Como jogam: Porto e Crystal Palace são os adversários do Chelsea

A princípio, a derrota do último final de semana foi um dos resultados mais inesperados da temporada do Chelsea. O time de Thomas Tuchel estava com uma defesa intransponível e enfrentou o West Bromwich, 19º colocado da Premier League. Com a derrota por 5 a 2, os Blues perderam a invencibilidade com o treinador alemão.

Nesta próxima semana, os ingleses irão enfrentar dois adversários com elencos inferiores, mas que apresentam muita raça: Porto na quarta-feira, 07, às 16 horas, e o Crystal Palace no sábado,10, às 13:30 – o Chelsea é visitante nas duas partidas. 

Primeiramente, os dois jogos têm um tema em comum: a Champions League. No duelo contra a equipe portuguesa, o clube de Abramovich estará disputando o jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões. Já no clássico londrino com o Palace, a equipe estará lutando para retornar à zona de classificação para a Champions da próxima temporada.

Às terças-feiras, o Chelsea Brasil traz para você um Guia especial detalhando todos os rivais da semana. Nesta semana, os adversários são Porto e Crystal Palace e você pode conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Porto

O surpreendente Dragão

Antes de mais nada, o franco-atirador das quartas de final é, certamente, o time português. O Porto alcançou esta fase após eliminar a Juventus de Cristiano Ronaldo e já surpreendeu nas oitavas. Dar mais um passo na Champions League 2020/21 seria mais um grande feito dos comandados de Sérgio Conceição. A equipe é bicampeã da Europa, já que venceu a competição em 1986/87 e 2003/04, este último título com José Mourinho, técnico que também é ídolo do Chelsea. Por conta desta tradição, o Porto pode sonhar mais alto?

Atualmente, o foco é a Champions League, porque o título da Liga Portuguesa está distante da cidade do Porto. O Sporting, equipe de Lisboa, está na liderança do campeonato nacional, não perdeu nenhum jogo e sofreu apenas 12 gols na competição. Com um ótimo desempenho, os Leões abriram oito pontos dos Dragões. Por isso, seguir surpreendendo na Liga dos Campeões pode ser o caminho mais satisfatório na atual temporada para a apaixonada torcida portista.

Além da vice-liderança na Liga Portuguesa, o Porto perdeu na semifinal da Taça da Liga e da Taça de Portugal, ou seja, pode terminar a temporada sem um grande título. Mesmo assim, a campanha do azarão na Champions pode ser emblemática para a torcida e os jogadores sabem disso. 

Estatísticas na Champions

Na competição europeia, ficou em 2º no grupo que contava com o poderoso Manchester City, mas teve um ótimo desempenho, já que fez os 12 pontos possíveis contra Olympiacos e Marseille, equipes mais fracas do grupo. Contra o City, o Dragão perdeu a primeira partida, fora de casa, e empatou por 0 a 0 em Portugal. Nas oitavas de final, o Porto encontrou a Juventus e venceu em casa por 2 a 1. Como visitante, o Dragão saiu ganhando, sofreu a virada e o jogo foi para a prorrogação.

Mesmo com um jogador a menos, Sérgio Oliveira fez um gol de falta e decretou a classificação – o placar marcou 3 a 2 para a Juventus no final do jogo. Passar pelo Chelsea é o próximo sonho lusitano.

Histórico do confronto

Chelsea e Porto se enfrentaram oito vezes na história: todas as partidas aconteceram pela UEFA Champions League e a equipe inglesa tem uma vantagem bem considerável. Os Blues saíram de campo com a vitória em cinco oportunidades, houve empate uma vez e o Porto venceu apenas dois jogos. 

É importante destacar que, como mandante, o time inglês tem 100% de aproveitamento: são quatro vitórias em quatro jogos – todos estes jogos aconteceram no Stamford Bridge. Desta vez, no entanto, devido à pandemia do coronavírus, o jogo será realizado sem torcida e na Espanha. O estádio do Sevilla, o Ramón Sánchez Pizjuán, será o campo de jogo da ida e da volta desta quartas de final. 

Dos oito confrontos, seis partidas foram realizadas pela fase de grupos da Champions League. As edições que estes jogos aconteceram foram em 2004/05, 2009/10 e 2015/16. Dessa forma, o último duelo das equipes aconteceu em dezembro de 2015 e o Chelsea venceu por 2 a 0. Os outros dois jogos do retrospecto do duelo aconteceram nas oitavas de final e a partida decisiva foi emocionante.

O jogo marcante

Em 05 de março de 2007, mais de 14 anos atrás, as agremiações se enfrentaram pelo segundo jogo das oitavas de final da Champions League 2006/07. O Chelsea contava com José Mourinho, treinador que havia sido campeão da competição pelo Porto três temporadas antes, e o Porto contava com Pepe, zagueiro que deve ser titular nestes confrontos em 2021. A primeira partida das oitavas de final ficou empatada em 1 a 1 e a decisão ficou para Stamford Bridge. 

A partida

A equipe de Mourinho entrou em campo naquele jogo decisivo com Petr Cech; Diarra (Paulo Ferreira), Essien, Ricardo Carvalho e Ashley Cole; Robben, Makelele (Obi Mikel), Michael Ballack e Lampard; Didier Drogba e Shevchenko (Kalou). A curiosidade é que o adversário contava com Raul Meireles, meio-campista campeão da Champions pelos Blues em 2012, e com Ricardo Quaresma, jogador que jogaria pelo Chelsea em 2009, dois anos após este confronto.

E foi com um gol de Quaresma que o Porto assustou a torcida do Chelsea logo no minuto 14 da 1ª etapa. O atleta, conhecido pela sua habilidade e o chute de trivela, foi lançado nas costas de Ricardo Carvalho e bateu na saída de Cech. 1 a 0 no placar e a classificação londrina estava comprometida. O 1º tempo encerrou com o Chelsea pressionado e o Porto estava se garantindo nas quartas de final.

Porém, os Blues se recuperaram na 2ª etapa. Aos 47, Arjen Robben arriscou de fora da área e o goleiro brasileiro, Helton, falhou. Um gol de empate importante e o resultado estava levando o jogo para a prorrogação. No entanto, aos 78, as estrelas do Chelsea apareceram. A bola foi cruzada, Didier Drogba ajeitou com um cabeceio, Andriy Shevchenko tocou para o meio também com a cabeça e Michael Ballack bateu de voleio na bola: um lindo gol. Foi o gol da classificação e um jogo marcante!

Como joga?

Os jogadores, a comissão técnica e os torcedores entendem a situação: são o grande azarão da Champions e uma campanha inesperada já foi feita. A disparidade de elenco e investimento deixa claro que o Dragão não tem grandes responsabilidades. E, até por isso, o Porto jogará sem pressão e pode surpreender ainda mais nesta edição da Champions League. Este é o principal ponto que se deve ter atenção.

Nesse sentido, o posto de franco-atirador irá dar mais força à postura reativa na competição. Como exemplo do quão defensivo e aguerrido é o time português, é possível destacar o jogo contra o Manchester City, na fase de grupos. Após o empate sem gols, o treinador Pep Guardiola reclamou do “anti-jogo” praticado pela equipe de Sérgio Conceição. É uma estratégia de jogo e deve ser respeitada; 

A principal característica dos jogadores e da forma de jogo é a força física. Vários atletas se destacam neste quesito e certamente a imposição corporal será vista na partida, principalmente contra os jogadores mais franzinos do Chelsea. A raça, a garra e a disposição para atacar e marcar são as outras características inerentes ao time português.

O Porto, certamente, irá seguir no seu tradicional 4-4-2, com dois meio-campistas centralizados, dois pontas e dois atacantes, sendo um jogador mais móvel e uma referência.

Os jogadores

No gol, o argentino Agustín Marchesín é o arqueiro que o ataque do Chelsea terá que incomodar. Na alas, eles contam com Wilson Manafá e Zaidu Sanusi, mas os atletas têm funções diferentes. Manafá joga pela direita e atua, praticamente, como um terceiro zagueiro, com menos idas ao ataque, enquanto Sanusi é o ala pela esquerda e tem muito fôlego para ir e voltar. O lateral nigeriano fez uma grande partida contra a Juventus e o Chelsea deve ter muita atenção. 

Fonte: ShareMyTatics.com

A base do sistema de jogo do Porto é a dupla de zaga e de meio-campistas. Os zagueiros do Dragão são Chancel Mbemba e o experiente Pepe, atleta tricampeão da Champions pelo Real Madrid e jogador que, mesmo com 38 anos, fez uma das melhores atuações da carreira contra a Juventus.

No meio-campo, Matheus Uribe é o volante de contenção e jogará ao lado de Marko Grujic, jogador que tem 1,90m e aumentará ainda mais a força física. O sérvio entrará no lugar de Sérgio Oliveira, já que o grande jogador está suspenso pelo terceiro amarelo. Estar desfalcado de Sérgio Oliveira é um tremendo problema para o Dragão.

Para dar amplitude ao time, o treinador Sérgio Conceição conta com Jesús Corona, o Tecatito, e com o brasileiro Otávio. O ponta-direito mexicano é bem intenso e joga colado na linha lateral, abrindo a defesa adversária, enquanto Otávio leva da esquerda para o meio, abrindo o corredor para Sanusi.

Além disso, com a expulsão infantil de Mehdi Taremi na partida frente à Juventus, Luis Díaz deve ser o atacante pela esquerda e também poderá aparecer mais aberto, com Otávio ocupando o centro. Ao lado de Luis Díaz, Moussa Marega é a referência da equipe e incomoda a defesa adversária por causa da sua força física.

A escalação

Por causa da suspensão de Mehdi Taremi e de Sérgio Conceição, o Porto não poderá repetir a sua escalação da classificação frente à Juventus. O sérvio Grujic irá entrar no lugar de Sérgio Oliveira e mudará um pouco a característica, já que o português é o destaque portista e entra muito na área. Já o colombiano Luis Díaz deve ser o substituto do atacante iraniano, mas se optar por um defensor ou meio-campista, Sérgio Conceição deixará claro que o time irá se defender ainda mais. 

Em síntese, o Porto tende a entrar em campo com Marchesín, Manafá, Pepe, Mbemba e Sanusi; Jesús Corona, Marko Grujic, Uribe e Otávio; Marega e Luis Díaz. O time de Thomas Tuchel deve ficar atento com a intensidade do Porto para vencer. Mesmo com a disparidade nos elencos, o jogo tende a ser equilibrado. 

Crystal Palace

O clássico de Londres

Usando a emblemática fala do ex-jogador brasileiro Jardel, clássico é clássico e vice-versa. E no próximo sábado, dia 10, há uma equipe londrina: o Crystal Palace. A equipe do sul da capital inglesa se firmou na última década como um time de elite no futebol inglês e os clássicos estão acontecendo com maior frequência. Treinado pelo histórico Roy Hodgson, o Palace faz uma campanha semelhante aos últimos anos, já que está no meio de tabela e arrancou alguns pontos dos times mais fortes.

Atualmente, os Eagles estão na 12ª posição com 38 pontos conquistados em 30 jogos, ou seja, uma campanha mediana. A situação é confortável nesta reta final porque o time está 12 pontos à frente da primeira equipe dentro da zona de rebaixamento e 14 pontos atrás do West Ham, o 4º colocado.

Portanto, a intenção neste final de temporada é arrancar o máximo de pontos dos seus rivais e, nesta rodada, atrapalhar a tentativa do Chelsea de voltar ao G-4 é um bom objetivo das Águias.

As estatísticas

Na última rodada da Premier League, o time empatou com o Everton, fora de casa, em uma partida em que jogou bem e contou com uma grande exibição do goleiro Vicente Guaita. Mesmo assim, a fase é ruim: nos últimos oito jogos, o Palace conquistou apenas oito pontos e marcou só cinco gols. 

No Selhurst Park, casa do Palace e palco do jogo de sábado, conquistou 20 dos seus 38 pontos e venceu apenas um dos seus últimos quatro jogos como mandante. Já contra as equipes do Big Six, os Eagles protagonizaram oito jogos nesta Premier League e venceram apenas o Manchester United. O Palace ainda empatou três vezes e perdeu em quatro oportunidades, sendo goleado por Manchester City, Chelsea e, principalmente, Liverpool, já que o time de Klopp venceu o Palace, fora de casa, por 7 a 0. 

História do confronto

Mesmo sendo equipes da mesma cidade, Chelsea e Crystal Palace não compartilham grandes histórias no confronto e o número de jogos é, consideravelmente, baixo, já que os times se enfrentaram 57 vezes. Nos duelos, os Blues saíram como vencedores em 30 oportunidades, houve empate em 15 jogos e os Eagles venceram somente 12 encontros.

No campeonato inglês, a vantagem do time de Abramovich fica ainda mais evidente, pois são 17 vitórias em 23 encontros na PL. A sequência é excelente e já são seis vitórias consecutivas nos duelos com o Palace. Uma curiosidade é que o último empate neste clássico aconteceu há mais de 25 anos, em 1995.

Um confronto interessante dentro deste duelo é do tradicional técnico inglês Roy Hodgson com o Chelsea. O treinador enfrentou os Blues 19 vezes na carreira: venceu apenas cinco partidas, houve empate em um único jogo e o experiente técnico saiu derrotado de campo em 13 oportunidades. Portanto, segundo os números, Hodgson ainda não tem o antídoto para vencer os azuis do oeste de Londres.

Jogo anterior

E os números ruins de Roy Hodgson foram ainda mais agravados na última partida entre as equipes. Em 3 de outubro de 2020, em jogo válido pelo 1º turno da Premier League, o Crystal Palace foi ao Stamford Bridge e foi goleado por 4 a 0, em um placar todo construído no 2º tempo. 

O Chelsea teve amplo domínio da partida – 70% de posse de bola e 17 finalizações dos Blues contra apenas quatro chutes dos Eagles -, mas não conseguiu balançar as redes no 1º tempo. Contudo, os defensores do time que era treinado por Frank Lampard abriram o caminho para a vitória. 

Aos 50, após tentativa de César Azpilicueta e “bate rebate” na área, a bola sobrou para Ben Chilwell e o lateral-esquerdo bateu forte com a sua canhota. Um arremate indefensável para Vicente Guaita. No minuto 66, o mesmo Ben Chilwell recebeu na esquerda e fez um ótimo cruzamento para a área, encontrando a cabeça de Kurt Zouma. O zagueiro subiu bastante e testou para o fundo das redes.

Para transformar o resultado em uma goleada, o jogo passou pelas cobranças de Jorginho. Aos 78 e no minuto 82, o árbitro da partida marcou penalidade máxima para o Chelsea. Tammy Abraham e Kai Havertz sofreram os pênaltis, mas o volante ítalo-brasileiro cobrou as duas penalidades no lado esquerdo do goleiro e marcou dois gols. Jorginho balançou as redes duas vezes em sequência e decretou o 4 a 0 para o Chelsea.

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Como joga?

O Crystal Palace joga como um característico time defensivo: rejeita a bola, busca ligações diretas e explora a bola aérea do seu centroavante. Como exemplo disso, tiveram mais posse de bola que o adversário em somente duas das últimas dez partidas. Dentre estes jogos, a postura reativa ficou mais clara em encontros com equipes que, assim como o Chelsea, impõem o jogo, como o Leeds United, de Marcelo Bielsa. Assim, a tônica do jogo será a imposição dos Blues contra as tentativas de contragolpe do Palace.

Sob comando do experiente técnico inglês, atua em um 4-4-2, mas o esquema pode variar para um 4-2-3-1 dependendo de duas peças-chaves: Wilfried Zaha e Eberechi Eze. O marfinense Zaha atua como um segundo atacante, mas se movimenta bastante para a ponta esquerda, deixando o meio para o inglês Eze criar oportunidades. Mesmo com apenas 22 anos e recém-chegado na Premier League, Eze já mostrou muito talento.

Os jogadores

A escalação começa com o goleiro espanhol Vicente Guaita, atleta que está em uma ótima temporada e foi muito bem na última partida. No miolo de zaga, o experiente Gary Cahill, ex-Blue, tem a companhia do forte e habilidoso Cheikhou Kouyaté, atleta que jogava como volante e foi remanejado para a zaga nesta temporada. Nas alas, Joel Ward atua pela direita e é mais defensivo, enquanto Van Aanholt ataca mais e faz parte de um forte lado esquerdo do Palace.

Fonte: ShareMyTatics.com

No meio-campo, a dupla de meio-campistas centrais é preenchida com Jaïro Riedewald e com o líder da equipe Luka Milivojevic. Além de capitão, o sérvio Milivojevic é cobrador de pênaltis do time londrino e é o jogador que faz a saída de bola, ou seja, o camisa 4 participa das construções e sempre tem a posse da bola. Na meia-direita, Jordan Ayew tem bastante liberdade e ataca muito, como um ponta-direita mesmo. 

Na esquerda, ponto forte do Palace, Roy Hodgson coloca o inglês Eberechi Eze como um meia-esquerda, mas, para deixar o corredor para van Aanholt e para dar mais liberdade para Wilfried Zaha, o técnico faz com que Eze fique centralizado em alguns momentos, como um armador.

Já Zaha é um segundo atacante que tem muita liberdade para flutuar e encostar no centroavante e referência Christian Benteke, que tem como grande característica a bola aérea.

A escalação

Uma curiosidade dos jogadores que provavelmente entrarão em campo é que Gary Cahill tem uma linda história nos Blues, onde ele foi campeão de todos os títulos possíveis. O lateral Patrick Van Aanholt é cria da base e pode colocar em prática a lei do ex, assim como Cahill. O destaque do Palace, Zaha, já foi especulado diversas vezes pela equipe de Abramovich, mas as especulações não concretizaram em negócio e o atacante permanece no sul de Londres, representando os Eagles. 

Com a variação de um 4-4-2 para o 4-2-3-1, o Crystal Palace de Roy Hodgson deve entrar em campo no Selhurst Park com Guaita; Ward, Kouyaté, Cahill e Van Aanholt; Ayew, Milivojevic, Riedewald e Eze; Benteke e Zaha. 

Por fim, mesmo com estas possíveis variações táticas, o Palace não irá abandonar a sua proposta defensiva. A postura reativa é marca deste time e o Chelsea terá que ter calma para furar o bloqueio, já que os defensores são bons. A defesa de Thomas Tuchel deve ficar atenta às jogadas aéreas envolvendo Benteke e as tramas de Zaha, Eze e Van Aanholt pela esquerda.

Em conclusão, é um jogo com possibilidade real de ser traiçoeiro, mas o Chelsea é amplamente favorito e deve buscar os três pontos. 

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Article by: Pedro Bueno