Dias 20 de fevereiro e 14 de março. Já são de conhecimento geral as datas dos dois confrontos mais difíceis para o Chelsea em toda a temporada. Primeiro em Stamford Bridge, depois no Camp Nou, os Blues irão duelar com aquele que é, no mínimo, seu maior rival fora da Inglaterra. Tudo isso valendo a sobrevivência para as quartas de finais da UEFA Champions League 2017/2018.
É dispensável abordar aqui os motivos que tornam este confronto tão gigante para ambos os lados. Também se apresentaria como redundante apontar a diferença técnica entre as equipes envolvidas. Ainda que alguns relutem, precisamos mergulhar na realidade. Não somos nós que lideramos a Premier League com 11 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado para ter tamanha moral a ponto de encarar, sem receio, qualquer adversário. A derrota impactante para o Crystal Palace e a surra sofrida para a Roma, mesmo se tratando de um “passado”, exemplificam a irregularidade azul na temporada. O positivo nesse contexto é que o momento de agora é bom. Só que a evolução não pode parar, se o desejo for fazer, ainda nesta jornada, algo de bastante relevância. E, de fato, há tempo para tal crescimento, dada a distância de hoje para os embates em questão.
Outro aspecto já debatido inúmeras vezes por quem vive o futebol europeu é o descompasso entre os resultados obtidos e o futebol apresentado pelo Barcelona na temporada. Algo que indica a possibilidade de um tropeço catalão a qualquer momento. Só que esse tombo ainda não veio, e os números, por mais que muitos analistas teimem, não podem ser descartados, pois eles (pasmem) ainda ditam os rumos das tabelas. Como, por exemplo, a do Campeonato Espanhol, que mostra a liderança blaugrana com 86,7% de aproveitamento, cinco pontos na frente do vice (Valencia) e oito em relação ao grande oponente deles, o Real Madrid.
Mas a ideia aqui é fazer um paralelo específico. Porque existe uma partida na carreira de Antonio Conte que se assemelha muito com a que está por vir. Falo de Itália x Espanha na Eurocopa de 2016, jogada em solo francês.
Em único jogo, a Azzurra precisava quebrar o favoritismo espanhol para avançar de fase no torneio. Mesmo tendo passado dos grupos em primeiro na chave, enquanto que os campeões mundiais de 2010 conseguiram o feito com a segunda posição, a probabilidade maior de triunfo não era azul naquela ocasião. Também havia uma nítida decadência espanhola pós-caneco na Copa, insuficiente, entretanto, para tornar favoritos os italianos, que caminhavam com sua crise técnica desde o tetra na Alemanha em 2006.
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Em campo, a Itália não se incomodou com a maior posse de bola espanhola, mas a reduziu para 59% a 41%. Também equilibrou nas finalizações, perdendo apenas por 13 a 11, e vencendo nos chutes no alvo por sete a cinco. Além disso, os comandados de Conte obrigaram a Espanha a levar mais cartões amarelos (4 a 3), embora tenham feito mais faltas: 19 a 13. Diante da anulação ao sistema ofensivo rival, os tetracampeões mundiais chegaram à vitória por 2 a 0 balançando as redes com Giorgio Chiellini e Graziano Pellè.
Não está em xeque uma comparação entre a qualidade técnica do Chelsea com a da Itália ou a da Espanha com a do Barcelona. A questão é que existe uma semelhança na distância de um adversário para outro, quando nos deparamos com as quatro equipes e os dois respectivos confrontos. Talvez, se tirássemos Lionel Messi do esquadrão do Barcelona, poderíamos falar de dois elencos de níveis próximos. Mas esse fator existe e desequilibra muito para o lado de lá. Principalmente quando não há contratações de peso, pela parte inglesa, para minimizar isto e equilibrar o duelo. Alguém precisar desembarcar em Londres para ajudar o Hazard!
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.