É impossível escrever o texto desta semana sem falar do assunto que tomou conta dos noticiários desde sexta-feira. TUDO (assim mesmo, em letras garrafais) que NÃO poderia acontecer neste momento em Stamford Bridge era um “problema de vestiário”. Líder absoluto da Premier League com SETE pontos de vantagem para o perseguidor mais próximo, o Chelsea – contrariando quase a totalidade da opinião pública e jornalística – caminha com passadas grandes ao seu sexto título de campeão inglês.
Um percurso construído com muito esforço e trabalho: 14 vitórias nos últimos 15 jogos na liga. O principal goleador? Diego Costa, que, sendo autor de 14 gols, também é o dono da primeira posição na artilharia do campeonato, ao lado de Ibrahimovic e Alexis Sanchez. Talvez, o melhor jogador do Leão Londrino na temporada. Tão faminto e guerreiro em campo quanto sugere o apelido do clube.
Só que a China, que já causou “estragos” no futebol brasileiro, agora descobriu a possibilidade de fazer algo semelhante nos grandes centros da Europa. Uma proposta de 30 milhões de libras (aproximadamente R$ 102 milhões) por ano fará do atacante o jogador mais bem pago do mundo.
Junto com a oferta vieram dores nas costas. Para Diego, motivo que o impediu de treinar nos três dias que antecederam o duelo com o Leicester, fora de casa. Para os médicos do Chelsea… Não. Opinião compartilhada pelo técnico Antonio Conte, que não engoliu a justificativa de seu comandado e o tirou da partida diante dos atuais campeões nacionais.
Sorte que, em uma história digna de novela, sempre tem alguém para ser o “Salvador da Pátria”. Neste caso, o papel parece ter sido entregue ao presidente Roman Abramovich. O russo não estaria aceitando um reboliço no elenco a 16 jogos do título (menos da metade do trajeto completo). Uma atitude completamente contrária ao “Vá para a China,” supostamente dito por Antonio Conte.
É exatamente aí que nasce o segundo entrave: o descompasso entre técnico e dono. Ou seja: a cena da desgraça já está escrita. Se Diego vai embora, deixa o time órfão do artilheiro e destaque na campanha. Caso fique, terá vencido a queda de braço com seu superior, deixando o mesmo enfraquecido no quesito “voz ativa”/autoridade.
Certo mesmo é que, para este conto, existe apenas uma possibilidade de Final Feliz: a conquista do troféu, independentemente das turbulências que o roteiro prevê até lá. Provavelmente seja melhor que Antonio CONTE com os gols do seu camisa 19. Que a paz volte a predominar no lado azul da capital!
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.