O final de semana é marcado por um importante confronto e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 4ª rodada na Premier League.
Foi dramático, mas, pelo menos, aconteceram os jogos das seleções para o torcedor blue descansar após a tensão da última partida no Campeonato Inglês. Frente ao Liverpool, em 28 de agosto, o Chelsea saiu na frente, mas Reece James foi expulso e o adversário empatou. Jogando em casa e com um jogador a mais, os Reds pressionaram bastante, porém a forte defesa de Thomas Tuchel resistiu e arrancou um importante ponto em Anfield.
Com isso e após uma longa data FIFA, os Blues estão de volta e terão um adversário complicado neste fim de semana. Neste sábado (11) às 13h30, o Chelsea enfrenta o Aston Villa no Stamford Bridge, em jogo válido pela 4ª rodada da Premier League 21/22. O jogo terá transmissão da ESPN Brasil.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Equilíbrio de grandes times
Eles são históricos, gigantes e, mesmo com pretensões diferentes no ano, se reforçaram muito bem em 21/22. Aston Villa e Chelsea são times que não possuem uma grande rivalidade entre si – as cidades ficam a quase 200 quilômetros de distância – mesmo com algumas curiosidades entre si.
Os Villans e os Blues possuem a mesma quantidade de taças nacionais expressivas: 19 títulos contando Inglês, FA Cup e Copa da Liga. Além disso, ambos os clubes já foram campeões da Europa, mas em momentos completamente diferentes. Enquanto o Chelsea vive as suas melhores décadas na história, o Villa deseja se reestruturar e, aparentemente, se consolidou na elite do futebol da Inglaterra.
Nesta temporada, o Aston Villa está no 11º lugar, a mesma posição que terminou em 20/21, ou seja, a disputa da equipe é no meio da tabela, sonhando com uma complicada vaga europeia. Os Villans estrearam perdendo por 3 a 2 para o Watford, fora de casa. Porém se recuperaram batendo o Newcastle por 2 a 0 no Villa Park. E na última rodada da PL, empataram com o Brentford em casa. Com quatro pontos em três jogos, a equipe não está em grande fase, mas também não decepciona. Popularmente dizendo, eles estão fazendo a lição de casa na PL.
A última temporada
Como a temporada começou recentemente e o Aston Villa entrou em campo apenas quatro vezes – além das três partidas no Inglês, o time goleou o Barrow pela Copa da Liga -, é importante detalhar questões do último ano para mostrar a força e as fraquezas do Aston Villa.
Com 55 pontos – 16 vitórias, sete empates e 15 derrotas -, o Villa terminou o Campeonato Inglês da última temporada na 11ª posição. O time começou muito bem o torneio em 20/21. Contudo, como já esperado, foi perdendo espaço em meio às grandes forças. No entanto, a posição foi louvável porque a temporada anterior havia sido um desastre. Em 19/20, o Aston Villa havia acabado de subir da segunda divisão e fez só 35 pontos, ficando só um ponto de vantagem para o 18º e 19º, equipes que foram rebaixadas.
Nas copas, o time não foi tão bem. Na Copa da Liga, o Villa caiu nas oitavas ao perder para o Stoke City por 1 a 0. Já na FA Cup, com mais azar no sorteio, o time enfrentou o Liverpool e se despediu logo na primeira fase disputada. Porém, foi o Liverpool que possibilitou uma noite histórica do Aston Villa em 20/21: em 04 de outubro de 2020, a equipe venceu os Reds por 7 a 2, em uma goleada que certamente será relembrada por muitos anos.
Ainda na última Premier League, o time que irá visitar o Chelsea nesta rodada ostentou números melhores como visitante. Dos 55 pontos, 30 foram conquistados longe do Villa Park. Outro ponto interessante é o desempenho do clube contra o Big Six na em 20/21. Foram 13 jogos disputados, onde o Aston Villa venceu em cinco oportunidades, houve um empate – contra o Chelsea – e perdeu sete vezes, tendo assim um aproveitamento razoável de 41%.
O histórico do confronto
Lembra do equilíbrio dito anteriormente? Então, além de estar presente nas taças, “ele” está também nos confrontos entre Aston Villa e Chelsea. O primeiro duelo entre as equipes aconteceu em 1907 e os clubes empataram por 0 a 0. Quase 114 anos depois, os times já se encontraram em 157 partidas: os Blues venceram 64 vezes, houve 35 empates e os Villans bateram o rival em 58 oportunidades. Ou seja, o time de Londres possui uma leve vantagem sobre o adversário de Birmingham.
Porém, como nos últimos anos o Chelsea está em um momento muito melhor que o Villa no cenário inglês e europeu, a equipe azul tem uma vantagem considerável nos duelos. Pela Premier League, fundada em 1992, os times protagonizaram 52 confrontos e os Blues venceram 26 (a metade), já o Villa triunfou em 13 jogos e houve 13 empates.
Já num recorte ainda mais recente, a equipe de Roman Abramovich ganhou 10 dos 13 jogos disputados desde 2012 – os números eram melhores, mas a última temporada do Villa melhorou o retrospecto.
Para finalizar os relatos deste interessante histórico de confrontos, é importante destacar que, mesmo sem uma grande rivalidade, os times protagonizaram grandes jogos e inclusive uma final da FA CUP em 15 de maio de 2000. O Chelsea entrou em campo com nomes conhecidos como Marcel Desailly, Didier Deschamps, Roberto Di Matteo, George Weah, Gianfranco Zola e até mesmo John Terry estava no banco de reservas. Treinado por Gianluca Vialli, o Chelsea venceu o jogo com gol de Di Matteo e ergueu a taça de campeão da FA Cup.
O jogo anterior
Os números do Chelsea no recorte recente do confronto poderiam ser ainda mais expressivos, mas o Aston Villa reagiu em 20/21 e não perdeu para o rival. Com um empate por 1 a 1 em 28 de dezembro, em Stamford Bridge, quando Frank Lampard ainda treinava o Chelsea, e com uma vitória na última rodada da Premier League, os Villans ficaram orgulhosos de terminarem a temporada invictos contra o campeão da Europa.
Sobre o jogo anterior, é importante ressaltar que o jogo não tinha importância competitiva para o Aston Villa. Porém o duelo marcou o retorno da apaixonada torcida do time ao Villa Park. Ou seja, mesmo sem precisar dos três pontos, os Villans foram com tudo e venceram.
Enquanto isso, o Chelsea era finalista da Champions, mas gostaria de garantir a vaga para a próxima edição da Liga dos Campeões. No fim, deu tudo certo para ambos os times: os Blues se classificaram e foram campeões da Europa, e o Aston Villa venceu o rival e correspondeu às expectativas da torcida na última rodada da PL.
A partida
Em um jogo equilibrado, no dia 23 de maio deste ano, o Aston Villa abriu o placar aos 43 da 1ª etapa, com direito a famosa e temida “lei do ex”. Depois de boa jogada ensaiada que saiu dos pés de Matt Targett, em cobrança de escanteio, Bertrand Traoré, ex-Chelsea, bateu de primeira com a perna esquerda e fez o gol.
Já no minuto 7 da 2ª etapa, Traoré driblou e Jorginho cometeu o pênalti no autor do primeiro gol. Com isso, Anwar El Ghazi pegou a bola e deslocou o goleiro Edouard Mendy, visto que a bola foi para um lado e o goleiro para outro.
O Chelsea até chegou a diminuir com Timo Werner. Porém César Azpilicueta, atleta que foi expulso no fim do jogo, estava impedido no início da jogada e o gol foi corretamente anulado pelo VAR. Mesmo assim, o time balançou as redes, o que pouco adiantou, já que a quarta posição “caiu no colo” dos Blues com a derrota do Leicester.
O gol de honra do Chelsea aconteceu aos 25 da segunda etapa. Depois de boa tabela entre Christian Pulisic e Hakim Ziyech, o norte-americano cruzou e Ben Chilwell empurrou como um centroavante. Enfim, 2 a 1 e fim de Premier League 20/21.
Como joga?
“Um dos clubes mais complicados de enfrentar em 2020/21”. Certamente, esta frase foi dita por vários torcedores dos mais diversos times da Premier League. O Aston Villa foi carrasco de algumas equipes na última temporada e, mesmo sem vencer, deu muito trabalho. Em suma, o Chelsea sequer venceu o rival no último ano.
O grande responsável por este trabalho é Dean Smith. O técnico do Aston Villa, que não é mais auxiliado pelo ídolo dos Blues, John Terry, tem a missão de entrosar o time para esta temporada sem Jack Grealish, negociado com o City. Com bons reforços, o treinador dos Villians desde 2018 deve ter uma grande dúvida: qual esquema utilizar?
No ano passado, o time esteve escalado em um 4-2-3-1, com Grealish atrás de Ollie Watkins. Porém, a chegada de Ings e a ótima temporada passada de Watkins força o técnico inglês a mudar o esquema. Os dois atacantes devem Danny ser titulares pela primeira vez juntos e a esperança é que o Aston Villa atue em um 4-2-2-2 – bem raiz -, com Watkins flutuando bastante.
Os grandes desfalques do Aston Villa para esta partida são sul-americanos. Por causa do protocolo de saúde, o ótimo goleiro Emiliano Martínez, destaque do clube em 20/21, e Emiliano Buendía, reforço da equipe e camisa 10, ficarão fora da partida por terem representado a Seleção Argentina nas Eliminatórias. São baixas cruciais!
Vendeu, mas contratou muito bem
A memória de boa parte dos torcedores dos adversários tendem a pensar: o Aston Villa vendeu Jack Grealish, destaque do clube, e, então, o time acabou. Além de ser um pensamento completamente errado, é possível afirmar que a equipe está ainda melhor. Com os 117 milhões de euros recebidos na negociação com o Manchester City, os Villans foram muito bem no mercado e reforçaram o ataque com bons talentos.
Buendía foi o reforço mais caro: o ponta argentino que estava no Norwich custou 38,4 milhões de euros aos cofres do Aston Villa e é uma ótima opção na ponta. Para concorrer com ele e com as outras opções ofensivas que jogam aberto, o Villa fechou com Leon Bailey, ex-jogador do Bayer Leverkusen, por 32 milhões de euros.
Por fim, o Aston Villa contratou o centroavante Danny Ings, artilheiro do Southampton, por 29,4 milhões de euros. O atacante inglês marcou 34 gols somando as duas últimas edições da Premier League, ou seja, conhece muito bem o caminho do gol.
Portanto, o time vendeu o seu craque Grealish por 117 milhões de euros e contratou três ótimos jogadores por menos de 100 milhões de euros. Uma janela excelente do Aston Villa e, por isso, o time chega forte, principalmente quando estes jogadores entrosarem.
Os jogadores
No gol, o inexperiente em alto nível, Jed Steer, goleiro inglês de 28 anos que rodou as divisões inferiores, substituirá Emiliano Martínez. No entanto, a defesa segue a mesma que foi muito bem em 20/21. Na direita, Matty Cash é um bom lateral e que dá muita liberdade para Matt Targett acertar o alvo – trocadilho desnecessário, mas interessante. Targett é o ala-esquerda e aparece bastante no ataque, ou seja, tentará explorar as costas do lado direito da defesa do Chelsea. Na zaga, Ezri Konsa e Tyrone Mings formaram uma incrível dupla de zaga na última temporada e seguem juntos.
No meio-campo, o técnico Dean Smith deve contar com dois bons volantes que foram titulares no último ano. Douglas Luiz ganhou a medalha de ouro em Tóquio pela Seleção Brasileira, jogou a Copa América e perdeu a pré-temporada. Mas já retomou a titularidade do Villa. Ao lado dele, John McGinn é um ótimo volante escocês – fez uma boa Eurocopa. Os dois meio-campistas criam, chegam e se entendem muito bem, mas vão apenas para a segunda partida juntos na temporada.
Nas pontas, o já consagrado pelo Villa, El Ghazi, atuará mais à esquerda e Leon Bailey tende a substituir o argentino, dono da camisa 10, Buendía. Será a primeira chance do jamaicano como titular e ele, certamente, irá dar muito trabalho ao lado esquerdo da defesa do Chelsea com a sua ótima canhota. Por fim, o ataque, finalmente, deve contar com uma dupla que é muito aguardada: Danny Ings e Ollie Watkins. O artilheiro contratado neste ano já marcou dois gols na PL e terá a companhia de Watkins pela primeira vez, visto que o inglês, que participou de 19 gols em 20/21, começou a temporada lesionado.
A escalação
Devido aos desfalques, o Aston Villa deve entrar em campo com Steer; Cash, Konsa, Mings e Targett; McGinn e Douglas Luiz; Bailey e El Ghazi; Ings e Watkins.