Os números mostram que o Chelsea não atravessa um bom momento. São três derrotas nos últimos quatro jogos, o que criou clima de grande pressão sobre o elenco azul. Como não poderia ser diferente, a maior responsabilidade cai nos ombros do treinador, ou seja, Antonio Conte tem o nome cada vez mais falado.
Na quarta posição da Premier League, e prestes a encarar um forte time do Barcelona, o torcedor dos Blues não tem motivos para sorrir. E já que o nome do treinador é o mais falado em Stamford Bridge, o Chelsea Brasil reuniu a opinião de alguns membros sobre a situação de Antonio Conte.
Victor Rosa (Redator)
“É difícil ver mais um bom treinador do Chelsea nessa situação. O treinador italiano tem muitos méritos desde a chegada ao clube, e ao aplicar seu esquema de jogo, fazendo com que a equipe entenda sua proposta. Rapidamente conseguiu emplacar uma sequência de vitórias e superar grandes equipes montadas por treinadores de renome na Europa, conquistando o título da Premiere League. A pós temporada pode ter sido o fator que o coloca numa situação difícil. A decisão de tirar Diego Costa dos planos foi bastante equivocada e não foi bem aceita nem pela diretoria e nem pelos jogadores. O elenco do Chelsea é difícil de lidar, e já derrubou alguns treinadores no passado recente.
Antonio também afastou David Luiz, um dos líderes desse time, dificultando ainda mais sua relação com a equipe. A diretoria e o treinador não se comunicam bem. Isso ficou bem claro já na primeira janela de transferências para a temporada 2017/18. Conte já parecia bastante infeliz em algumas entrevistas, cobrava contratações e não recebeu peças que elevassem o nível da equipe. Basicamente, as contratações vieram para tapar as saídas de jogadores que tinham certa importância no elenco. Recentemente, na janela de inverno, Conte se posicionou com mais firmeza ao criticar o mercado pobre do clube, o que certamente não foi bem visto pelos diretores do Chelsea. O treinador não vibra mais na beira do campo como antigamente e precisa de apoio dos jogadores e dos comandantes do clube para que o brilho volte aos seus olhos e o reflexo disso seja visto em campo.”
Guilherme Neto (CEO)
“Antonio Conte é um ótimo treinador e já provou isso na Juventus e Itália. Mostrou que consegue, mesmo com um elenco inferior aos rivais, conquistar títulos. São algumas situações que fizeram o “caldo” azedar. O primeiro deles foi a saída de Steve Holland, este que já estava no clube e que fazia a ponte entre a comissão técnica do italiano e os jogadores. O segundo foi o péssimo trabalho na montagem do elenco, lembrando que Conte não é Manager, ele apenas trabalha com o material humano que recebe. E o terceiro é que por conta do motivo anterior, o ex-técnico da Azurra ficou preso a apenas duas variações táticas.”
Rafael França – Editor Executivo
“A situação de Conte não é novidade no Chelsea. Já passamos por isso com Felipão e até mesmo Mourinho. Dada a inabilidade da diretoria para resolver esse tipo de problema, a solução mais benéfica seria manter o treinador, pelo menos, até o fim da temporada. Quem não se lembra de Hiddink e do fim de temporada desastroso há dois anos? Ok, o cenário era pior, mas ainda tem muito jogo pela frente, incluindo uma Champions League. O racha existe, mas está na hora dos jogadores serem homens e honrarem a camisa, mesmo porquê é improvável que Conte fique no Chelsea na próxima temporada.”
Lucas Sanches – Editor Assistente
“Dentre os maiores técnicos da história recente do Chelsea estão José Mourinho e Carlo Ancelotti. Ambos sofreram com a “síndrome da terceira temporada”, ou seja, foram demitidos antes de completar três anos no cargo. Antonio Conte pode ser colocado no patamar dos nomes anteriores, pela revolução causada no time em 2016/17. O italiano fez algo inusitado no futebol inglês, e conseguiu alterar a estrutura do jogo do Chelsea, algo que raramente é feito pelos treinadores.
O problema de Conte foi não conhecer a diretoria com quem estava lidando. O italiano fez o que todo treinador faz: pediu reforços para quem pode contratá-los. Entretanto, vimos que as coisas não funcionaram bem, e criou-se o atrito. Agora, ninguém conhece o dia de amanhã em Stamford Bridge, e eu não culpo Conte.”