Após uma derrota catastrófica contra o West Bromwich, o Chelsea reagiu rapidamente e teve uma semana perfeita. Na quarta-feira, 07, derrotou o Porto, como visitante, por 2 a 0 e deu um passo para jogar a semifinal da Champions League 2020/21. No sábado, 10, goleou o Crystal Palace por 4 a 1 e retomou, de vez, a confiança no modelo de jogo.
E esta confiança será muito importante nessa próxima semana. Os Blues terão duas decisões e poderão chegar no domingo com duas classificações importantíssimas, visto que as competições que serão disputadas são de mata-mata e são as únicas possibilidades de título nesta temporada.
Em primeiro lugar, na terça-feira, 13, às 16 horas, horário de Brasília, irá enfrentar o Porto, como mandante, em jogo válido pela partida de volta das quartas de final da Champions League. No sábado seguinte, 17, às 13:30, horário de Brasília, duelará com o Manchester City, pela semifinal da F.A. Cup. Por outro lado, a Copa da Inglaterra é decidida em jogos únicos, ou seja, quem vencer estará na final da competição.
Às terças-feiras, o Chelsea Brasil traz para você um Guia especial detalhando todos os rivais da semana. Nesta semana, os adversários são Porto e Manchester City e você pode conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Porto
O sonho da remontada
A missão é bem complicada, mas uma equipe que disputa as quartas de final da Champions League não desiste com facilidade. Após perder como mandante por dois gols de diferença, o Porto terá que buscar um resultado improvável contra o sólido time inglês. A equipe de Sérgio Conceição buscará uma remontada histórica, pois precisa vencer por dois gols ou mais de diferença. Qualquer vitória por um gol de vantagem, empate ou vitória dos Blues irá classificar os ingleses para a semifinal.
E o sonho de título nesta temporada para o clube portista passa por este duelo. A equipe portuguesa foi eliminada nas semifinais das duas copas nacionais e está na vice-liderança da Liga Portuguesa, competição que conta com um Sporting invicto. Com isso, o desejo da torcida é por uma campanha ainda mais incrível na Champions League. Após eliminar Cristiano Ronaldo e companhia, os lusitanos desejam um feito maior e buscarão a improvável classificação.
Na partida entre os dois duelos da Champions, os portugueses colocaram em campo um time misto e venceu o Tondela, equipe que está no meio de tabela. O placar de 2 a 0 foi construído com os gols de Toni Martínez e Mehdi Taremi, atleta que deve ser escalado no duelo da próxima terça-feira.
Histórico do confronto
Como destacado no Guia da última semana, o Chelsea tem uma ampla vantagem no retrospecto frente ao Porto. Após a vitória da última semana, os Blues chegaram à sexta vitória em nove jogos, enquanto o Porto venceu duas vezes e houve apenas um empate em nove confrontos. Quem vencerá o 10º duelo?
Além disso, no “Como jogam” da semana passada, foi destacado um jogo marcante entre os clubes. Naquela ocasião, o time de Mourinho e Drogba eliminou o clube português que contava com Pepe, zagueiro que tentará a “remontada” nesta semana. Será que acontece de novo?
Uma curiosidade interessante é que o Porto disputou as quartas de final cinco vezes na era moderna da Champions League (1992-2021). Em 1996/97 e em 2018/19, a equipe perdeu o 1º jogo e não se recuperou na partida de volta. Na temporada 1999/00, o Porto empatou no duelo de ida e perdeu na volta, sendo eliminado também. Em 2014/15, o clube português venceu a 1ª partida, mas acabou sendo goleado na volta.
A única ocasião que o Porto se classificou para as semifinais na era moderna da Liga dos Campeões, o time venceu o 1º jogo e empatou a 2ª partida, um cenário bem diferente deste jogo.
Jogo anterior
Na semana passada, em 7 de abril, as equipes se enfrentaram no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, casa do Sevilla e palco deste jogo de volta devido às restrições do coronavírus, e o Chelsea venceu por 2 a 0. O resultado foi excelente para a equipe londrina, mas a atuação do Porto chamou a atenção. A equipe portuguesa finalizou duas vezes mais que os Blues – 12 contra seis arremates -, mas parou em mais uma grande atuação de Edouard Mendy. O Chelsea teve oportunismo, qualidade e venceu, como visitante, um adversário complicado por dois gols de diferença.
O jogo foi bem equilibrado do início ao fim, mas a qualidade dos visitantes ficou evidente logo no minuto 32. Jorginho deu um passe vertical e encontrou Mason Mount. A cria azul viu que o seu marcador, Zaidu Sanusi, iria tentar interceptar e fez uma finta lindíssima. O giro deixou o meio-campista com liberdade dentro da área e Mount bateu cruzado, sem chances para o goleiro Agustín Marchesín: 1 a 0.
O time português, com sua garra e determinação esperada, chegou algumas vezes e parou na defesa sólida do Chelsea. E, já no final da partida, aos 85, os Blues contaram com mais um jovem inglês para fechar a conta de uma grande vitória. Jesús Corona errou um passe e Ben Chilwell aproveitou. O ala pegou a bola com muita velocidade, driblou o goleiro e bateu com a perna direita, decretando uma vitória importantíssima. 2 a 0 para o time de Thomas Tuchel, fora de casa, e “um pé” nas semifinais da UEFA Champions League!
https://www.youtube.com/watch?v=rXO4mvwN3yA
Como joga?
O perfil aguerrido com muita garra e vontade do time português foi destacado na última semana pelo Chelsea Brasil e foi possível analisar isso dentro de campo. Mesmo com uma boa vitória, a equipe londrina não teve facilidade e viu um adversário bem determinado. E essa forma de jogo será ainda mais observável no jogo da volta, visto que o Porto tem que dominar a partida para conseguir vencer por dois gols de vantagem e se classificar.
Por isso, os comandados de Sérgio Conceição terão uma postura mais ofensiva e tentarão impedir, por meio da imposição física característica, qualquer ataque do Chelsea. A notícia ruim para os torcedores dos Blues é o retorno de dois importantes jogadores após cumprirem suspensão. O centroavante Mehdi Taremi e Sérgio Oliveira, destaque da equipe, voltarão e irão consolidar, ainda mais, o esquema do Porto, o qual varia de um 4-4-2 para um 3-1-4-2, com duas referências.
Os jogadores
O adversário tende a se soltar mais para o ataque devido ao placar adverso da primeira partida – tem que reverter o 2-0 imposto – e, por isso, a defesa ficará exatamente em uma trinca de marcadores. Além do goleiro argentino Agustín Marchesín, a parte defensiva conta com a dupla de zaga formada com Chancel Mbemba e Pepe e com o lateral-direito Wilson Manafá, o qual atua como um terceiro zagueiro, liberando o ala-esquerdo Zaidu Sanusi.
À frente da zaga, Mateus Uribe é o “cão de guarda”. Em uma linha de quatro jogadores no meio-campo, o Porto contará com Sanusi e Jesús Corona nas pontas, dando amplitude à equipe. Os dois jogadores têm a responsabilidade de fechar a linha de cinco defensores na postura defensiva, mas são atletas preponderantes para abrir a defesa adversária, principalmente contra um time tão forte na marcação.
No centro da linha de quatro jogadores, Otávio e Sérgio Conceição têm funções importantíssimas no esquema tática do Porto. O brasileiro Otávio vem da esquerda, abre a ponta para Sanusi e arma o jogo pelo meio. Já o português Sérgio Conceição é o famoso “box-to-box” e chega bastante na área adversária, utilizando sempre o seu ótimo chute.
No ataque, a dupla desta partida tende a ser Mehdi Taremi e Moussa Marega, ou seja, dois centroavantes juntos. O iraniano Taremi estava suspenso e não jogou o duelo da ida. Com as duas referências juntas, a bola aérea será a arma do Porto e Tuchel deve ficar atento.
A escalação
Visto que o Porto não tem nenhum jogador suspenso, o técnico Sérgio Conceição poderá colocar em campo a sua força máxima na decisão. Com uma provável intensidade maior no campo de ataque e com a utilização de dois centroavantes, o Dragão deve ir a campo com Marchesín; Manafá, Mbemba, Pepe e Zaidu Sanusi; Jesús Corona, Sérgio Oliveira, Uribe e Otávio; Marega e Taremi.
Sabendo dos riscos, o clube de Abramovich estará ainda mais atento, e a expectativa da torcida é que os jogadores consigam aproveitar a possível ansiedade do time portista atrás do gol. Se tiver sabedoria para administrar a boa vantagem conquistada, o Chelsea não terá grandes problemas.
Manchester City
A briga pela vaga na final
A equipe a ser batida na Europa. Para muitos, o Manchester City de Pep Guardiola está no seu auge e vem muito forte para vencer quatro competições. O time azul de Manchester é líder com larga vantagem na Premier League, é finalista da EFL Cup, deve se classificar para a semifinal da Champions League e disputará a semifinal da FA Cup com o Chelsea, no final de semana. Levantar todos os títulos é complicado, mas, certamente, o fortíssimo elenco dos Citizens irá tentar este feito.
Para chegar a mais uma final de F.A. Cup, o Manchester City terá que eliminar os londrinos. O jogo, que acontecerá no Wembley, no próximo sábado, 13:30, será um dos grandes duelos da temporada, já que colocará frente a frente os dois melhores times ingleses no momento. Quem será finalista da competição mais tradicional da Inglaterra?
Viciado em vencer
A única forma da equipe de Guardiola não sair realizada desta temporada é perdendo vários títulos, visto que o desempenho durante o ano foi, quase, perfeito. Para exemplificar quão bem o City está jogando, é possível destacar o período entre 19 de dezembro e 02 de março, onde o time de Manchester venceu todas as 22 partidas em sequência, levando em conta todas as competições.
No último jogo e no início de março, os Citizens tropeçaram e perderam a continuidade das sequências incríveis. Em 07 de março, o Manchester United venceu o City, no Etihad Stadium, por 2 a 0 e pôs fim nos 22 jogos seguidos triunfando. No último final de semana, o Leeds United bateu o time azul de Manchester por 2 a 1 – vale ressaltar que a equipe de Marcelo Bielsa estava com um jogador a menos em toda a 2ª parte -, e colocou fim em uma sequência de sete vitórias consecutivas.
Ou seja, nas últimas 30 partidas, triunfou 28 vezes e perdeu dois duelos. O time é viciado em vencer e a missão dos Blues é parar este fortíssimo oponente.
Os tropeços do City
Não existe um bom momento para enfrentar uma equipe que tropeçou apenas duas vezes em 2021. No entanto, o Chelsea tem esta missão e algumas curiosidades dos tropeços do Manchester City podem animar os torcedores.
O adversário tropeçou dez vezes na temporada, sendo quatro derrotas e seis empates. Nestes dez deslizes, seis foram contra os clubes melhores colocados na Premier League: Leicester, Liverpool, Manchester United (2x), Tottenham e West Ham. Os outros quatro tropeços foram contra o Leeds (2x), Porto e West Bromwich. Dessa forma, o City deixou a desejar mais vezes nesta temporada frente às equipes mais fortes.
Histórico do confronto
O histórico é até equilibrado, mas o time de Londres tem uma vantagem considerável. Foram disputados 166 jogos entre os times, onde os Blues venceram 69 vezes, houve empate em 39 oportunidades e os Citizens saíram de campo com os três pontos em 58 partidas.
A notícia ruim é o retrospecto recente. O time de Abramovich perdeu quatro dos últimos cinco duelos e venceu o City apenas no jogo que aconteceu em junho de 2020, partida que Christian Pulisic e William marcaram. Em um recorte maior – dez encontros -, os Blues venceram apenas três e perderam sete vezes.
Um ponto curioso do duelo é o encontro de Guardiola e Chelsea. O renomado treinador saiu com a vitória em apenas um jogo de mata-mata frente ao Chelsea: na final da Community Shield de 2018. Foram duas semifinais de Champions League pelo Barcelona contra os Blues, onde houve três empates e uma derrota – o incrível triunfo de 2011/12. Além destas partidas, o técnico encontrou o Chelsea em uma final da Supercopa Europeia – pelo Bayern – e empatou sem gols, sendo este o mesmo resultado da final da EFL Cup de 2018/19. Portanto, Guardiola tem muita dificuldade para vencer a equipe londrina em jogos decisivos.
O jogo anterior
O último jogo não traz boas recordações. Em 03 de janeiro, na 1ª partida de 2021, o oponente do fim de semana foi ao Stamford Bridge e atropelou: uma vitória de 3 a 1 que poderia ter sido ainda maior. Foram necessários 34 minutos para que a vantagem de três gols, a qual foi construída em um intervalo de 16 minutos, dominasse o placar. Um jogo de, praticamente, um time só.
O Chelsea, treinada por Frank Lampard, na época, errou bastante neste jogo. Aos 18, Oleksandr Zinchenko cruzou, Phil Foden ajeitou e Ilkay Gündogan girou para cima de Thiago Silva. O camisa 8 do City driblou e bateu forte no canto. Três minutos depois, Kevin De Bruyne tentou a primeira vez e Thiago Silva tirou, mas, no rebote, o belga cruzou e encontrou a defesa dos Blues desorganizada. Phil Foden aproveitou, nas costas do zagueiro brasileiro, e empurrou para o gol.
O jogo estava tão complicado que, até no momento que a equipe tentou atacar, o City marcou gol. Aos 34, Hakim Ziyech bateu falta na área e a defesa tirou. Na sobra, N’Golo Kanté tentou jogar a bola na área dos Citizens novamente, mas o adversário conseguiu ligar um contra-ataque fatal. Raheem Sterling correu toda a metade do campo, ficou sem ângulo e chutou na trave. No rebote, Kevin de Bruyne empurrou para as redes e fez 3 a 0 ainda no 1º tempo.
Nos acréscimos da 2ª etapa, aos 92, o Chelsea diminuiu após cruzamento de Kai Havertz e conclusão de Callum Hudson-Odoi. Entretanto, a atuação foi bem aquém e o time de Thomas Tuchel deve passar longe deste nível.
Como joga?
Enfrentar as equipes treinadas pelo espanhol são sempre um desafio por dois motivos: as escalações e ideias táticas são únicas para cada jogo e os times são altamente competitivos durante os 90 minutos. Assim, há de se ter concentração desde o minuto inicial para não ser surpreendido e perder um jogo de mata-mata, o qual pode ser decidido por um simples deslize.
Portanto, um desafio para este que vos escreve é acertar realmente o “como joga”. Ele usa mais de 18 jogadores e fica fazendo rotações independente da importância do jogo, porém o técnico espanhol mantém uma formação no Manchester City: um 4-3-3, o qual se torna um 3-2-5 na fase ofensiva. Na filosofia que Pep é adepto, este esquema ao atacar é até fácil de ser observado e é uma das características do jogo de posição.
Os jogadores
Pelo estranho que pareça, as dúvidas na escalação começam desde a meta do City, já que a presença de Ederson não é certa. O goleiro brasileiro é titular, mas, na FA Cup, o goleiro estadunidense Zack Steffen foi titular em todos os jogos. Na última temporada, a partir da semifinal, Pep Guardiola usou o goleiro titular e, por isso, é provável que Ederson seja o escolhido.
Na defesa, Kyle Walker é o ala-direita, mas atua como um zagueiro na trinca de defensores ao lado dos talentosos Rúben Dias e Aymeric Laporte. É importante destacar que John Stones também é uma opção. Na esquerda, João Cancelo deve ser o escolhido – Benjamin Mendy e Zinchenko são possibilidades – e atua como um meio-campista na fase ofensiva, ao lado do único volante da equipe: Rodri. O espanhol é o atleta que fica à frente da zaga, mas está revezando, nas últimas partidas, com o brasileiro Fernandinho, jogador que tem muita moral com Guardiola e com a torcida.
Como meio-campistas do 4-3-3, Bernardo Silva e Ilkay Gündogan são peças fundamentais. O alemão é a definição perfeita de um atleta “box-to-box”. Cada dia mais, Gündogan pisa na área adversária, enquanto Bernardo Silva liga defesa e ataque, dando ritmo ao jogo e até passa despercebido em algumas partidas.
Pela ponta-direita, Riyad Mahrez é o jogador mais “rabiscante” do time e usa o seu drible para quebrar as linhas de defesa. Na esquerda, Phil Foden está ganhando cada dia mais minutos e entra bastante na área. Sterling corre por fora por uma vaga. No centro, Kevin De Bruyne tem muita liberdade e flutua bastante. O belga, ex-Chelsea, é um jogador que dispensa adjetivos e a marcação deve ficar atenta.
A escalação
Como dito anteriormente, cravar uma escalação é uma missão complicadíssima. É provável que Gabriel Jesus e Kün Aguëro fiquem no banco, pois o Chelsea joga com três zagueiros e tem uma defesa muito sólida. Por isso, os “centroavantes” ficariam facilmente encaixotados na marcação dos Blues. Nesse sentido, Guardiola deve mandar a campo um ataque mais móvel, a fim de provocar erros defensivos quando os jogadores trocarem de posições. Os zagueiros da equipe londrina não devem acompanhar individualmente, visto que, se fizerem isso, irão ficar com o sistema defensivo todo “embolado” e o forte ataque dos Citizens irão encontrar espaços.
Por fim, a escalação do Manchester City deve contar com Ederson, Walker, Laporte, Rúben Dias e João Cancelo; Rodri, Bernardo Silva e Gündogan; Mahrez, De Bruyne e Foden. Logo, se quiser chegar à final, o Chelsea deve ter atenção do início ao fim neste confronto.