A temporada ainda não acabou, mas as questões já começam a se voltar para o mercado da bola. Embora o foco esteja na decisão da FA Cup no dia 27 de maio contra o Arsenal, Antonio Conte também já deve estar com parte da sua cabeça voltada para a listinha de reforços que entregará à Michael Emenalo e Roman Abramovich.
Você talvez esteja se perguntando, por que esta coluna saiu tão tarde? Os horários normais são 12h. Bem, a vitória sobre o Watford por 4-3 tem total relação com o texto, por isso quis esperar. Afinal, grande parte dos suplentes foram a campo nesta segunda.
Nathan Aké, Nathaniel Chalobah, Kurt Zouma, Kenedy, Michy Batshuayi e Ola Aina são os nomes que não vemos todos os dias atuando pelo Chelsea. Vamos analisá-los um a um antes de pensarmos nas contratações.
Aké é o tipo de jogador polivalente que o Chelsea precisa. Zagueiro, volante, lateral-esquerdo são as posições que esse jovem holandês exerce. Seu jogo contra os Hornets não foi dos melhores. Escalado como defensor no 3-4-3 de Conte, se mostrou inseguro em vários momentos da partida. Inclusive, o Watford quebrou um jejum de quatro rodadas consecutivas sem marcar. Fez logo três.
No entanto, devemos lembrar que o garoto já foi utilizado em outros momentos. Rafa Benítez acreditava no potencial dele, tanto que era presença constante na equipe que venceu a Liga Europa em 2013. No começo da temporada 16/17 foi emprestado ao Bournemouth e era o principal atleta da equipe. Não à toa, Conte quis seu retorno em janeiro, antes do término do contrato com o time comandado por Eddie Howe. Ao meu ver, vestirá azul em agosto e terá um papel de mais destaque, pois merece.
Chalobah, por sua vez, é outro dos jovens das categorias de base dos Blues que rodou a Inglaterra emprestado. Watford, Nottingham Forest, Middlesbrough, Burnley, Reading foram clubes que vestiu a camisa. Ainda teve o Napoli-ITA, antes de retornar à Fulham Road. Apesar de talentoso, Chalobah só teve um empréstimo consistente e proveitoso. Foi o primeiro deles, no Watford (2012-2013), onde fez 41 jogos e cinco gols, quase levando a equipe na época de Gianfranco Zola, à Premier League.
Conte resolveu dar uma oportunidade ao garoto. Bancou sua permanência e foi um reserva recorrente durante a temporada. Acredito que deva ficar, já que tem o carimbo do técnico. Todavia, há de se pensar que precisemos de um novo volante. Cabe ao britânico mostrar seu futebol e provar o contrário.
Zouma talvez seja nessa lista o mais injustiçado por fazer parte dela. Um dos melhores e mais promissores zagueiros da Premier League em 2015/16 quando era chefiado por José Mourinho, a lesão que sofreu contra o Manchester United acabou com sua sequência. E obviamente, isso influenciou nas opções de Conte no ano seguinte. Sabemos de todo seu potencial e no que pode se tornar, mas tem que reconquistar seu espaço. De qualquer forma, não precisaremos de zagueiros e eu explicarei isso mais adiante neste texto.
Kenedy surpreendeu todos quando foi bancado por Mourinho no ano passado. Os torcedores do Fluminense que o digam. Naquele tempo, tenho certeza que alguns deles se arrependiam por certa vez mostrarem a faixa: “Se o Kenedy é jogador, eu sou astronauta”. Boas atuações lhe renderam a titularidade e um espaço com Don Conte em 16/17, certo? Errado. Preterido por Marcos Alonso, acabou emprestado ao Watford. Só jogou uma vez lá, e acabou esquecido mais uma vez. Na partida de hoje até foi boa opção ofensiva pela esquerda, mas deixou a desejar na defesa e acabou sacado pelo treinador. A ala-esquerda precisa ser reforçada para que Alonso tenha uma sombra e o brasileiro não parece ser ela.
Batshuayi é o atacante que o Chelsea gastou uma boa grana quando aterrissou em Londres, ao chegar do Olympique de Marselha. No entanto, acabou ofuscado pelos gols de Diego Costa e teve um ano difícil. Quando tinha chances, mostrava muita vontade. Muita mesmo. À ponto de ser fominha e tentar chutar sempre ao gol. O tento anotado diante do West Bromwich na última sexta lhe deu status de heroi e seguiu com a boa fase ao anotar mais um nesta segunda. Deve ficar em Stamford Bridge, dado o investimento em seu futebol.
Por último, mas não menos importante, Aina. Sensação nas categorias de base, onde venceu a Premier League sub-21, a FA Youth Cup (x2) e a UEFA Youth League (x2), tem muito o que caminhar. Provavelmente será emprestado para ganhar experiência, porém entrou como substituto nesta segunda no lugar de Kenedy e mostrou personalidade. Procurou o jogo e não teve medo dos adversários. Sinto que se aproveitado, dará muitas alegrias ao torcedor.
Dados esses reservas, seus papeis e suas atuações, vamos ao principal. Do que precisamos? Ala-esquerdo e centroavante devem ser nossas prioridades. Um reserva para Marcos Alonso e um possível substituto para Diego Costa, que pode ir para a China em junho seriam os ideais ao meu ver.
“Mas Vinícius, não precisamos de zagueiro? John Terry está de saída!”. Está, de fato. No entanto, temos Aké, Zouma e ainda haverá a volta de Andreas Christensen, que está emprestado ao Borussia M’gladbach-ALE. Eles devem dar conta do recado.
Um volante pode vir a pauta também. Mas vale lembrar que Ruben Loftus-Cheek existe, portanto isso deve passar pela reavaliação de elenco que está por vir.
E você caro leitor, concorda com minha opinião? Acha que existem outras carências? Mandem ver nos comentários!
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.