Cada vez mais próximo da final da Champions League, a Semana Blue do Chelsea Brasil traz textos especiais sobre o grande confronto deste sábado (29)!
Primeiramente, final não se joga, se ganha. Há alguns anos, essa frase é vista antes de decisões para indicar que, nesta altura do campeonato, não é necessário jogar tão bem, mas sim vencer a partida.
No próximo sábado, 29, às 16 horas, Chelsea e Manchester City protagonizarão o grande jogo do futebol europeu. A final da UEFA Champions League acontecerá no Estádio do Dragão, em Portugal, e o time que vencer erguerá a taça mais cobiçada entre os clubes. A “orelhuda” terá um novo dono a partir do próximo final de semana.
Excepcionalmente nesta semana, o Como joga foi divulgado na quinta-feira e traz todos os detalhes do Manchester City. Você pode conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
O dono da Inglaterra
Em território nacional, nenhum time conseguiu ser mais dominante que o Manchester City durante a temporada 2020/21. O time de Pep Guardiola venceu, com certa tranquilidade, a Premier League e a Copa da Liga, e só não conquistou a FA Cup por culpa de um time: o Chelsea. Os comandados de Thomas Tuchel impediram a façanha dos Citizens ao eliminar o rival na semifinal, no mês passado.
Mesmo assim, a temporada do clube de Manchester pode terminar com um incrível treble: basta vencer os Blues, conquistando a Champions League. O City nunca venceu a competição, sequer havia passado da semifinal e está faminto pela Liga dos Campeões.
Dentro da Inglaterra, a façanha foi concluída no final de semana passado contra o Everton. Com uma goleada por 5 a 0 sobre o Everton, o Manchester City concluiu a Premier League com 86 pontos, 14 de vantagem para o United, e com a melhor defesa (32 gols) e o melhor ataque (83). O dono do país em três das últimas quatro temporadas teve muita facilidade e quer dar voos europeus. Para isso, deve vencer o seu algoz londrino.
Números amedrontantes
Algumas estatísticas da temporada dos Citizens dão medo em qualquer adversário do mundo. Mesmo com um início irregular, a equipe se consolidou como time mais constante da temporada europeia e é o favorito na final.
A equipe fez 60 partidas nesta temporada, venceu 47 jogos, houve seis empates e saiu de campo com a derrota em sete oportunidades, ou seja, um aproveitamento impressionante de 81,7%. Além disso, balançou as redes em 55 dos 60 duelos (91,7%) e não sofreu gols em 32 partidas (53,3%).
Porém, dentro das derrotas, existem boas notícias para os torcedores dos Blues. A maioria das vezes em que perdeu, o adversário era um dos times do Big Six: em quatro oportunidades o revés aconteceu contra um dos ingleses mais poderosos. Além disso, em meio às únicas sete derrotas, apenas um time venceu os Citizens duas vezes nesta temporada: o Chelsea. Um ponto que é necessário destacar é que treinado por Thomas Tuchel, o time venceu os dois duelos frente à equipe de Guardiola. O único revés contra o City na temporada aconteceu com Frank Lampard, no início de janeiro.
Por fim, no campo dos números, o Manchester City ostenta estatísticas incríveis nesta edição da Champions League. A equipe disputou 12 partidas, venceu 11 e empatou com o Porto na fase de grupos, ou seja, um extraordinário aproveitamento de 94,4%, além do 100% de rendimento na fase final da Champions. Além disso, o time sofreu apenas quatro gols na competição e fez 25, uma média superior a dois gols por partida.
As coincidências da final
Histórico do confronto
O retrospecto indica um confronto equilibrado, mas o clube de Londres tem uma vantagem considerável. Em resumo, os times se enfrentaram 168 vezes: o Chelsea venceu 70 confrontos, houve empate em 39 duelos e o Manchester City saiu de campo com a vitória em 59 jogos.
Uma outra questão que o torcedor deve se apegar é o histórico recente. Nas últimas quatro partidas, os Blues venceram três confrontos. No entanto, os números dos londrinos no confronto antes desta temporada não estavam bons. Entre o início da temporada 2017/18 e o fim da 2019/20, os times se enfrentaram oito vezes, o clube de Abramovich venceu dois duelos, o City ganhou cinco jogos e houve um empate.
Uma questão interessante é que os times disputaram apenas uma final de competições mais longas – deixando de lado a Supercopa da Inglaterra. A única decisão importante entre as equipes aconteceu dois anos atrás, em 2019, e o Manchester City ergueu a taça da Copa da Liga.
Após um empate de 0 a 0 no tempo normal, a final da EFL Cup de 2018/19 foi para a prorrogação, onde aconteceu o fatídico episódio envolvendo Kepa e Maurizio Sarri. O treinador italiano queria substituir o arqueiro, mas o goleiro espanhol não aceitou e não deixou o campo. Nas cobranças de pênaltis, Kepa até fez uma defesa, mas o City foi campeão após acertar quatro cobranças contra apenas três gols feitos pelos Blues.
Jogo anterior
Curiosamente, os times se enfrentaram duas vezes nos últimos 40 dias. Em 17 de abril, o Chelsea venceu o Manchester City por 1 a 0 e eliminou o rival da FA Cup. 21 dias depois, em 08 de maio, os Blues visitaram os Citizens e venceram, de virada, por 2 a 1. Uma curiosidade é que a final também acontecerá 21 dias após este último jogo.
A vitória no jogo anterior foi emocionante. O time de Pep Guardiola abriu o placar com o gol de Raheem Sterling, aos 44, após falha de Andreas Christensen e quase chance perdida por Sergio Agüero. O curioso é que dois minutos depois, após pênalti cometido por Billy Gilmour em Gabriel Jesus, o ídolo do City poderia ter corrigido o “quase” erro anterior. Porém, Agüero bateu o pênalti de cavadinha e Edouard Mendy fez a defesa sem dificuldades.
O City dominou a 1ª etapa, no entanto, os Blues voltaram em outra rotação e viraram o jogo. Aos 63, Hakim Ziyech recebeu um passe de Azpilicueta na meia-lua e bateu forte, no canto esquerdo de Ederson. A bola foi rasteira e indefensável. Gol de empate e mais um tento de Ziyech contra o City – ele que fez o gol que eliminou o rival na FA Cup.
Já nos acréscimos da 2ª etapa, o Chelsea chegou ao gol da vitória. Após boa jogada pela direita entre Callum Hudson-Odoi e Timo Werner, o alemão cruzou para a área e Hudson-Odoi e Marcos Alonso finalizaram juntos. Porém, a bola saiu – de forma “mascada” – do pé direito do ala espanhol e decretou a vitória londrina. Gol decisivo de Marcos Alonso e 2 a 1 no placar.
Como joga?
A teoria indica que Pep Guardiola não irá promover nenhuma mudança drástica na sua equipe titular para o jogo mais importante da história do Manchester City. Porém, não é possível afirmar isso, visto que o técnico catalão é um dos grandes revolucionários do futebol mundial e muda a sua equipe constantemente. Por isso, determinar, exatamente, como os Citizens entrarão em campo é uma tarefa difícil.
O jogo de posição é a base das atuações da equipe e Pep alcançou o auge destes jogadores, já que vários atletas foram potencializados pela movimentação constantemente. Esta filosofia indica que existem espaços pré-determinados para serem ocupados, mas todos os jogadores trocam de posição e é a bola que irá até o jogador.
Além disso, a intensidade e a dinâmica são pontos cruciais ao analisar o time azul de Manchester. A pressão na saída de jogo será, praticamente, permanente e o Chelsea deve se organizar para evitar problemas.
Logo, a grande dúvida é na parte ofensiva. Nas últimas partidas entre os clubes, diferentemente do que foi destacado aqui no “Como Joga” de cada duelo, Pep optou por referências centralizadas, a fim de incomodar a forte defesa dos Blues. No entanto, é provável que a escalação não conte com nenhum jogador mais acostumado com a função do 9 e a mobilidade ficará ainda mais evidente.
O 3-2 da defesa
Iniciando pela meta, Ederson é, simplesmente, o luva de ouro da Premier League e vive grande fase. Além disso, o goleiro brasileiro garantiu, em entrevista ao jornalista da TNT Sports, Fred Caldeira, que estará apto para cobrar o 5º pênalti em caso de penalidades máximas.
Na defesa, Kyle Walker tem uma função mais defensiva e fecha como um terceiro zagueiro ao lado de Rúben Dias e John Stones. É importante destacar que Rúben fez uma temporada perfeita e foi eleito o melhor jogador do Campeonato Inglês pelos jornalistas ingleses. Pela esquerda, Oleksandr Zinchenko deve ser a escolha de Pep devido à má fase de João Cancelo. O ala-esquerdo do esquema do City tem uma função interna interessante e entra ao lado do 1º volante, na linha de dois meio-campistas à frente da trinca de zagueiros.
E nesta função destacada anteriormente que está presente uma boa dor de cabeça para Pep Guardiola. Rodri foi titular durante toda a temporada e é o atleta com mais partidas na temporada, porém o capitão Fernandinho é o líder da equipe e vem de ótimas atuações, principalmente na semifinal contra o PSG. O técnico do City irá decidir apenas no momento da partida quem será o titular como 1º volante.
Os cinco ofensivos
Atualmente, o meio-campo móvel do Manchester City se confunde com o ataque, visto que todos trocam de posição e a intensa mobilidade é a chave para atrapalhar a marcação do rival.
À frente de Fernandinho ou Rodri, Guardiola contará com Bernardo Silva e Ilkay Gündogan. O português atua ao lado de Mahrez e articula pelo lado direito, enquanto o alemão Gündogan entra bastante na área adversária: ele é o artilheiro da equipe na temporada com 17 gols.
O trio de ataque conta com dois pontas que têm “obrigações” diferentes. Pela direita, Riyad Mahrez é o jogador agudo que leva da direita para o meio. Ele marcou três dos quatro gols do City na semifinal e mostrou que é decisivo. No lado esquerdo, o jovem Phil Foden se afirmou como um grande jogador nesta temporada: são 16 gols e 10 assistências na temporada para a promessa de 20 anos. O inglês é canhoto, atua pela esquerda dando amplitude e é perigoso nas jogadas rápidas.
No centro, Pep Guardiola contará com o seu craque: Kevin de Bruyne. O ex-jogador do Chelsea é o grande diferencial do time de Manchester e, certamente, deseja conquistar a Champions League para concorrer, de vez, pelo prêmio de melhor jogador do mundo. Por fim, o belga tem muita liberdade atuando como falso 9 e se movimenta por todos os lugares do campo.
A escalação
Como visto acima, o clube de Manchester pode ser dividido em duas partes no momento ofensivo: o 3-2 da defesa e os cinco ofensivos. O esquema 3-2-5 é usado quando o time ataca, já que, ao se defender, o time se organiza em uma linha de quatro defensores e cinco meio-campistas. O curioso é que no confronto frente ao Paris Saint-Germain, o City se compactou mais do que o normal, dando pouco espaço ofensivo para o adversário e evitando as tramas pelo meio.
Deixando Aymeric Laporte, Ferrán Torres, Gabriel Jesus, João Cancelo, Raheem Sterling e Kün Aguero como reservas, o City terá muitas opções durante a partida. Assim, todos estes jogadores citados devem ficar no banco, mas já mostraram enorme talento, possibilitando boas mudanças.
Portanto, o time titular do Manchester City no jogo mais importante dos últimos nove anos do Chelsea e da história dos Citizens deve contar com Ederson; Walker, Rúben Dias, Stones, Zinchenko; Fernandinho, Bernardo Silva, Gündogan; Mahrez, De Bruyne, Foden.