Já estamos no sexto mês da temporada 2015/2016. O Chelsea se encontra na 14ª colocação da Premier League. José Mourinho já foi demitido. Guus Hiddink veio para mais um mandato tampão. O time tem saldo negativo no campeonato. Eden Hazard faz uma temporada assombrada por lesões e más atuações. Cesc Fàbregas deixou, há muito tempo, de fazer mágica. Diego Costa… bom, parece que ele está voltando.
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Depois de ser o grande nome do ataque do Chelsea na última época, tendo marcado 20 gols em 26 jogos na liga inglesa, o hispano-brasileiro voltou, como ele mesmo assumiu, acima do peso. Além disso, Diego voltou menos preparado. Os zagueiros adversários entenderam o modo provocante do atacante e começaram a usar do mesmo artifício para desestabilizar o camisa 19. Deu certo. Costa não só se anulou em campo, como também teria tido problemas com Mourinho. Problemas exaustivos que acabaram o prejudicando o vestiário e o time.
Com José, Costa era praticamente um jogador a menos. Estava longe de ser aquele goleador que mostrara ser há pouco tempo. Havia perdido o faro de gol. Havia perdido a cabeça. Com isso, o Chelsea já começava o jogo perdendo. Como pode um jogador tão significativo para o time se tornar tão pobre em recursos? Uma razão seria o problema de relacionamento com Mou. Fato é que ele não foi o único que caiu de rendimento, mas sim um time inteiro. Outros nomes decisivos como Hazard, Fàbregas, Branislav Ivanovic e Nemanja Matic tiveram quedas drásticas em seus níveis de jogo.
Sob o comando de Mourinho em 15/16, de agosto a dezembro, foram quatro gols e uma assistência. Pouco para quem na temporada anterior tivera o mesmo número de tentos em, somente, três partidas. Além das fracas exibições, as confusões eram constantes neste período. Um jogo marcante, foi a vitória sobre o Arsenal por 2 a 0, em Stamford Bridge. Diego foi o nome do jogo, mas ficou marcado de forma negativa. Vencer esse jogo pela maneira que foi, na verdade, se tornou uma derrota para os Blues. Lógico que é ótimo vencer. Principalmente vencer um rival. Ainda mais se esse for um bom freguês. Mas ficou evidente o despreparado de Costa, de Mourinho e do time.
Esse jogo foi decisivo para entender como o Chelsea estava desorganizado e desorientado. Ninguém parecia se entender. Aliás, ninguém estava querendo entender a situação e o clube ficou em segundo plano. À sombra desta perspectiva, o time se afundava em derrotas seguidas de mais derrotas. O sonho do bicampeonato já havia terminado. As competições europeias se distanciavam a cada rodada. Caiu Mourinho. Voltou Hiddink. O Especial mais uma vez deixava o comando do time, que flertava com a zona de descenso. Seria Guus capaz de colocar os Blues de volta aos trilhos? Com quatro empates e uma vitória desde a chegada do holandês fica difícil imaginar que, repentinamente, o time volte a engrenar uma longa sequência de vitórias, mas, pelo menos aos poucos, percebe-se uma mudança de postura nos jogadores, o que pode render míseros instantes de bom futebol.
Já Diego Costa mudou bastante. Passou a ser um jogador mais sério. Menos pilhado. Agora vai no lance para disputar bola e não usa mais a redonda como desculpa para ter chegado forte no adversário para recuperá-la. Nos cinco jogos que disputou na Premier League sob o comando de Hiddink, o atacante já tem cinco gols. Ótima média. Mas o que mais chama a atenção é mudança de comportamento dele. Deixou de ser apenas um lutador (literalmente), para retornar a ser aquele excelente goleador. Preciso nas finalizações, com fome de gol e também um bom assistente. Desde de sua alteração comportamental, já serviu duas vezes seus companheiros. O dobro do que havia feito em seis meses. Não é grande coisa, mas mostra como passou a ser mais útil e decisivo.
Fàbregas foi outro que voltou à forma. Mais participativo e mais atento. A visão apurada parece ter renascida. Se retornar ao seu nível habitual, será outro enorme reforço para a equipe. Eden Hazard. Difícil prever qualquer coisa sobre ele neste momento, mas com o time mais organizado e estruturado, pode, talvez, ter o brilho de temporadas anteriores. Ainda é cedo para julgar o trabalho de Hiddink. É possível enxergar algumas pequenas, mas significativas mudanças. Repetir o feito de 2009 parece não ser uma tarefa tão simples. E não será. Os problemas são muitos. Falhas defensivas, atuações abaixo do nível, lesões e poucas opções no banco de reservas. O que pode fazer grande diferença neste momento complicado de transição é ele: Diego Costa. Desde que a lesão não estrague esse momento.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.