A saída de Antonio Conte do comando técnico do Chelsea já vem sendo cravada pela mídia inglesa há meses, e na atual conjuntura, tem grandes chances de se concretizar ao final da temporada. Depois da queda de rendimento na Premier League que levou os Blues da terceira para a quinta posição, e da eliminação para o Barcelona na Champions League, hoje as principais ambições dos londrinos são a possível conquista da FA Cup e de uma vaga para o próximo torneio continental – algo desagradável de se pensar considerando que, há apenas um ano, o clube sagrava-se campeão inglês.
Mesmo que o técnico italiano não seja o único responsável pelos desastres da temporada 2017/18, sua manutenção no cargo é extremamente improvável. O histórico do Chelsea para com os treinadores da Era Abramovich, porém, pode dificultar a troca no comando do clube, já que algumas das melhores opções dos Blues estão empregadas e devem levar em consideração a falta de paciência da instituição na busca por bons resultados antes de aceitar o cargo.
Diego Simeone
A primeira opção da generosa lista de técnicos que podem ser sondados não é nenhuma surpresa para o torcedor dos Blues. O nome de Diego Simeone é frequentemente relacionado ao futebol inglês, apesar de não ser novidade sua preferência pelo estilo italiano.
Um dos grandes empecilhos para o negócio, no entanto, é o fato de Diego já estar empregado – e extremamente satisfeito com sua posição. Desde 2011, o também ex-jogador é técnico do Atlético de Madrid. Lá, construiu campanhas históricas dentro do cenário europeu, rompendo com a hegemonia estabelecida por Real Madrid e Barcelona na Espanha, e fazendo grandes aparições na Champions League.
No ano passado, Simeone deu alguns sinais de que poderia estar deixando o comando da equipe madrilenha. Isso fortaleceu os boatos de que ele poderia ser o novo escolhido para comandar o Chelsea antes da chegada de Conte. A assinatura de uma prorrogação de contrato logo na sequência, no entanto, acabou com as especulações da imprensa – e também tornou mais complicada sua chegada em um futuro próximo pelo valor da multa.
Maurizio Sarri
No comando do Napoli desde 2015, o também italiano Maurizio Sarri se tornou um dos grandes fenômenos do futebol europeu nesta temporada. Ao longo da atual campanha, a equipe de Nápoles tem sido uma das mais empolgantes do continente, superando uma sequência de 25 anos afastada das posições glamourosas do futebol do Velho Continente.
O Azzurri Meglio é, atualmente, o vice-líder da Serie A, apenas dois pontos atrás da Juventus. Apesar da eliminação da UEFA Champions League, os italianos se mostraram uma equipe difícil de bater, segundo Pep Guardiola, que enfrentou a equipe de Sarri na fase de grupos com o Manchester City.
Aos 59 anos, o técnico italiano não é um grande fã de transferências em grande quantidade ou valores astronômicos. Segundo ele, o trabalho dentro de um clube sob sua direção depende mais dele do que do material humano a sua disposição – algo que cairia muito bem na nova postura adotada pelo Chelsea ao longo das janelas recentes.
Com o bom aproveitamento de Sarri, porém, é difícil imaginar um cenário em que o clube italiano não se esforce para mantê-lo no comando, o que coloca ainda mais barreiras no complicado caminho dos Blues.
Massimiliano Allegri
Mais um técnico italiano, sob o comando de uma equipe italiana, e que vem desenvolvendo um trabalho excepcional. Massimiliano Allegri é técnico da Juventus, dono dos últimos três títulos da Serie A e que luta pela conquista do quarto seguido, além de classificada para as quartas de final da Champions League.
No comando do clube de Turim desde 2014 – quando, curiosamente, substituiu Antonio Conte após a saída para assumir a seleção, o treinador natural da cidade de Livorno passa apenas por seu sétimo clube em 15 anos de carreira, sendo todas as suas experiências em território italiano.
Apesar de bem empregado e dono de tanto sucesso, Allegri vem sendo especulado pela própria mídia italiana como forte candidato a substituir seu compatriota. Segundo uma reportagem publicada pelo Corriere dello Sport, o treinador de 50 anos já teria firmado acordo com a equipe inglesa, e espera por uma formalização para concretizar o negócio.
Zinedine Zidane
Esse, talvez, seja o nome mais improvável a ocupar a lista. Há um ano, Zinedine Zidane sagrava-se como um dos melhores treinadores do mundo após levar o Real Madrid à conquista de sua décima segunda taça da Champions League, e a trigésima terceira do campeonato espanhol – além de levar também a Supercopa da UEFA, o Mundial de Clubes da FIFA, e também a Supercopa da Espanha.
A queda de rendimento na La Liga durante esta temporada porém, segundo o próprio treinador francês, pode lhe custar caro na Espanha, assim como para Conte. Ocupando a terceira posição na tabela, os Blancos possuem 15 pontos a menos que o líder da competição, Barcelona, o que complica ainda mais o cenário.
Mesmo assim, o Real Madrid vem de uma excelente campanha na atual edição da Champions League, tendo eliminado o PSG nas oitavas de final da competição.
Com chances quase nulas de deixar a Espanha para assumir o comando do Chelsea, a vinda do francês de 45 anos teria um peso importante na manutenção de dois atletas essenciais no elenco. As saídas de Thibaut Courtois e Eden Hazard para a equipe de Madrid vem sendo cogitadas fortemente durante as duas últimas janelas em especial, e uma troca de peso no comando técnico londrino poderia também influenciar de alguma forma na decisão dos dois atletas.
Brendan Rodgers
Conhecido no futebol inglês por suas passagens por Watford, Reading, Swansea, e – especialmente – Liverpool, Brendan Rogers é atualmente o treinador da equipe do Celtic. Na Escócia desde 2016, o irlandês é responsável pela manutenção da hegemonia de sua equipe em todo o território.
Desde que assumiu o comando dos Hoops, Rodgers sagrou-se bicampeão escocês, da Copa da Escócia, da Copa da Liga, e da Copa de Glasgow – torneio regional de menor expressão no país.
Com passagem pelo Chelsea, o treinador já atuou como dirigente das categorias de base dos Blues e, durante dois anos chegou a treinar a equipe reserva, auxiliando José Mourinho. E a vantagem de contratar Rodgers para substituir Conte esta entrelaçada com essa experiência.
O técnico conhece a filosofia do clube – algo que o atual treinador tenta modificar com frequência -, sua política de empréstimos e compras, algo que cairia bem ao Chelsea, e especialmente após o ano turbulento pelos protestos do italiano.
Luis Enrique
Lançado na carreira de treinador pelo Barcelona, onde também ganhou maior destaque ao assumir a equipe principal em 2014, Luis Enrique faz parte da lista de técnicos desempregados que despertam a atenção do Chelsea nesta reta final de temporada – e é o grande favorito entre os apostadores.
O ex-jogador espanhol deixou a equipe culé em 2017 com o objetivo de tirar um ano sabático para descansar após três temporadas no comando catalão. Ao longo de seu ‘reinado’, porém, conquistou os títulos de bicampeão da La Liga, tricampeão da Copa do Rei, campeão da Supercopa da Espanha, da Champions League, da Supercopa da UEFA e do Mundial de Clubes da FIFA.
Apesar de não ser uma missão fácil persuadir o treinador de 46 anos a retomar a carreira como treinador dos Blues, a possibilidade de iniciar um trabalho do zero com o início de uma nova temporada pode ser um ponto muito favorável ao Chelsea nas negociações com Luis Enrique.
Guus Hiddink
Quase um tapa-buracos do Chelsea, não seria uma grande surpresa se Guus Hiddink fosse novamente chamado para assumir o comando dos Blues. Chamado quase que de última hora em 2009 e 2015/16, o treinador holandês foi uma ponte de transição utilizada pelo clube durante a procura por técnicos de renome.
Mesmo com estadias não muito longas em Londres, Hiddink chegou a conquistar uma Copa da Inglaterra com os Blues em sua primeira passagem, e soma 12 títulos ao longo da carreira. A maior parte das glórias do treinador vem da época em que dirigia o PSV Eindhoven, primeiro clube que dirigiu e onde chegou a conquistar a UEFA Champions League.
Sem clube desde sua última passagem pelo Chelsea, em 2016, Hiddink não chega a ser cogitado como técnico de maneira ‘permanente’, e sua possível contratação para substituir Conte não passaria de mais uma tentativa de preencher uma lacuna enquanto se procura por melhores opções.
Marco Silva
Demitido do Watford ainda em janeiro deste ano, Marco Silva é mais uma das opções mais ‘acessíveis’ para o Chelsea no presente momento. De origem portuguesa, o jovem treinador de 40 anos possui apenas três títulos por clubes em sua carreira, sendo o mais expressivo deles o Campeonato Grego em 2015/16, com o Olympiacos.
As poucas ‘glórias’, no entanto, não diminuem o destaque que tomou seu trabalho com as passagens pela Inglaterra. Além do Watford, Silva dirigiu também a equipe do Hull City por alguns meses, onde ganhou maior notoriedade e até conquistou alguns fãs.
Com praticamente nenhuma experiência, especialmente em torneios como a Champions League, o investimento para torná-lo o novo substituto de Conte é arriscado, o que deve fazer com que o português não seja uma das primeiras opções de Abramovich.
Thomas Tuchel
Por último, mas longe de ser menos importante, o ex-técnico do Borussia Dortmund Thomas Tuchel, vem sendo considerado como uma das principais opções para a vaga de Antonio Conte no caso de demissão. Desempregado desde 2017, o treinador alemão deixou a equipe aurinegra após divergências com a diretoria em relação às políticas de transferências – e, meses depois, ao se posicionar contra a realização de uma partida diante do Mônaco na Champions Legue de 2017, após o ônibus do clube sofrer um atentado.
Com apenas 44 anos, o técnico não possuí muita experiência no cargo. Tendo o Borrussia como seu principal trabalho, onde conquistou apenas uma Copa da Alemanha, teve passagens também pelo time secundário do Augsburg, onde fez sua estréia, e pelo Mainz 05.
Desde o início do desgaste na relação entre Conte, Abramovich e Marina Granoviskaya, a imprensa alemã especula que Tuchel seria o favorito dos dirigentes do clube para assumir o cargo. A ‘opinião forte’ do treinador, porém, pode ser um ponto negativo a ser levado em consideração.