No confronto de abertura das semifinais da UEFA Champions League desse ano, o Chelsea foi à capital da Espanha visitar o Atlético de Madrid, buscando uma vaga na grande final do maior torneio de futebol da Europa. Em uma partida truncada, as equipes ficaram no zero a zero, dando aos Blues a chance de decidir o duelo dentro de Stamford Bridge no jogo de volta.
O primeiro tempo foi mais um exemplo do jogo tático de José Mourinho. Com vários desfalques, o técnico português montou um time extremamente defensivo, que cumpriu sua tarefa de forma invejável. O Atleti não achava espaço algum para trabalhar a bola, pelo meio ou pelas laterais. Perto dos 15 minutos, Petr Cech deixou o campo machucado, e Schwarzer entrou para assumir o posto de arqueiro do time visitante. O goleiro australiano, que deixou a desejar no final de semana contra o Sunderland, acabou por fazer boa partida, não comprometendo sua equipe.
O Chelsea caiu levemente de produção na segunda etapa. O time continuava tático, porém a defesa, talvez pelo cansaço, já não era tão convincente quanto nos primeiros 45 minutos. Vendo o oponente totalmente recuado, os madrilenos desistiram de furar o sistema defensivo dos Blues, e passaram a alçar bolas diretamente para a área, buscando abrir o placar da partida na bola alta. A saída do capitão John Terry, também lesionado, deixou a torcida azul ainda mais aflita, pois os Blues estavam sob pressão dos donos da casa, em um jogo de ataque contra defesa. Porém, o tempo foi se esgotando e nenhuma das equipes veio a abrir o marcador. Fim de papo, e com o placar zerado para ambos os lados, o Chelsea leva a decisão para Stamford Bridge, precisando da vitória para se classificar para a final da Liga dos Campeões.
Mourinho conseguiu exatamente o que queria: não perder. Aparentemente, o empate fora de casa era satisfatório para o português, que em nenhum momento tentou usar de poderio ofensivo durante a partida. Claramente, a ideia era segurar o Atlético de Madrid e, caso a chance surgisse, em uma bola parada ou em um contra ataque, marcar o gol fora, que seria uma grande vantagem para o jogo da volta. Caso não, estaria tudo certo também, dado que o empate era a meta principal, apenas a derrota não interessava. Particularmente, concordo com o nosso treinador. O Vicente Calderón possui uma atmosfera forte, com a torcida atuando como o 12° jogador, assim como é o Chelsea em Stamford Bridge. Não seria sensato abrir o jogo e arriscar perder tudo hoje, com tantos desfalques no elenco e quando temos o mando de campo na volta, e com isso, em tese, uma vantagem sobre a equipe espanhola. Mourinho usou um time retrancado? Talvez essa seja a palavra. Agora, o português usou da tática para alcançar seu objetivo? Com certeza, uma aula de, eu diria.
A performance do Chelsea foi satisfatória, porém ainda não ganhamos o jogo. De fato, ainda está tudo em aberto. Teremos que partir para cima em Stamford Bridge, e ao nos portarmos ofensivamente, a consequência se dá em espaços abertos na defesa, e um único gol do Atlético em Londres muda toda a história do confronto. Os Blues precisam ser cautelosos, e ao mesmo tempo confiantes em seu potencial e em sua torcida. No próximo jogo, muito possivelmente teremos voltas importantes, como Eto’o, Hazard, e Ivanovic, que podem ser fundamentais para o triunfo da equipe em casa. E, no meio do caminho, ainda temos o confronto contra o Liverpool em Anfield, que precisamos vencer para manter acessa a chama que dá ao Chelsea uma pequena – mas existente – chance de ser campeão inglês. Agora, cada jogo é uma final. É hora de deixar os erros no passado, e mantermos o foco e a força para que não os cometamos novamente. A chance de disputar a final Champions League está em nossas mãos e, a exemplo do último final de semana contra o Sunderland, não podemos deixar que o título escape por entre os nossos dedos no momento decisivo. Só a vitória interessa. E a vitória depende apenas de nós mesmos.
#GoBlues
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.