Chelsea foi até a Hungria na última rodada da fase de grupos da Europa Legaue, e apenas empatou com o modesto Vidi nessa quinta-feira (13). Repleto de reservas e garotos revelados pela base do clube, os comandados de Sarri tiveram dificuldades mas arrancaram o empate graças a dois gols de falta na partida marcados por Willian e Giroud.
O resultado manteve a invencibilidade dos Blues na competição, que terminou a fase de grupos com 16 pontos, sete pontos a mais que o segundo colocado da chave BATE Borisov. O Chelsea ficará no Pote 1 no sorteio dos confrontos do mata-mata da Europa League da próxima segunda-feira (17) e pode enfrentar Brugge (BEL), Galatasaray (TUR), Shakhthar (UCR) e Viktoria Pilzen (CZE) dos times que caíram da fase de grupos da Champions League.
Primeiro tempo sonolento
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O jogo começou bem morno. Chelsea controlou o jogo mas pouco se movimentou no campo pra furar os bloqueios da defesa dos húngaros. A primeira chance de gol foi do Vidi aos 4′ com Nikolov, mas o meia pegou muito mal na bola e o chute foi para fora.
Se as chances não vinham com bola de pé em pé, bolas paradas foram alternativas. Willian teve várias oportunidades de jogar a bola na área, mas com pouca qualidade. Willian e Hudson-Odoi eram os que tentavam o um contra um para tentar passar da defesa, os dois somaram 5 dos 6 dribles completados no primeiro tempo.
Foi nessa tentativa de um contra um com a defesa do Vidi que Willian cavou uma falta na boca da área. O brasileiro bateu com maestria a cobrança de falta pra abrir o placar, 1 a 0 para os Blues. Foi o 10º gol de falta dele com a camisa do Chelsea, mais que qualquer outro jogador do elenco desde quando ele estreou.
O gol motivou os donos da casa a saírem mais para o jogo. Os húngaros até eram perigosos no contra-ataque, mas foi em uma jogada de escanteio que o Vidi empatou a partida. A bola desviada no caminho antes de Ampadu cabecear para o fundo do próprio jogo, 1 a 1.
De jogo morno para um jogo mais movimentado os dois times passaram a entrar na partida. Hudson-Odoi cresceu no jogo e pelo lado direito criou pelo menos duas chances de gol, uma para o Morata que levou a pior no lance. O espanhol machucou o joelho e teve que ser substituído por Giroud ainda no finalzinho da primeira etapa.
Virada do Vidi e bola parada mortal do Chelsea na partida
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O segundo tempo foi a sequência do que já estávamos vendo no final da primeira etapa. Jogo mais corrido, o Vidi tendo ótimas oportunidades de contra-ataque, só que o Chelsea errando mais que o normal. Vale destacar os desempenhos bem abaixo de Barkley e Loftus-Cheek no meio-campo, crucial para a partida “sem muita vontade” dos comandados de Sarri.
Apesar do meio-campo pouco participativo, Hudson-Odoi foi tendo mais espaços pelos lados do campo. Mais ainda quando foi deslocado para a ponta-esquerda, seu forte quando corta para dentro para tentar a finalização. A saída de Willian tirou um pouco do um contra um, mas fez o garoto Odoi crescer na partida.
Mas logo quando Pedro entrava no lugar de Willian, o time húngaro encaixava um contra-ataque mortal. Milanov lançou uma bola milimétrica para Loïc Nego mandar um sem-pulo e virar o placar na Arena Sóstó, 2 a 1. Placar que não adiantava de muita coisa, já que o BATE Borisov vencia o PAOK por 3 a 0 na Grécia e não tinha chances de se classificar, mas valia pelo feito de bater o Chelsea de Sarri.
Ficar atrás no placar parece que deu um ânimo e senso de necessidade de jogar um pouco mais. Hudson-Odoi jogando pela esquerda ficou mais a vontade de fazer o jogo dele de drible e criar oportunidades pros companheiros. Teve chances de finalização que ficaram no goleiro e além de cruzamentos para dentro da área.
Mas foi na bola parada (de novo) que o Chelsea foi buscar o jogo. Barkley insinuou que ia bater a falta, mas foi Giroud quem bateu e colocou a bola no ângulo para fazer um golaço, 2 a 2. Foi o terceiro gol de Giroud em quatro jogos de Liga Europa, artilheiro dos Blues na competição. O Chelsea não marcava dois gols de falta desde 2009, contra o Ipswich na FA Cup. Lampard e Ballack marcaram naquele oportunidade.
Até antes do gol do Chelsea, o jogo já era bem mais animado que no primeiro tempo. O Vidi fez alterações que lançaram o time húngaro mais a frente para tentar buscar a vitória e uma classificação já improvável. E o meio-campo londrino errando era um convite para o contra-ataque húngaro. Caballero não trabalhou tanto, mas era sempre um perigo quando o Vidi vinha em velocidade.
O empate permaneceu e o saldo foi positivo. Já que era um jogo que pouco interessava ao Chelsea em termos de classificação, serviu para observação de jogadores que podem ganhar mais minutos no time titular como Hudson-Odoi, Ampadu, Christensen, Emerson. Odoi foi um dos destaques do jogo, apesar de não ter participado dos gols, Ampadu teve uma partida sólida e tranquila apesar do gol contra ocasional.
A partir da próxima fase o caráter das partidas vai mudar, não vai caber mais testes e vai exigir uma mentalidade mais interessada e dedicada nas partidas. O nível dos adversários também vai subir muito, afinal, o Chelsea enfrentou um dos grupos mais tranquilos dessa etapa do torneio.
Ficha Técnica
Chelsea (4-3-3): Caballero; Zappacosta, Ampadu, Christensen, Emerson; Fàbregas (c), Loftus-Cheek, Barkley; Willian (Pedro 56′), Hudson-Odoi e Morata (Giroud 45′)
Reservas não utilizados: Cumming, Alonso, David Luiz, Jorginho, McEachran.
Vidi FC (4-2-3-1): Kovacsik; Fiola, Paulo Vinicius, Juhasz, Stopira; Milanov (Kovács 80′), Hadzic (Pátkai 84′); Loïc Nego, Hustzi (Hodzic 80′), Nikolov; Scepovic.
Reservas não utilizados: Tujvel, Tamás, Hangya, Berecz.
Gols: Willian (CHE) 30′, Ampadu (g.c) 32′, Loïc Nego (VIDI) 56′, Giroud 75′ (CHE).
Cartões amarelos: Juhász 66′ (VIDI), Huszti 69′ (VIDI), Paulo Vinícius 73′ (VIDI), Loïc Nego 76′ (VIDI).