Colunas: Jogando por dois

Protagonista/Antagonista (Foto: Reuters)

José Mourinho sempre foi responsável pela formação de times que, além de ter um alto grau de competitividade, são marcados pela coletividade. Em grande parte dos momentos de sua carreira (exceto Real Madrid), ele fez o possível para montar elencos equilibrados, sem propriamente ter um jogador como centro das atenções.

Porém, passado um tempo, ele se vê em uma situação oposta. E não falamos do clichê. Geralmente craques que “levam” um time acabam tendo uma característica bem particular: ponta/meia-atacante, carregador de bola, com recurso do drible e boa finalização. Hazard seria um exemplo a se espelhar. Mas, aqui, vem sendo diferente.

O Chelsea hoje precisa de Cesc Fàbregas. Técnico, ditador de ritmo e extremamente dinâmico. Esse é o espanhol na temporada 2014/15. Após um início de números fascinantes em assistências e aproveitamento, Cesc teve uma queda, estatisticamente, desde a virada do ano. Mas isso não é necessariamente culpa dele.

Com o passar das partidas, o Chelsea se tornou uma equipe de menor aproximação. O 4-2-3-1 de José Mourinho passa-se muito pelo excelente trabalho dos volantes, e ele se realizou com êxito durante um bom tempo. Mas, com a queda de rendimento de Oscar, desdobramentos negativos vêm acontecendo.

Fàbregas, além de cuidar da saída de bola e de ter a preocupação em avançar para que a redonda chegue com maior qualidade aos meias, está tendo que fazer o “10”. É possível ver, durante as raras trocas de passe no campo ofensivo desde o janeiro, Fàbregas transitando por toda a parte, não ficando limitado a apenas a sua função. Mourinho, bem intencionado, tentou cuidar disso, mas lhe faltou suporte.

Nos últimos jogos, Oscar deu lugar a Ramires, que assumiu a função de segundo volante e deixou Fàbregas mais livre para criação de jogadas, sem que seu físico se sobrecarregue tanto. Mas aí o problema é técnico. Ramires compõe bem a marcação, mas suas saídas de bola desesperadas impedem a troca de passes de outrora. Os zagueiros não tem a guarida que teriam com Cesc e Matic na dupla volância, e então a aquela coisa feia e temida chamada ligação direta acontece com frequência.

Oscar precisa voltar a apresentar um futebol de bom nível, assim como fez na seleção brasileira, especialmente contra a França. Ou, por que não, Cuadrado. Caso o colombiano tenha oportunidades e desenvolva um bom futebol, Willian poderia ser centralizado e manter o bom desempenho que vem tendo na ponta. Se nenhuma dessas duas alternativas for testada ou simplesmente não tenha sucesso, o mercado será inevitável. E, jogadores que já foram vistos como essenciais, devem dar adeus na metade do ano.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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