Ao longo da história, quinze jogadores diferentes atuaram tanto pelo Chelsea quanto pelo Real Madrid. Entre esses, há aqueles que ainda defendem um dos dois clubes, como Mateo Kovačić, Thibaut Courtois e Eden Hazard. Menos lembrado, Marcos Alonso também faz parte dessa lista, dado que o ala esquerdo nasceu em Madrid e é formado na base merengue.
No entanto, as raízes de Alonso com o Real Madrid vão além da sua formação. Afinal, o jogador ostenta uma única aparição como profissional no clube. Sua história familiar atravessa gerações do futebol espanhol e da equipe merengue. Antes da partida de volta das quartas de finais da Champions League, o Chelsea Brasil conta essa história.
Futebol que vem de berço
A família do camisa 3 possui uma história rara no futebol. Começando por seu avô, Marcos Alonso Imaz, e passando por seu pai, Marcos Alonso Peña, o ala esquerdo representa a terceira geração a atuar como jogador profissional. Seu avô, mais conhecido como Marquitos, foi um defensor formado no Racing de Santander. Profissional nos anos 50 e 60, Marquitos atingiu seu auge justamente no Real Madrid.
Em resumo, o defensor fez parte da equipe merengue multicampeã no período. Titular durante seus oito anos no clube, Marquitos venceu cinco vezes La Liga e cinco vezes a Copa dos Campeões, atual Champions League. Isto é, o espanhol era um dos pilares do lendário Real Madrid de Di Stéfano, pentacampeão europeu de forma consecutiva.
Mais do que isso, Marquitos chegou a marcar na primeira final europeia da história. Contra o Stade Reims, da França, ele marcou o gol que empatou a partida em 3-3 antes dos espanhois marcarem o quarto e garantirem a taça. Titular em outras três das quatro decisões do período, o defensor é reconhecido como uma lenda merengue.
A segunda geração
Enquanto o pai brilhava no profissional, Marcos Alonso Peña dava seus primeiros passos na base da capital espanhola. No entanto, Marcos, como ficou conhecido quando era jogador, nem chegou a atuar pelo Real Madrid. Fazendo o caminho inverso de Marquitos, ele se tornou profissional no Racing de Santander.
Além disso, os seus melhores dias foram vividos nos maiores rivais dos merengues. Durante 10 temporadas consecutivas, Marcos alternou as camisas de Barcelona e Atlético de Madrid. Contrariando o histórico da família, o jogador era ponta direita. Mas, assim como seu pai, também se mostrou decisivo em finais e justamente contra seu clube de formação.
Na temporada 1982-83, Marcos decidiu a Copa do Rei para o Barcelona. Na decisão entre os dois maiores clubes do país, foi aos 45 minutos do segundo tempo que o atacante marcou de cabeça. Dessa forma, desempatou a partida e garantiu o título para os catalães. Por fim, o pai do atual blue encerraria a carreira retornando ao Racing de Santander.
Tal pai, tal filho
Assim como seu pai, Marcos Alonso Mendoza passou pela base do Real Madrid, mas sem destaque no profissional. Em suma, o ala atuou apenas uma vez pelos profissionais merengues, substituindo Gonzalo Higuaín no último minuto de uma partida contra o Racing de Santander – outra equipe marcante para a família – em 2010.
Após longo período atuando somente pelo Real Madrid Castilla, o espanhol se transferiu ao Bolton Wanderers, mas só veio a se destacar atuando pela Fiorentina. Dessa forma, chamou atenção de Antonio Conte. Ao chegar no Chelsea, o treinador italiano apoiou a contratação do ala, um encaixe perfeito ao esquema do treinador.
Durante o longo período pelos Blues, Alonso já deu algumas declarações falando sobre o Real Madrid. Segundo a imprensa, o jogador chegou a ser sondado pelos espanhois ao final da temporada 2018-19.
“Se outras equipes demonstram vontade em me contratar, quer dizer que estou jogando bem”, declarou o ala na época. Contudo, optou por renovar seu contrato e permanecer em Londres até 2023.
Seis temporadas azuis (e contando…)
Assim como pelo Real Madrid, Marcos Alonso também foi o terceiro da família a atuar pela seleção espanhola. Mais um feito histórico para a família Alonso. Pelo Chelsea, o camisa 3 está em sua sexta temporada. Nesse período atuou em 202 partidas, marcando 27 gols e dando 21 assistências. Dentre esses, alguns gols marcantes contra Arsenal e Manchester City e o primeiro do elenco na atual temporada, contra o Crystal Palace.
Entretanto, a longevidade não garante unanimidade. Já tendo sido até capitão da equipe, o espanhol é constantemente criticado. Reconhecido pelas deficiências na marcação, o talento ofensivo sustentou seu prestígio com diferentes treinadores. Ainda assim, somente a séria lesão de Ben Chilwell o trouxe de volta ao time titular de forma constante.
Por fim, há uma curiosidade sobre Alonso. Mesmo encarando o Real Madrid pela segunda temporada consecutiva, o ala não atuou em nenhum dos três confrontos até aqui. Em todas as ocasiões, o camisa 3 permaneceu no banco. “Vai ser difícil. É o Real Madrid e estamos com dois gols de desvantagem, mas não vamos perder a esperança”, afirmou o espanhol sobre o próximo duelo.
Assim, o Chelsea encara o Real Madrid fora de casa nesta terça-feira (12). Às 16 horas pelo horário de Brasília, os ingleses precisam de uma noite inspirada para reverter o placar. Quem sabe assim como seus familiares, Alonso seja decisivo. Afinal, parece uma tradição familiar em partidas envolvendo os merengues.