Com o término da fantástica temporada 2011-12 para o Chelsea, onde fomos campeões da FA Cup e enfim da UEFA Champions League, as novidades aparecem aos poucos. Mas para não perder o ritmo, o Chelsea Brasil preparou uma série que irá ao ar às sextas com a análise de cada jogador do clube na temporada, com um post por cada posição.
Por mera organização dos posts, Lampard foi considerado volante e Ramires, meia. Assim, nenhum dos posts fica inchado, já que ambos atuaram nas duas posições durante a temporada.
Juan Mata
O jovem Juan Mata teve uma primeira temporada dos sonhos com os Blues. Líder de assistências, titular absoluto, eleito Player Of The Year e campeão da Champions League e da FA Cup, eleito Man Of The Match da decisão da última. Tudo isso aos 24 anos.
Contratado em Agosto de 2011, convencido por Fernando Torres a vir para o clube, recebeu a camisa 10 das mãos de Yossi Benayoun. Estreou no final do mesmo mês, entrando em confronto diante do Norwich City e marcando o terceiro gol do time: 3×1.
Mata seguiu sendo destaque do Chelsea e logo tornou-se titular, jogando como ponta esquerda no 4-3-3 de AVB. Nas fases ruins, ao lado de Ramires, era um raro jogador que se salvava, marcando gols importantes e distribuindo muitas assistências.
Com a chegada de Roberto Di Matteo, Mata passou a fazer jus a camisa 10 e passou a atuar centralizado, distribuindo o jogo. A mudança foi um dos vários motivos para o time melhorar no comando do italiano. Ele marcou logo na partida de estreia do interino, replay contra o Birmingham, embora tenha perdido um pênalti – aliás, perdera também no jogo de ida, mostrando problemas com cobranças, algo que quase pôs tudo a perder mais tarde, embora tenha convertido tento importante contra o QPR.
Mata marcou lindos gols em clássicos contra Arsenal e Manchester United, mas falhou em ser decisivo na Champions League, quando os jogadores mais experientes comandaram o time até a grande final, além do fato do time atuar mais defensivamente, o que prejudicou o jogo de Mata, que por exemplo, virou um mero marcador contra o Barcelona.
No entanto, nas semis da FA Cup, ele teve grande atuação, distribuindo assistências para Malouda e Ramires e marcando o seu gol, muito controverso.
Na final contra o Liverpool, foi eleito Man of the Match pela FA, dando assistência para o primeiro gol dos blues, marcado por Ramires. Na final da Champions, fez uma ótima partida, sendo a válvula de escape do time. Quando o Bayern abriu o placar, tudo parecia estar a perder.
Mas não. Torres conseguiu o primeiro escanteio para o Chelsea no jogo. Juan Mata fez a cobrança perfeita para Didier Drogba empatar a partida, a pouco do fim. Na disputa por pênaltis, Mata foi o primeiro a bater e desperdiçou para o Chelsea. Para sua e nossa sorte, Cech e os outros cobradores brilharam e o camisa 10 terminou sua primeiríssima temporada pelo clube já consagrado campeão da Champions League.
12 gols e 26 assistências exemplificam o quanto Juan Mata foi importante para o clube na temporada. Uma jóia, eleita no fim da temporada como Player Of The Year do Chelsea Football Club.
Melhor Momento
Na final da Champions League, o Chelsea perdia por 1×0 quando, ao apagar das luzes, Fernando Torres conseguiu o primeiro escanteio dos blues na partida. Juan Mata cobrou com perfeição, como se fosse o último, e Drogba empatou de cabeça.
Pior Momento
Na final da Champions League, Juan Mata desperdiçou a primeira cobrança da decisão por pênaltis. Para sua sorte, Cech e os outros cobradores foram perfeitos e o Chelsea saiu campeão.
Números
54 jogos
12 gols
26 assistências
Nota: 8,5
Ramires
Após uma primeira temporada com alguns problemas de adaptação, Ramires brilhou e foi, para muitos, o principal jogador do Chelsea na temporada 2011-12. Eleito em várias pesquisas o melhor brasileiro da Europa nesta temporada, Ramires mostrou-se um jogador extremamente decisivo e versátil, brilhando em momentos importantes.
Graças a novos problemas de lesões por parte de Essien, ele iniciou a temporada como titular, atuando como volante no 4-3-3 de AVB. Com bom desempenho defensivo, Ramires foi titular e não tardou para marcar seus gols, como em confrontos contra Everton, Swansea City, Genk e um importante tento de luta e garra contra o Valencia.
Suas melhores partidas eram mesmo as que atuava pela direita, aberto no 4-3-3, com AVB repetindo a experimentação que Ancelotti fez na temporada anterior, quando teve Ramires como destaque ao atuar pelo lado direito da linha de meio campo do 4-4-2. No entanto, o português mantinha o brasileiro como volante, ainda que tenha marcado duas vezes.
Quando Di Matteo assumiu, Ramires foi imediatamente efetivado como winger pela direita. E não tardou a brilhar, como no confronto contra o Napoli, na virada por 4×1, onde participou de dois gols. Aliás, um de cada lado do campo: Ramires também atuava pela esquerda quando necessário. Foi por ali que ele anulou Daniel Alves e marcou o gol do Chelsea no jogo de ida contra o Barcelona, em Stamford Bridge, em um lindo passe.
Na goleada por 5×1 sobre o Tottenham, na FA Cup, marcou um lindíssimo gol, tocando com classe na saída de Cudicini. Pouco antes, em Portugal, Ramires e Torres construíram juntos o gol de Salomon Kalou, contra o Benfica. Pela direita.
O ápice mesmo foi a partida em Camp Nou, contra o Barcelona. Com um a menos, restou a Ramires a atuar de lateral direito. Quando o time tomou 2×0, Ramires recebeu de Frank Lampard, invadiu a área e marcou o gol mais belo da temporada, ao encobrir Valdés e devolver a vaga para o Chelsea.
Ele ficou suspenso e não foi a final, em Munique, mas na final da FA Cup, fez história ao ser o primeiro brasileiro a marcar em uma final desta competição, abrindo o placar na vitória por 2×1. Também levou o prêmio de Player’s Player Of The Year (o melhor jogador, segundo os próprios jogadores) e Goal Of The Year, pelo tento marcado diante do Barcelona (prêmio que Ramires levou no ano anterior, após gol diante do Manchester City)
Tudo isso aos 25 anos.
Melhor Momento
O golaço marcado diante do Barcelona ficará para sempre na história do clube. Dispensa comentários.
Pior Momento
Na derrota por 3×1 diante do Manchester United, no primeiro turno, Ramires perdeu dois gols debaixo da trave. Assim como todo o time, melhor esquecer aquele duelo.
Números
47 jogos
12 gols
9 assistências
Nota: 9,0
Salomon Kalou
Kalou foi carta fora do baralho durante quase toda a passagem de AVB pelo Chelsea. Antes de ir disputar a Copa de Nações Africanas, cometeu um pênalti infantil em jogo contra o Valencia, o que custou o empate por 1×1. Quando Di Matteo assumiu, implementou o esquema 4-2-3-1 no Chelsea e precisava de wingers marcadores, bons fisicamente, pelos dois lados.
Ramires era este jogador, pela direita. Sturridge e Malouda tinham deficiências nas duas características (Física/Marcação) buscadas pelo italiano, então restou a Kalou a vaga de titular como winger pela esquerda. Correspondeu com boas atuações e alguns gols marcados.
O mais importante deles, contra o Benfica, em Portugal, na vitória por 1×0. Ele ainda esteve bem nas vitórias sobre Tottenham e Liverpool, que deram ao Chelsea o título da FA Cup. Nos confrontos contra Bayern e Barcelona, Kalou foi muito mais um marcador, tocando pouco na bola, mas contribuiu com esforço e correria.
Deixou o Chelsea e embora nunca tenha atingido tudo que prometeu, deixou uma boa impressão final, sendo um importante contribuidor do jogo coletivo do time na vitoriosa reta final.
Melhor Momento
Contra o Benfica, após excelente jogada de Ramires e Torres, marcou o gol que levou a vantagem para Londres. Fundamental.
Pior Momento
Na mesma competição, contra o Valencia, na fase de grupos, o Chelsea ganhava por 1×0 na Espanha. Kalou entrou e apenas tocou a mão na bola, dentro da área. Pênalti convertido por Soldado e 1×1.
Números
26 partidas
5 gols
4 assistências
Nota: 7,0
Florent Malouda
Malouda veio de uma temporada irregular e continuou a decair com a camisa do Chelsea. Com a chegada de Mata, passou a figurar de vez no banco de reservas, até o momento onde AVB passou a ter problemas com Lampard e resolveu testar o francês mais uma vez como titular.
No entanto, as atuações eram muitos ruins e ele parecia cada vez pior. Entrava no decorrer de alguns jogos e pouco mudava. Continuou reserva com Di Matteo, que deu preferência a Salomon Kalou, sendo acionado apenas em alguns segundos tempos e em momentos onde o italiano preferiu atuar com reservas.
Com a suspensão de Ramires para a final em Munique, Malouda era candidato a ser titular contra o Bayern. No entanto, uma lesão na última partida da Premier League, diante do Blackburn, sofreu uma lesão e ameaçou desfalcar o time no jogo mais importante de sua história.
Por esse motivo ou não, Di Matteo preferiu o jovem Ryan Bertrand, improvisado na função, afim de parar o lado direito do Bayern. Malouda entrou no decorrer da partida e tentou alguns lances, assim como na final da FA Cup, quando entrou apenas para segurar um pouco a bola e comemorar.
Quando se percebe que os melhores momentos do francês são justamente aqueles onde ele não atrapalha, é notável que seu tempo no Chelsea já passou há algum tempo.
Melhor Momento
Na semi-final da FA Cup, contra o Tottenham, Malouda entrou no fim e selou a goleada ao marcar o quinto gol: 5×1. Ele faria parecido na vitória de 6×1 sobre o QPR, na semana seguinte.
Pior Momento
Foram muitas partidas lastimáveis de Florent Malouda, mas sem dúvidas, um dos momentos de mais irritação foi contra o Tottenham, na mesma goleada por 5×1, quando Torres pedia livre na pequena área e o francês, sozinho com o goleiro, atrasou para Cudicini.
Números
43 jogos
3 gols
9 assistências
Nota: 4,0