O significado de “eficiência” é a “a capacidade de ser efetivo”. Ou seja, algo que o Chelsea Women não conseguiu ser na partida de domingo (27), contra o Everton. De pronto, quem não acompanhou o duelo: era mata-mata fora de casa pela Women’s FA Cup 19/20. E para as azuis de Londres, o resultado foi amargo.
Erin Cuthbert inaugurou o marcador logo aos 4’, indicando que novamente veríamos domínio das Blues. De fato tivemos ao longo dos 95 minutos de partida. Porém, novamente um falso poder em campo. O Chelsea do final de semana jogou de forma similar ao time que estreou na FA Women’s Super League. Ou seja, criou, criou e não converteu.
Novamente faltou ser eficiente. E como FA Cup não tem perdão: errou, dançou. Passadas três partidas na temporada 20/21 (duas pela Super League e uma na Copa) é visível que Emma Hayes ainda não encontrou sua equipe ideal (vale destacar que o grupo tem novas caras e Hayes está observando seu plantel).
Ausência da xerife e mudanças no elenco
Ademais, diante do Everton precisou mexer na defesa. Afinal, muitas atletas estavam nas suas seleções por conta do calendário internacional. E sobrou para a principal peça: a capitã Magdalena Eriksson. A sueca não estava 100%. Resultado: nem ficou no banco de reservas. A ausência dela foi (mais do que) sentida. Na ausência da xerife, Hayes então colocou um 4-3-3 em campo: Maren Mjelde, Millie Bright, Jesse Spencer e Jonna Anderson. Cuthbert, Sophie Ingle e Ji Soyun; Sam Kerr, Pernille Harder e Fran Kirby no ataque.
Um plantel inegavelmente superior ao Everton. O gol de Cuthbert logo no início indicava que a classificação já estava garantida. Foram 10 minutos de intensa pressão e pelo menos três chances claras de gol. Contudo, o meio-campo estava muito exposto. Consequentemente, a defesa ficou desprotegida. O que isso significa? Uma hora ou outra, o Everton subiria e marcaria.
Erros individuais e coletivos
E marcou. Tudo começou numa falha de Spence, que perdeu a bola no meio-campo. As anfitriãs subiram em velocidade – se aproveitando dos buracos na zaga – e empataram antes do intervalo. Vale um parêntese aqui. Spence tentou sair para o jogo e errou. Isso demonstra como o meio não estava no jogo. Faltou uma peça para “chamar” a jogada e dar opção.
Na etapa final, mais pressão e mais ineficiência. Mas antes de falarmos do 2º Tempo, confiram a seguir a bagunça na defesa no lance do empate do Everton:
Domínio sem conversão
Rola a bola nos 45 minutos finais. Em suma, várias chances desperdiçadas por parte do Chelsea. Quem não faz, leva. Na subida mais efetiva ao ataque, Valerie Gauvin antecipou Spence na pequena área para desempatar. O tempo corria e Hayes decidiu mexer. Melanie Leupolz entrou.
Mas a mexida foi errada. A treinadora inglesa tirou Ji, que é um dos cérebros ofensivos, enquanto Harder e Kerr batiam cabeça no ataque. Ela poderia ter tirado uma mulher do trio ofensivo para recompor o meio e aí sim, tentar ganhar o jogo.
Depois entraram Bethany England e Guro Reiten. As modificações pouco mudaram no cenário: Chelsea sem ganhar o meio-campo e sofrendo para trocar passes. O que tivemos? Balão pra frente e seja o que Deus quiser. Em conclusão, o resultado é frustrante para uma equipe acostumada a vencer.
Acima de tudo, é triste pelo desempenho dentro de campo. Assim como contra o United, o Chelsea de domingo não soube dar o seu melhor. Quando enfrentou uma equipe mais inteligente, não conseguiu encaixar seu estilo de jogo. Hayes errou, o time não foi bem.