O torcedor do Chelsea deve estar desapontado como nunca. Há poucos anos, jogar contra o Arsenal era um alívio cômico e esportivo na temporada dos Blues, mas agora se tornou mero motivo de revolta. Uma vitória azul nos últimos oito jogos representa muita coisa, e agora fica difícil até mesmo entender o que está acontecendo. Quem devemos culpar? É simples: todos eles.
Diretoria
Em circunstâncias totalmente estranhas, os comandantes do Chelsea fora de campo estão mudando a política de contratações de forma radical. Para a temporada atual, foram gastos pouco mais de 200 milhões de libras em reforços – Morata, Bakayoko, Drinkwater, Rudiger, Zappacosta e Barkley. Os outros reforços foram de graça ou retornaram de empréstimo.
O número é alto, e por isso assusta. Desde a temporada 2010/11, não foram gastas mais de 140 milhões de libras em nenhum ano. Muito se preocupa em buscar reforços “pontuais”, sem ver o quanto eles valem e quanto se está disposto a gastar por eles. Resultado: as finanças e o futebol sofrem.
Antonio Conte
Na minha humilde opinião, o menos culpado. Apesar de brigas internas com Diego Costa, David Luiz e também com a diretoria, o italiano revolucionou o futebol dos Blues, e trouxe nomes de grande importância ao elenco, como Kanté e Marcos Alonso.
Entretanto, Conte não pode viver de reclamações. Se o time perde, a culpa não é só da diretoria que não contrata, mas também é dele. Muito já se falou que ele insiste num meio campo que nem sempre dá certo, e que muita gente ali merece mais minutos em campo – Willian, o grande exemplo.
Jogadores
A parte mais delicada. E o título diz tudo, são “os jogadores”, não o jogador A ou B. Todos estão sujeitos aos erros individuais, e todos vão nos fazer passar raiva algum dia. O fato é que o time não mostra a união que estamos acostumados a ver. E quando falo de união, quero dizer a construção da unidade “time de futebol”. A consciência de que todos atacam e defendem, de que sempre há alguém próximo nas jogadas e de que o jogo não se faz sozinho.
O time do Chelsea não é uma bagunça, um desastre, ou qualquer outro adjetivo similar. Os Blues têm um grande elenco, com um treinador de ponta na Europa e muito dinheiro para investir. Mas se as coisas começar a dar errado, já passou da hora de colocar ordem na casa e colocar o nome do Chelsea de volta aos trilhos que vêm percorrendo há tantos anos.
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.