Como Joga: Chelsea enfrenta a Juventus na Women’s Champions League

Ao passo que venceu o Leicester na FA WSL no último fim de semana, o Chelsea Women irá para Turim enfrentar a Juventus neste meio de semana. O jogo desta quarta-feira (13) é válido pela 2ª rodada da fase de grupos da UEFA Women’s Champions League. A DAZN transmitirá a partida em seu canal do Youtube, com início às 16h no horário de Brasília.

De pronto, na véspera de cada jogo das Blues, o Chelsea Brasil, assim como faz com o masculino, traz para você um guia especial detalhando as adversárias. Este é o momento para conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Panorama do grupo

Enquanto Chelsea e Wolfsburg empataram em 3-3, no outro jogo da rodada a Juventus saiu vencedora. A equipe italiana venceu o Servette pelo placar de 3-0. Logo, a classificação do Grupo A após a primeira rodada está da seguinte forma:

Créditos: UWCL/Twitter

Domínio e vitória fora de casa

No horário anterior ao jogo entre as Blues e as Lobas, a Juve enfrentou o Servette na Suíça e conquistou três pontos importantes fora de casa. Desde o início do jogo, as Bianconeras dominaram as ações ofensivas. No entanto, a posse de bola se manteve distribuída entre as equipes durante toda a partida.

Nesse sentido, ficou evidente que o Servette não entregaria o jogo de bandeja para a equipe italiana. Em outras palavras, mesmo que as jogadas ofensivas do time suíço acontecessem com menos frequência, não deixariam a Juventus controlar o ritmo do jogo.

Aos 25 do primeiro tempo, a Juve teve uma penalidade marcada a seu favor. Porém, a cobrança feita pela atacante Andrea Stašková foi defendido por Inês Pereira. A goleira portuguesa caiu bem no canto esquerdo para evitar a abertura do placar. Mesmo com o pênalti perdido, a equipe italiana seguiu atacando.

Assim, poucos minutos depois, Arianna Caruso acertou um belo voleio para botar a Juventus à frente no placar ainda antes do intervalo. No segundo tempo, a história foi a mesma. A Velha Senhora seguiu dominando as ações de ataque, enquanto o Servette chegou pouco e na maioria das vezes sem levar perigo.

Assim, com gols de Lina Hurting e Valentina Cernoia ainda na metade da etapa complementar a Juventus construiu o placar de 3-0. Sem dúvidas, a atuação da goleira portuguesa que defende o Servette foi essencial para que esse placar não fosse mais elástico.

Como resultado, a Juve ocupa a liderança isolada do grupo e ainda construiu um bom saldo de três gols. Além disso, conquistou esses primeiros pontos jogando fora de casa. Portanto, as italianas chegam para a próxima partida da UWCL com confiança e podendo abrir ainda mais vantagem na classificação.

As Bianconeras na temporada

Primeiramente, antes de chegar a fase de grupos da Champions League, a Juve passou pelas rodadas preliminares da competição. Logo, a estreia na competição europeia foi ainda em agosto com uma vitória por 12-0 sobre o Kamenica Sasa. Em seguida, venceu o St. Pölten pelo placar de 4-1. Por fim, na última fase antes dos grupos, a equipe italiana venceu o Vllaznia pelo placar agregado de 3-0.

Com a Copa da Itália Feminina ainda por começar, a única outra competição que a equipe disputa no momento é o campeonato italiano. Até o momento, seis rodadas foram disputadas na Série A e a Juventus vai para a parada da data FIFA na vice-liderança.

Da mesma forma que na Champions, a Velha Senhora venceu todas as partidas que disputou no campeonato nacional. Portanto, tem 100% de aproveitamento na temporada. Além disso, sem contar com os amistosos de pré-temporada, a equipe só sofreu dois gols até o momento. Por outro lado, marcou 23 gols. Inclusive, nesta última rodada da Série A, a Juve conquistou a marca de 30 vitórias seguidas na competição.

Campanhas em 2020/21

O time de Turim sobrou no campeonato italiano na última temporada. A Juventus venceu todas as partidas da Série A, tendo um saldo de gols de 65 ao final das 22 rodadas. Por outro lado, na Copa da Itália, a equipe caiu na semi-final para uma das grandes rivais: a Roma. Apesar do placar agregado em 3-3 depois dos jogos de ida e volta, a equipe da capital se classificou pelo critério de gols fora de casa.

Por último, na Women’s Champions League, que ainda tinha o formato antigo, a Juve foi eliminada pelo Lyon ainda na 1ª rodada (Round of 32). Apesar da partida mais equilibrada na ida, o Lyon venceu ambas as partidas conseguindo um placar agregado de 6-2 a seu favor.

Histórico do confronto

As equipes só se enfrentaram uma vez. O encontro aconteceu em um amistoso de pré-temporada em 2018, quando a Juve viajou para Londres e enfrentou as Blues em Kingsmeadow.

Naquela oportunidade, o Chelsea derrotou a equipe italiana pelo placar de 3-0 com gols de Ramona Bachmann (agora jogadora do PSG), Maren Mjelde e Fran Kirby. Após um primeiro tempo disputado, o placar foi alterado aos 43 minutos. Ramona Bachmann acertou um belo chute longo para abrir o placar em favor das donas da casa.

Do mesmo modo, a etapa complementar foi pegada. Ainda mais com a Juventus tentando empatar a partida. Se as Bianconeras falharam em conseguir o empate, por outro lado, as Blues buscaram ampliar sua vantagem.

Aos 41 do segundo tempo, Mjelde dobou a vantagem das Blues. Por fim, já nos acréscimos, Kirby fechou o placar.

Eni Aluko, que tinha acabado de trocar o Chelsea pela Juventus, disputa a bola com Maren Mjelde durante o amistoso (Créditos/Reprodução: Juventus)

Com apenas um encontro, o histórico de jogos entre as equipes não é muito amplo. Acima de tudo levando em conta que, desde 2018, muitos aspectos são diferentes. Tanto dentro de cada um dos clubes, como nas suas ligas nacionais e até mesmo na Women’s Champions League.

Portanto, o confronto entre as equipes neste meio de semana será o primeiro por competições oficiais. Bem como representa o embate entre duas equipes que vêm crescendo no cenário do futebol feminino europeu. Por fim, trazendo ainda mais significado, acontecerá no palco mais importante de todos: numa noite de Champions League.

Como joga?

O time feminino da Juventus foi formado em 2017 e, desde então, Rita Guarino estava no comando da equipe. Porém, ao final da última temporada, a treinadora anunciou que estaria deixando o clube. Assim, Joe Montemurro chega para assumir o comando da equipe.

Além do novo técnico, a equipe conta com reforços para esta temporada. Em primeiro lugar, duas novas goleiras chegaram à Turim: Pauline Peyraud-Magnin, que chega para assumir a titularidade, e Roberta Aprile, que é jovem e traz possibilidades para o futuro. Ainda mais, para reforçar a defesa chegaram as jovens Amanda Nildén e Paola Boglioni. Da mesma forma, o ataque das Bianconeras foi bastante reforçado. Nesse sentido, Federica Anghileri, Agnese Bonfantini, Sofia Cantore e Benedetta Glionna são os novos nomes ofensivos da equipe italiana. Por outro lado, jogadoras importantes como Aurora Galli e Laura Giuliani deixaram a equipe.

Portanto, Montemurro ainda está buscando o encaixe para o time. Apesar de não haver uma formação consolidada até o momento, aspectos como a ofensividade e a valorização da posse de bola estão bem presentes nas táticas presentes até agora na equipe.

O ataque da Juventus sob o comando de Montemurro

Enquanto ainda era treinador do Arsenal, o australiano preferia a formação do 4-3-3 e se beneficiava bastante da movimentação de Vivianne Miedema para construir as jogadas de ataque. Assim também, Caitlyn Foord e Beth Mead eram essenciais nas alas, contribuindo com passes e com descidas importantes.

No Arsenal, promovia uma movimentação rápida das jogadoras, se aproveitando dos espaços e das costas das linhas defensivas para criar perigo. Nesse sentido, o time conseguia criar muitas chances claras e, como resultado da construção das jogadas, aproveitava grande quantidade delas.

A Juve por sua vez, ainda sob comando de Guarino, usava a formação do 4-3-3. Dessa forma, o coletivo conseguia bons resultados e o encaixe entre as jogadoras era bastante eficiente, de forma que o time sobrou no futebol italiano nos últimos anos. Porém, no nível europeu, as italianas não obtinham o mesmo sucesso.

Além disso, o time tem suas características próprias, bem como possui um elenco formado por jogadoras experientes e talentosas. Explorar linhas defensivas é uma marca do elenco da equipe italiana. No entanto, a conclusão de jogadas era um problema.

Portanto, a movimentação ofensiva promovida por Montemurro no Arsenal tem bases sólidas para ser repetida em Turim. Obviamente não haverá uma Miedema, mas Cristina Girelli e Andrea Stašková podem atuar de forma similar a da holandesa para fins táticos. De qualquer forma, as movimentações ofensivas da Juve, em especial das jogadoras sem a bola, devem ser um ponto de atenção para as Blues durante o confronto.

Pontos de atenção na defesa

Apesar das marcas expressivas na última temporada, assim como do fato de que a Juventus só levou dois gols em todas as competições até o momento, a defesa do time tem suas fragilidades. Por exemplo, em amistoso desta pré-temporada entre a equipe italiana e o Barcelona, as Culés venceram com facilidade por 6-0.

Logo, diante de times mais ofensivos, a defesa Bianconera acaba sendo exposta. Em outras palavras, a defesa falha em se compactar e em se movimentar de forma a evitar possíveis jogadas. Nesse sentido, ataques rápidos e eficientes conseguem penetrar nas linhas defensivas da equipe. Ainda mais com linhas de marcação altas.

Sendo assim, o Chelsea pode se beneficiar das escapadas em velocidade, em especial com Pernille Harder, Sam Kerr e Fran Kirby. Da mesma forma, a movimentação entre essas três jogadoras pode vir a causar problemas para a defesa do time italiano. Por fim, passes em profundidade tanto das meias como das defensoras das Blues podem ser mais uma forma de explorar as linhas de marcação alta da Juventus.

Formações nas fases anteriores

Enquanto no campeonato italiano, Montemurro vem testando formações táticas diferentes, na UWCL ele tem apostado no esquema de 4-3-3. Porém, há uma rotação do elenco. Seja por opção do treinador ou por problemas físicos das jogadoras. Nesse sentido, as únicas duas jogadoras que estiveram em todos os jogos da Juve nesta Champions são a goleira Peyraud-Magnin e a lateral Lisa Boattin.

Além disso, o treinador tem escalado jogadoras em posições diferentes, por vezes. Por exemplo, Valentina Cernoia já atuou tanto como ala como como meia nesta campanha da competição europeia.

A formação escolhida tem favorecido bastante a ofensividade da equipe. A Juventus tem um número elevado de finalizações por jogo e parte razoável dessas finalizações leva perigo à meta adversária. Do lado da defesa, chama atenção o fato de que a equipe concedeu apenas um gol.

Em suma, antes da fase de grupos o time italiano enfrentou adversários de ligas menores. Como resultado, as italianas sobraram em todos os aspectos. O que explica as goleadas e alta eficiência defensiva. Portanto, jogo contra o Servette foi o grande primeiro teste da equipe.

Mesmo com o placar elástico, ele demorou a ser construído e em nenhum momento a Juve dominou por completo a partida. Ou seja, a equipe italiana criou muito mais. Porém, por vezes falhou na conclusão das jogadas ofensivas e por outras parou diante das defensoras e da goleira da equipe suíça. Ao contrário do que ocorreu nas fases anteriores, o nível dos times no grupo são bem próximos. Portanto, alguns aspectos e fragilidades vão acabar se ressaltando mais que antes.

Jogadoras disponíveis e provável escalação Bianconera

Depois do confronto da Juve contra a Roma pelo campeonato italiano no último dia 2 de outubro, Barbara Bonansea e Cristina Girelli sentiram dores musculares. Nesse sentido, as italianas estão sendo poupadas exatamente para o confronto contra as Blues. Portanto, Joe Montemurro terá de volta ambas as atacantes para este meio de semana.

Lista das Bianconeras disponíveis para enfrentar o Chelsea nesta quarta (Reprodução: Juventus/Twitter)

Além disso, ao que tudo indica, a formação do 4-3-3 deve seguir sendo mantida pelo treinador. Então, a equipe italiana deve entrar em campo com sua força máxima ofensiva com Bonansea pela esquerda, Girelli aparecendo pelo meio e Hurtig fechando o trio de frente pelo lado direito.

Por sua vez, o meio de campo deve ser formado por Ariana Caruso, Annahita Zamanian e Sofie Junge Pedersen. Enfim, a defesa deve ser formada por Peyraud-Magnin no gol, Lisa Boattin pela esquerda, Martina Lenzini e Cecilia Salvai na zaga e  Tuija Hyyrynen pela direita.

Seja como for, a Juventus tem grandes jogadoras no banco de reservas que podem aparecer na escalação inicial. Por exemplo, a zagueira Sara Gama e as meias Valentina Cernoia e Matina Rosucci podem aparecer entre as titulares. Do mesmo modo, Andrea Stašková e Agnese Bonfantini têm sido diferenciais para o ataque as italianas e podem estar entre as XI iniciais.

Em suma, Montemurro tem ótimas jogadoras a sua disposição e as Bianconeras podem dar um trabalho para as Blues. Ainda mais jogando em casa.

Expectativas para o confronto

É provável que Emma Hayes mantenha a formação no 3-4-3. Mesmo com as falhas que vêm acontecendo, a treinadora deve seguir apostando nessa tática. Sobretudo, se bem executado, uma defesa com três zagueiras se torna um bom esquema. Ainda mais para um time ofensivo como o Chelsea. Contudo, as falhas e erros que vêm sendo cometidos têm posto em evidência a fragilidade defensiva da equipe e devem ser um ponto de atenção.

À princípio, ambas as equipes manterão suas formações e táticas preferidas. Assim, a partida deverá ser dominada pelas ações ofensivas de ambos os lados. Porém, não será fácil para nenhum dos lados. Apesar de a Juventus chegar no confronto em um momento melhor, o Chelsea vai em busca dos três pontos para subir na classificação do grupo. 

Por outro lado, o confronto será o primeiro grande teste da Juve à nível continental nesta temporada ao enfrentar as vice-campeãs europeias. A ofensividade e a busca pelo controle da posse por parte das Blues, sem dúvida, irão incomodar um time que propõe um estilo de jogo parecido.

Então, Montemurro deverá achar uma forma para seu time parar o poderoso ataque das adversárias. Lidar com as movimentações de Kirby, Kerr e Harder será um grande desafio para a equipe italiana. Da mesma forma que o Chelsea, a Juventus deverá ter atenção da defesa tanto para não serem pegas de surpresa como para não cometerem erros defensivos.

Enfim, o meio de campo será um ponto de atenção ao longo da partida. Com a ofensividade das equipes, a construção das jogadas no terço central movimentará bastante o setor. Assim, Chelsea e Juventus deverão ter atenção para manter a posse nessa parte do campo. Por um lado, para não perder facilmente a posse de bola. Por outro, para encontrar espaços para as descidas ofensivas.

 

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Article by: Nathalia Tavares