Opinião: Como Emma Hayes pode aproveitar Jessie Fleming?

Na última sexta-feira (6), o futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio chegou ao fim. De pronto, o Canadá levou a medalha de ouro. Ao longo do campeonato, uma jogadora em especial se destacou. A meia de 23 anos do Chelsea, Jessie Fleming.

Em síntese, a camisa 17 chamou a responsabilidade na semifinal e final. Em ambas ocasiões, cobrou pênaltis que ajudaram sua seleção. Além disso, acertou sua cobrança na disputa de pênaltis na final. Dessa forma, surgiu a discussão sobre o tempo de jogo de Fleming no Chelsea. A atleta deveria ser titular? Ela tem espaço em um setor tão disputado?

Quem é e como joga Fleming?

Antes de tudo, é necessário conhecer Fleming e seu estilo de jogo. A meia chegou no Chelsea em 2020, após quatro anos no futebol universitário. Por outro lado, a canadense tem muita experiência em sua seleção. Ela atua pelo time principal do Canadá desde os 15 anos.

E como ela joga? A camisa 17 atua no meio-campo, sendo o que muitos chamam de “box-to-box”. Fleming tem grande qualidade para criar jogadas, bem como para ajudar na defesa. Foi assim que a jovem se destacou nas Olimpíadas, muitas vezes ajudando as alas na hora de marcar.

Jessie Fleming cobrando pênalti contra EUA
Fleming marcou dois gols nas Olimpíadas, sendo um na semifinal e outro na final (Foto: Naomi Baker – Getty Images)

Onde ela encaixaria no Chelsea?

O processo de adaptação

Primeiramente, é necessário considerar a diferença de experiência de Fleming. Pelo Canadá, são oito anos no profissional. Nesse meio tempo, disputou duas Olimpíadas e uma Copa do Mundo. Em contrapartida, o Chelsea é o primeiro clube profissional que Fleming atua. Isso porque, antes de ir para a Inglaterra, a canadense havia apenas jogado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles.

Assim, é difícil comparar o desempenho de Fleming na seleção e no clube. Em sua primeira temporada, a meia jogou 24 jogos, sendo que, na maioria, saiu do banco. Portanto, não é de assustar que a jovem ainda está se adaptando ao novo país e estilo de futebol.

A forte concorrência

Ademais, o maior problema está na disputa por vaga. Fleming pode jogar em qualquer lugar no meio, porém disputa vaga com estrelas mundiais. Melanie Leupolz, Sophie Ingle e Ji So-Yun são as principais concorrentes. As três possuem muita qualidade e são jogadoras de confiança de Emma Hayes.

Então, as chances de Fleming ser titular logo de cara são remotas. Contudo, não significa que ela não terá mais tempo que na última temporada.

Um calendário mais apertado

Assim como anunciado pela UEFA, a Champions League feminina terá fase de grupos. Em outras palavras, serão mais jogos para o Chelsea disputar. Somando isso à Women’s Super League, FA Cup e Continetal Cup, as Blues terão mais compromissos ao longo da temporada.

E como isso pode ajudar Fleming? Ainda que sendo reserva, a canadense deverá entrar mais vezes. A rodagem do elenco vai ser ainda mais importante.

Jessie Fleming com o domínio da bola contra West Ham
Fleming ainda busca o primeiro gol com a camisa do Chelsea (Foto: Harriet Lander/Chelsea FC – Getty Images)

Uma reserva de luxo e uma potencial estrela

Em suma, dificilmente Fleming será titular na temporada 2021-22. Todavia, deverá ter mais minutos e começar de titular mais vezes também.

Fleming não é uma jogadora só para o agora, mas também para o futuro. Afinal, a canadense tem apenas 23 anos e está em seu segundo ano na Inglaterra. Uma vez que se adaptar e evoluir, o Chelsea terá uma meia de nível mundial em seu elenco por muito tempo.

As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

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