Com o término da fantástica temporada 2011-12 para o Chelsea, onde fomos campeões da FA Cup e enfim da UEFA Champions League, as novidades aparecem aos poucos. Mas para não perder o ritmo, o Chelsea Brasil preparou uma série que irá ao ar às sextas com a análise de cada jogador do clube na temporada, com um post por cada posição.
Didier Drogba
A última temporada de Didier Drogba com a camisa do Chelsea não foi a sua melhor nem a que ele marcou mais gols. Mas sem dúvidas, a mais importante, aquela que colocou o camisa 11 no patamar dos jogadores mais importantes da história do clube – sendo considerado por alguns, o maior jogador da história do Chelsea FC.
Com André Villas-Boas, não teve muita continuidade no ataque. Não que ele fosse desafeto de AVB, algo que nunca deu mostras de ser verdade, mas pelo constante revezamento com Torres e 3 acontecimentos em especial: um choque com o goleiro do Norwich City que o tirou de dois jogos, uma expulsão contra o QPR que o tirou de mais dois e a disputa da Copa de Nações Africanas, que o tirou por um mês do clube.
Drogba marcou seu primeiro gol na temporada contra o Swansea City, na vitória por 4×1. Voltou a marcar contra o Bolton e subiu para a 4ª colocação da lista de Maiores Artilheiros da história do Chelsea FC. O melancólico gol de pênalti na derrota para o Aston Villa, em Dezembro, deu mostras de que poderia ser o último toque na bola de Drogba com a camisa do Chelsea. Não foi esse, embora também tenha sido de pênalti.
Por força do destino, Drogba permaneceu e foi aposta de AVB para a partida contra o Napoli, onde os Blues perderam por 3×1 e Didier mal viu a cor da bola. Di Matteo assumiu e logo apostou no marfinense, que retribuiu ao marcar contra o Stoke City, na vitória por 1×0.
Drogba mostraria todo seu poder de decisão na partida de volta contra o Napoli, onde ele marcou o primeiro gol e deu passe para o quarto na virada por 4×1, sendo considerado por muitos o melhor em campo na ocasião. Ele justificaria o título de “Rei do Wembley” – o maior goleador da história do estádio – contra o Tottenham, quando abriu o placar com um gol espetacular na vitória que se tornaria goleada por 5×1.
Voltou a decidir contra o Barcelona, adversário que estava mordido desde a absurda eliminação em 2009. Ele marcou o gol da vitória por 1×0 no jogo de ida, após receber passe de Ramires, e chegou a atuar de zagueiro. Sua cera, suas jogadas no chão, irritaram o time do Barcelona, que viu jogadores outrora soberbos como Iniesta, Xavi e até Lionel Messi muito nervosos.
No jogo de volta, Drogba vinha tendo mais uma grande atuação, se movimentando demais, defendendo, voltando… até cometer o pênalti no time catalão. Por sorte e pela movimentação de Petr Cech, Lionel Messi jogou no travessão e Drogba saiu safo e herói mais uma vez.
A vitória contra o Blackburn, na última partida da Premier League, que não valia mais nada, viu Didier Drogba sendo homenageado no 11º minuto da partida. Ele entrou no segundo tempo, não marcou, mas despediu-se de Stamford Bridge.
O ápice da passagem do camisa 11 pelo Chelsea seria a final em Munique. Drogba fez de tudo: defendeu, atacou, armou, chutou, passou… até pênalti. Mas antes, o Bayern marcou aos 83 e praticamente garantiu seu título. Aos 87, o camisa 11 subiu em escanteio cobrado por Mata, o primeiro do Chelsea na partida, e com uma tijolada na gaveta empatou o jogo de forma espetacular, mostrando toda sua capacidade de decisão.
E sim, Didier Drogba mais uma vez botou tudo a perder, na prorrogação, ao cometer pênalti em Ribery, que inclusive saiu de campo machucado. Dessa vez foi Petr Cech quem salvou o marfinense, o arqueiro que também defenderia mais duas cobranças na disputa por pênaltis, deixando o caminho aberto para Didier, agora sim, dar seu último toque na bola com a camisa do Chelsea, em um pênalti…
Melhor Momento
O pênalti que fechou a série da final em Munique e sagrou o Chelsea campeão europeu pela primeira vez.
Pior Momento
Na mesma partida, Drogba botou tudo a perder com um pênalti em Ribery – a exemplo da partida contra o Barcelona. Petr Cech pegou a cobrança de Robben.
Números
35 jogos
13 gols
4 assistências
Nota: 9,0
Fernando Torres
Uma temporada difícil de El Niño foi coroada com ótimas atuações em momentos decisivos e muita raça e esforço por parte do camisa 9, algo que fez com que ele fosse alvo de admiração, aplausos e identificação da torcida, mesmo nos piores momentos. Um excelente número de assistências também chama atenção.
Titular em vários momentos com AVB, Torres marcou pela primeira vez contra o Manchester United, em Old Trafford. No entanto, no mesmo jogo, ele perdeu uma chance absurdamente inacreditável. Voltaria a marcar contra o Swansea City, na partida seguinte, mas foi expulso no mesmo jogo e viu sua continuidade ser atrapalhada, uma expulsão que AVB afirmou seu crucial para os momentos ruins que viriam a seguir.
Sem conseguir marcar, Torres corria muito e conseguia distribuir boas assistências, mas a pressão era enorme e ele voltou a desperdiçar grandes chances, algumas até debaixo do gol. 2012 veio e Torres buscava um re-começo, mas nada parecia dar certo: acertou um voleio espetacular contra o Sunderland. A bola bateu na trave, voltou em Lampard e entrou no gol.
Com AVB sem paciência, acabou indo para o banco. Voltou a figurar no time com Di Matteo, perdendo uma chance inacreditável na partida contra o Napoli, embora tenha tido uma boa atuação. A recuperação do camisa 9 começou na partida seguinte, contra o Leicester City, pela FA Cup: ele anotou dois gols, além de dar assistências.
Marcaria outro gol importante contra o Aston Villa e faria praticamente toda a jogada do gol de Kalou contra o Benfica, algo que rendeu muitos elogios da imprensa britânica. A torcida nunca chegou a vaiar El Niño, mesmo nos piores momentos, sempre apoiava, algo que comoveu o atacante.
Sua estrela iria brilhar mais do que nunca no momento mais importante: o inesquecível gol diante do Barcelona, no Camp Nou, no fim da partida, onde Torres partiu do próprio campo em um chutão de Cole para driblar Valdés e matar o jogo.
O gol seria tão positivo que na partida seguinte, diante do QPR, ele anotaria seu primeiro hat-trick com a camisa do Chelsea. E não parava por aí. Torres começou no banco a final em Munique, após especulação de que seria titular ao lado de Didier Drogba.
Após o gol do Bayern, El Niño entrou na partida e incendiou o jogo, conseguindo o escanteio que resultou no gol de Didier Drogba. Na prorrogação, ainda foi notável por dois erros de arbitragem: um pênalti sobre ele não assinalado e uma falta de ataque creditada a Torres, quando Contento apenas se jogou.
Com uma bela final, ele comemorou o título, apesar de não ter cobrado pênaltis. Comemoração merecida, visto que Torres foi uma peça importante para a maior conquista da história do Chelsea.
Ele terminou a temporada com o notável número de 18 assistências, menos apenas que o compatriota Juan Mata.
Melhor Momento
O antológico gol contra o Barcelona, em Camp Nou, dispensa todos os comentários.
Pior Momento
O terrível gol perdido contra o Manchester United, em Old Trafford.
Números
49 jogos
11 gols
18 assistências
Nota: 7,5
Daniel Sturridge
Após cumprir suspensão devido a uma expulsão enquanto ainda atuava por empréstimo ao Bolton, Sturridge tornou-se titular, salvador e um dos grandes destaques do Chelsea de AVB. Mesmo jogando fora de posição, aberto pela direita no 4-3-3, ele marcou muitos gols e tornou-se um dos principais pontos do time.
Se o ano de 2011 foi excelente para Sturridge, destaque no Bolton na primeira metade e do Chelsea na segunda, 2012 foi bem mais discreto. Di Matteo assumiu e as limitações de Sturridge com os quesitos passe e marcação logo ficaram evidentes. Ele até foi titular na vitória histórica contra o Napoli, mas logo perdeu a posição para Kalou, muito melhor no jogo coletivo.
Ficando apenas no banco nos jogos importantes do time na segunda metade da temporada, ele voltou a aparecer bem ao marcar no confronto diante do Aston Villa, vitória por 4×2. Só voltou depois para as partidas onde o Chelsea atuou com o time misto ou reserva.
Mas o bom desempenho na primeira metade da temporada valorizou o jovem britânico, convocado para as Olimpíadas e até para amistosos da seleção inglesa principal. Seus gols evitaram uma posição ainda pior do Chelsea na Premier League, além de garantir a sobrevivência na FA Cup, que seria conquistada.
Melhor Momento
O gol de empate contra o Birmingham, em Stamford Bridge, garantiu o replay da partida. Não fosse o importantíssimo tento marcado de cabeça, o Chelsea não conquistaria seu sétimo título da FA Cup.
Pior Momento
Na derrota dos reservas para o Liverpool, por 4×1, Sturridge tinha a chance de mostrar seu valor no elenco que disputaria a final da Champions League. Ele teve uma péssima atuação.
Números
41 jogos
13 gols
7 assistências
Nota: 7,0
Romelu Lukaku
Em sua primeira temporada pelo Chelsea FC, Romelu Lukaku teve poucas chances de mostrar seu futebol, e nelas, falhou em impressionar. Ainda assim, pode ter um bom futuro a frente pelo clube, visto que teve um bom desempenho pelos Reserves e tem um preparo físico diferenciado.
Titular em jogos da Carling Cup, Lukaku foi utilizado também em partidas da Premier League por AVB, mas não conseguiu marcar sequer uma vez. O máximo que conseguiu foi uma boa participação no gol de Juan Mata contra o Arsenal.
Ele voltaria a aparecer – fora as vezes que ia à imprensa reclamar da falta de oportunidade – nas partidas finais do time na temporada, quando o Chelsea poupou titulares para a decisão em Munique. Lukaku encontrou opostos: na derrota contra o Liverpool, uma patética chance desperdiçada dentro da pequena área, onde o belga parecia zagueiro.
No entanto, no jogo final, contra o Blackburn, ele teve boa atuação, distribuindo uma assistência e mostrando boa movimentação, inclusive, atuando como winger em vários momentos. Uma incógnita para o futuro.
Melhor Momento
A assistência na última partida do time na Premier League, para o gol de John Terry contra o Blackburn.
Pior Momento
A ridícula chance desperdiçada diante do Liverpool, na derrota por 4×1.
Números
12 jogos
1 assistência
Nota: 5,0
Nicolas Anelka
Em decadência no Chelsea, o francês só jogou 15 partidas na temporada, pouco fazendo pelo clube. Ao menos marcou o gol da primeira vitória do time na temporada, contra o West Bromwich, na segunda rodada da Premier League. Um gol no fim e importante para os 3 pontos, os últimos garantidos por Anelka no Chelsea.
No mais, ele foi muito mal em todas as partidas, não atoa que Villas-Boas aceitou seu pedido para ser transferido, junto com Alex, no final de 2011.
Nota: 4,5