A Alemanha chegou perto do tetra nas últimas três Copas do Mundo. Em 2002, viu Ronaldo, em uma noite inspirada, comandar o Brasil e marcar dois gols em Oliver Kahn, que só tinha sofrido um gol naquele mundial. Em casa, em 2006, conseguiu um surpreendente terceiro lugar quando pouco se esperava do Nationalelf e, de quebra, apresentou ao futebol Philipp Lahm e Bastian Schweinsteiger, pilares do time que vem para o Brasil. Em 2010, outro terceiro lugar e mais jovens talentos lançados: Thomas Muller, artilheiro e revelação da Copa, e Mesut Ozil conquistaram os alemães com belas atuações. Entre os dois últimos mundiais, duas boas campanhas na Euro, mas sem títulos: vice campeã em 2008 e semifinalista em 2012.
Para não ficar no quase e conseguir o tetracampeonato, Joachim Low baseia seu time em Bayern de Munique e Borussia Dortmund. São 12 jogadores dessas duas equipes, sete do Bayern e cinco do Dortmund. Essa relação poderia ser ainda maior se Marcel Schmelzer e Ilkay Gundogan, ambos do Dortmund, não tivessem sofrido com lesões durante a temporada. Mesmo sendo bons jogadores, Low sabe lidar com ausências importantes. Em 2010, perdeu Michael Ballack, titular absoluto e capitão do time, às vésperas da competição. Como solução, recuou Schweinsteiger para jogar de volante. O jogador nunca mais largou a posição, tanto na seleção quanto no Bayern, e se consolidou como um dos melhores volantes do mundo.
A base do time de Low já era conhecida. O jovem time que fez boa campanha na Euro 2012 se desenvolveu e é a maioria no grupo que disputará a Copa do Mundo. Ao todo, 17 dos 23 convocados estiveram no elenco de 2012. Tim Wiese, Holger Badstuber, Marcel Schmelzer, Lars Bender, Ilkay Gundogan e Mario Gomez perderam suas vagas para Roman Weindenfeller, Kevin Grosskreutz, Erik Durm, Matthias Ginter, Julian Draxler e Christoph Kramer. Certamente, Schmelzer e Gundogan estão de fora pelas condições físicas. O primeiro não se apresentou bem fisicamente a seleção e o segundo pouco jogou na temporada devido a uma contusão nas costas. Bender também era nome certo, mas se lesionou em um treinamento com o time e foi cortado.
Os alemães não tiveram dificuldade para carimbar o passaporte rumo ao Brasil. Integrante do grupo C, ao lado de Áustria, Cazaquistão, Ilhas Faroe, Irlanda e Suécia, venceram nove jogos e empataram uma partida, aquele 4 a 4 contra a Suécia. Ao lado da Holanda, teve o melhor desempenho das eliminatórias europeias. O posto de melhor ataque também vai para os alemães: 36 gols marcados em dez partidas. Na estreia do mundial, contra Portugal, o Nationalelf fará seu centésimo jogo em Copas do Mundo. Ao todo, são 60 vitórias, 20 derrotas e 19 empates. Nas suas 17 participações, marcou 206 gols e sofreu 117 sendo a seleção mais vazada das Copas.
Em campo, veremos uma Alemanha jovem. Apenas três convocados têm mais de 30 anos: o goleiro Weidenfeller, 33, o lateral e meio-campista Lahm, 30, e o interminável atacante Klose, 35. Mas não pense que falta experiência para esse time. Diversos jogadores já são protagonistas em suas equipes e sabem lidar bem com a pressão. No gol, Neuer passa a tranquilidade para o restante do time e, sem dúvidas, é um dos melhores do mundo na posição. A defesa têm a experiência de Lahm na lateral direita e a juventude de Durm na esquerda, enquanto Hummels e Boateng devem compor o miolo de zaga, mas Mertesacker não está descartado para figurar entre os titulares. No meio campo alemão o que não falta é alternativa. Ozil e Reus devem ser titulares, com Gotze e Schürrle disputando a outra vaga no meio. Kroos e Khedira também devem travar uma briga pela titularidade, já que Schweinsteiger é titular absoluto. No ataque, Klose vai em busca do posto de maior artilheiro da história das Copas, faltam dois para isso, mas não deve ser titular em todas as partidas. Muller, e até mesmo Gotze, devem atuar por ali em algumas partidas e dar mais movimentação para o time.
Lista completa dos 23 convocados para a Copa do Mundo:
Goleiros: Manuel Neuer (Bayern de Munique), Roman Weidenfeller (Borussia Dortmund), Ron-Robert Zieler (Hannover)
Defensores: Kevin Grosskreutz (Borussia Dortmund), Benedikt Howedes (Schalke 04), Mats Hummels (Borussia Dortmund), Erik Durm (Borussia Dortmund), Phillip Lahm (Bayern de Munique), Per Mertesacker (Arsenal), Jerome Boateng (Bayern de Munique), Matis Ginter (Freiburg)
Meio-campistas: Sami Khedira (Real Madrid), Bastian Schweinsteiger (Bayern de Munique), Mesut Ozil (Arsenal), Julian Draxler (Schalke 04), Toni Kroos (Bayern de Munique), Christoph Kramer (Borussia Monchengladbach)
Atacantes: Lukas Podolski (Arsenal), Thomas Muller (Bayern de Munique), Mario Gotze (Bayern de Munique), Marco Reus (Borussia Dortmund), André Schürrle (Chelsea) e Miroslav Klose (Lazio).
Jogador dos Blues na seleção
André Schürrle
Início da carreira e ascenção no Bayer Leverkusen
André Schürrle deu seus primeiros passos como jogador no pequeno Ludwigshafener SC, time da sua cidade natal, em 1996. Atuou por dez anos no clube até chamar a atenção do FSV Mainz 05, da Bundesliga, e ser convidado para integrar as categorias de base da equipe. Após três anos, um título da Bundesliga sub-19 e convocação para a seleção sub-19 da Alemanha, Schürrle deixou a base para integrar o grupo dos titulares.
Sua estreia aconteceu logo na primeira partida da temporada 2009/10 contra o Bayer Leverkusen, seu futuro clube. Jogou duas temporadas no Mainz, participando de 66 partidas e anotando 20 gols na Bundesliga. Também foi convocado para os times sub-20 e sub-21 da seleção alemã.
A transferência para o Leverkusen, em um negócio de 6,5 milhões de libras (aproximadamente 24 milhões de reais na cotação atual), foi fechada para a disputa da temporada 2011/12. Na sua primeira temporada, foi bem e ganhou uma convocação para a seleção que disputou a Euro 2012. Na temporada seguinte, mostrou que estava adaptado ao novo clube e foi fundamental na campanha que terminou com a terceira colocação, com um ponto a menos que o vice-campeão Borussia Dortmund, e uma vaga para a Champions League. Schürrle marcou 11 gols e distribuiu sete assistências em 34 partidas na Bundesliga.
Chegada ao Chelsea
Em junho de 2013, Abramovich desembolsou cerca de 18 milhões de libras (68 milhões de reais) e levou o alemão para Stamford Bridge, assinando um contrato de cinco temporadas. Na sua primeira temporada pelo Chelsea, foi o 12º jogador da equipe. Participou de 30 partidas na Premier League, 15 como titular, marcando oito vezes e assistindo seus companheiros em duas oportunidades. Nenhum jogador saiu mais vezes do banco do que o alemão. Schürrle é um jogador versátil e que pode mudar o jogo, do tipo que agrada José Mourinho, por isso tantas aparições mesmo sendo reserva. Joga pelos dois lados do campo, eventualmente, centralizado no ataque, e também é muito voluntarioso na marcação. Sua explosão é fundamental para os contra ataques do time e ele ainda tem poder de finalização.
Histórico na seleção
A primeira convocação de Schürrle veio quando ele ainda jogava pelo Mainz 05. Em novembro de 2010, o jogador foi convocado para um amistoso contra a Suécia, partida que marcou sua estreia pela seleção. Schürrle e Gotze, que entraram juntos nesta partida, foram os primeiros jogadores da seleção a nascerem na Alemanha reunificada. Seu primeiro gol só aconteceria em maio de 2011, em uma vitória da Alemanha por 2 a 1 contra o Uruguai. Convocado para a Euro 2012, participou de dois jogos: substituiu Podolski na vitória contra a Dinamarca por 2 a 1 e foi titular nas quartas de final contra a Grécia, partida vencida pelos alemães por 4 a 2. Ao todo, Schürrle soma 32 partidas e 12 gols pela seleção.
Ficha técnica
Nome completo: André Schürrle
Data de nascimento: 6 de novembro de 1990
Local de nascimento: Ludwigshafen, Alemanha
Altura: 1,83m
Clube atual: Chelsea FC (ING)
Clubes que passou: Mainz 05 (2009-2011), Bayer Leverkusen (2011-2013) e Chelsea (2013-presente)
Títulos na carreira: Bundesliga U-19 (2009)
Durante toda a Copa do Mundo, o Chelsea Brasil fará a cobertura do torneio, informando, com o já conhecido empenho, o dia-a-dia dos jogadores dos Blues.
