Quando iniciei minha trajetória aqui no Chelsea Brasil, em 2012, uma das minhas primeiras matérias publicadas dizia o seguinte: “Abramovich pode não oferecer mais um ano de contrato à veteranos”. Àquela altura, o Chelsea ainda contava com seus principais ‘medalhões’, como Petr Cech, Ashley Cole, Didier Drogba, Frank Lampard e John Terry. Desde então, ao longo dos anos, cada um desses ídolos foram deixando clube. Ou, melhor dizendo: chutados do clube?
Com a linha de pensamento de que atletas, ao atingirem 30 anos de idade, já deixam de se tornar protagonistas na equipe e uma possível renovação de contrato dependerá de uma boa sequência de atuações, o torcedor dos Blues, após a conquista da Uefa Champions League, começou infelizmente a se habituar ao costume de ver ídolos saírem do clube.
Acredito que, assim como eu, muitos de vocês, torcedores, escolheram o Chelsea, não apenas pela história e o clube em si, mas pelo vínculo que esses jogadores – Cech, Terry, Cole (para alguns), Lampard e Drogba – fizeram pelos Blues. E agora, em pleno 2016, podemos estar assistindo ao final de tudo isso, com a possibilidade de Terry sair ao final da temporada. Ligar a TV e não ver nenhum deles dentro de campo é uma sensação desconfortável.
A renovação de elenco é necessária e importante para a construção de possíveis novos ídolos e com possibilidade de títulos, como vimos na temporada passada. No entanto, chega a incomodar o modo como a diretoria não consegue chegar a acordos com jogadores que fizeram do Chelsea suas vidas. Se Terry já não é mais o mesmo, por que não mantê-lo no elenco, mesmo que não seja titular, para dar experiência aos mais jovens, como Zouma e Miazga, já que o camisa 26 deixa claro seu desejo de encerrar a carreira no clube? Ou até mesmo Lampard, que fez uma temporada passada impressionante pelo City, inclusive tendo marcado gol contra nós.
![](https://i0.wp.com/imguol.com/c/esporte/2015/05/24/lampard-e-homenageado-pelos-companheiros-do-manchester-city-1432487638044_956x500.jpg?resize=599%2C313)
Parece que falta sensibilidade aos diretores do Chelsea. Sabemos que o nível de exigência no Chelsea é alto e a competitividade dentro da equipe também. Mas, pelo menos em casos específicos, de atletas que dedicaram anos e anos de trabalho e fizeram do clube uma das potências no futebol, as tratativas poderiam ser feitas mais com a emoção ao invés da razão.
No mais, é entender que um ciclo se encerra para se dar início a um novo. Que Thibaut Courtois possa seguir o legado vitorioso de Cech. Que Zouma coloque em campo tudo que seu atual parceiro de zaga tem a lhe ensinar e assim sucessivamente.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil