do campo. Em suma, o time explorava os espaços deixados pelas adversárias por onde conseguiam.

Novo treinador no comando

A saída de Harder antes da temporada 2020/21 afetou as formas de organização e movimentação do time. Isso porque a presença e a movimentação da dinamarquesa eram o centro das táticas e estilos de jogo.

Agora, outras duas jogadoras centrais para as Lobas deixaram o clube: a meia Ingrid Engen e a atacante Fridolina Rolfö rumaram para Barcelona. Igualmente, Stephan Lerch não é mais treinador da equipe. Nesse sentido, o clube realizou movimentações na última janela de transferências buscando nomes tanto para substituir como para reforçar o elenco.

Antes de mais nada, Tommy Stroot chega do FC Twente para assumir a posição de treinador. Apesar de passar cinco anos no clube holandês, ele faz parte da escola de treinadores alemã. Além disso, tem experiência comandando times na UWCL.

Dessa forma, com os anos no futebol da Holanda se desenvolveu como técnico e apurou suas visões sobre o jogo. Stroot tem preferência por estilos de jogo mais agressivos e rápidos, típicos do futebol alemão. A organização tática também é valorizada pelo novo treinador do Wolfsburg tanto no ataque como na defesa.

Chegadas de peso para retornar ao topo

Após duas janelas de verão com perdas de nomes importantes, o Wolfsburg teve que participar ativamente do mercado e contratar novas jogadoras. Nesse sentido, oito jogadoras chegaram para compor o elenco de Tommy Stroot e tentar retornar o clube ao topo do campeonato alemão. Bem como garantir uma boa campanha na UWCL.

O grande destaque foi o retorno de Jill Roord para a Alemanha. Após duas temporadas no Arsenal, a meio campista voltará a jogar na Bundesliga Frauen. A jogadora holandesa é bastante técnica e pode agregar muito defensiva e ofensivamente, em especial no controle e distribuição da posse de bola na faixa central do campo.

Para a defesa, duas novas contratações. A goleira Lisa Weiß chega do Aston Villa e a zagueira holandesa Lynn Wilms chega do FC Twente, assim como o novo treinador. Enquanto Weiß é experiente e será uma boa reserva para Almuth Schult, Wilms é uma jovem que já tem tempo de trabalho com Stroot. Nesse sentido, a holandesa tem grande espaço para evoluir e conquistar espaço no time titular.

Por fim, substituir uma atacante no nível de Rolfö é uma tarefa difícil. Assim, para se juntar a Pajor no ataque, as Lobas contrataram três atacantes versáteis, que podem até atuar como meias: Sandra Starke, Tabea Waßmuth e Joëlle Smits. Das recém-chegadas ao ataque, duas tem experiência jogando no futebol alemão. Por outro lado, Smits é mais uma jovem conhecida pelo treinador e que é uma aposta para o futuro.

Formações na fase anterior

Para as partidas contra o Bordeaux, o treinador do Wolfsburg apostou em duas formações táticas diferentes. Para o jogo de ida, na Alemanha, Stroot escalou o time no 4-1-4-1, com Pajor espetada no ataque. Além disso, Roord e Svenja Huth comandaram o meio campo atuando pela faixa central e ajudando nas descidas ao ataque.

Como resultado, foi quase um trio de ataque atuando mais centralizado. Por outro lado, Waßmuth e Pia-Sophie Wolter atuaram faixas laterais no meio de campo. Além disso, Lena Lattwein vinha por trás como volante. A linha de quatro defensiva foi formada por Kathrin-Julia Hendrich, Lena Oberdorf, Dominique Janssen e Joelle Wedemeyer com Weiß defendendo a meta.

Para a volta, o treinador apostou num 5-3-2 com Schult no gol. Se juntando à linha defensiva do primeiro jogo, Doorsoun-Khajeh assumiu a lateral direita. Lattwein é posicionada um pouco mais à frente e compôs o meio campo juntamente com Roord e Huth. Por fim, Pajor e Wolter comandaram o ataque.

Táticas e características expressivas

A marcação-pressão característica dos tempos de Lerch seguem presentes no estilo de jogo do Wolfsburg. Em ambos os jogos contra o Bordeaux, o clube pressionou na marcação e buscou, sempre que possível, recuperar a bola no último terço do campo. Assim, por muitas vezes a equipe alemã criou chances claras de gol após a recuperação da posse.

Além disso, as Lobas buscaram manter linhas de marcação altas. Nesse sentido, em certos momentos, a linha defensiva estava posicionada perto da intermediária. No entanto, as linhas adiantadas e a subida de duas ou três jogadoras para marcar uma mesma jogada acabam deixando espaços na defesa. Com isso, o Bordeaux conseguiu se aproveitar de contra-ataques rápidos e explorando os espaços abertos.

Quando o time francês armava jogadas de ataque em que a defesa do Wolfsburg estava bem postada, Roord e Huth ficavam um pouco afastadas esperando a oportunidade de contra-ataque. Tanto na escapada rápida de uma delas ao ataque ou para conseguir um passe para Pajor que, enquanto o time defende, fica na zona do círculo central.

Por último, um aspecto bastante evidente no time de Stroot gosta bastante de explorar cruzamentos e fazer jogadas ensaiadas em cobranças de falta e escanteio. Com um futebol bastante físico e com jogadoras condicionadas, em grande parte das vezes as Lobas levam vantagem nas jogadas aéreas e geraram perigo real à meta adversária. Inclusive, a zagueira Janssen marcou de cabeça após cobrança de falta na área ainda no jogo de ida.

Expectativas para o jogo contra o Chelsea

Sabendo do poderio de ataque das Blues, a organização defensiva será essencial para o jogo do meio de semana. A possibilidade do Chelsea se aproveitar de contra-ataques é grande, em especial com a velocidade de jogadoras como Kerr, Kirby e Harder. Nesse sentido, espaços deixados pela defesa ou momentos de desorganização defensiva podem favorecer a equipe inglesa.

Assim também, com meio campistas técnicas de ambos os lados, o segundo terço do campo deve ser bem povoado. Pode ser que haja dificuldades para troca de passes, ainda mais levando em conta que são dois times que gostam de pressionar na marcação. Então, as bolas longas e conexões diretas entre defesa e ataque podem ser uma opção.

Do lado do Chelsea é preciso tomar cuidado com as laterais do campo, pois Huth e Roord podem explorar descidas pelos lados. Da mesma forma, as defensoras devem ter calma para tocar a bola perto da meta defendida por Ann-Katrin Berger e evitar cometer erros que possam dar a posse de bola para a equipe alemã na cara do gol.

Por último, o Wolfsburg deve seguir explorando cruzamentos e jogadas aéreas que surpreendam a defesa adversária. Então, esse deve ser um ponto de atenção para Emma Hayes e suas defensoras.

Provável escalação

Levando em conta os esquemas e táticas utilizados pelo Wolfsburg Frauen até o momento na UWCL, o time deve entrar em campo na formação do 4-1-4-1. Assim, há espaço para a volante recuar e estar na mesma linha das zagueiras, formando uma linha de cinco na defesa.

Ao mesmo tempo, com quatro meio-campistas e uma atacante abre-se espaço para movimentações e trocas de passes entre as cinco jogadoras mais avançadas do time. Dessa forma, podendo desorganizar as linhas de marcação do Chelsea Women.

Portanto, as Lobas devem entrar em campo com: Schult; Hendrich, Oberdorf, Janssen e Wedemeyer; Lattwein; WaßmuthRoord, Huth e Wolter; Pajor.

Por último, vale destacar a presença de uma jogadora em particular no banco do Wolfsburg: Shanice Van de Sanden. A holandesa é bastante versátil podendo substituir Pajor no ataque ou até mesmo jogar ao lado dela. Bem como pode jogar como meio-campista pelas laterais. Sua versatilidade, visão de jogo e velocidade podem agregar ainda mais a um time já bastante ofensivo.

Com essa formação tática e levando em conta as opções no banco de reservas, Stroot deve buscar consolidar sua defesa, mas sem abrir mão do ataque. Pode ser que na quarta-feira ele surpreenda com nomes diferes ou até mesmo um esquema inicial diferente. Mas, uma coisa é certa, o Wolfsburg não vai abrir mão de atacar. Mesmo jogando fora de casa.

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Article by: Nathalia Tavares