Eu esperava que o jogo contra o Southampton seria um dos mais difíceis da temporada. Até então, os Saints de Claude Puel vinham tendo uma boa sequência de jogos e sendo uma ameaça no St Mary’s Stadium. Mas apenas tomaram seis minutos para dar fim as minhas preocupações. Eden Hazard recebeu uma linda assistência de Victor Moses e o belga fez o que ele sabe melhor: driblar e marcar gols. Southampton 0, Chelsea 1.
Ao contrário da maioria dos jogos com apenas um gol de vantagem, tenho que admitir que nunca me senti tão relaxado. Poderia até ter pegado pipoca e uma coca, sabendo que se alguém fosse marcar seria o Chelsea. Com a formula de Antonio Conte, os Blues vêm jogando como verdadeiros campeões. Contra o Leicester, atual campeão inglês, o time mostrou um espirito guerreiro que não tinha visto desde o auge de José Mourinho. Frente a isto, o que pensar da demolição do Manchester United? Ainda melhor.
Indiscutivelmente um dos maiores logros do italiano é poder ter revigorado o setor defensivo, que tem sido nosso calcanhar de Aquiles. Conte não conseguiu a contração de Giorgio Chiellini, Leonardo Bonucci ou Kalidou Koulibaly, mas quem precisa deles? Cesar Azpilicueta, Gary Cahill e David Luiz tem formando uma muralha azul impenetrável. No fim do último jogo, o trio merecidamente celebrou mais uma grande atuação e “clean sheet”.
Tendo isto em mente, eu seria incrivelmente irresponsável se não mencionasse a importância de Victor Moses para o Chelsea na atualidade. Embora Diego Costa e Eden Hazard tiveram grandes atuações, o nigeriano foi o melhor jogador da partida. Conte encontrou um uso para sua versatilidade. Ele foi absolutamente crucial tanto no aspeto defensivo como ofensivo, retrocedendo para formar uma linha de cinco com a defesa e Marcos Alonso, e apoiando o ataque em velocidade quando o time tinha bola. Ninguém conseguiu passar por ele. Além disso, o fato que ele correu o campo de um lado para outro com a facilidade de um maratonista olímpico é ainda mais impressionante.
“Eu nunca joguei nessa posição antes, mas tenho que ouvir o que o treinador pede para fazer e a maneira como ele quer que eu faça isso”, disse Moses.
Moses é o ingrediente que estava faltando para a receita do italiano dar certo. Considerando a sua complicada trajetória em Stamford Bridge, sua ascensão é formidável. Ele tem a atitude de alguém que foi dado uma segunda chance e pode ter certeza que ele não vai deixar passar.
Mesmo com os bons resultados, ainda há uma impressão que o Chelsea é um trabalho em progresso. Estamos longe der ser um produto acabado, mas o progresso do ala nigeriano é emblemático do talento de Conte. Se ele pode melhorar um jogador que muitos tinham descartado de uma maneira tão drástica, eu estou salivando ao pensar o que ele pode fazer com todo o time.
As palavras no texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.