Tínhamos pouco mais de 40 minutos quando Diego Costa provocou Koscielny, com as duas mãos em seu rosto. Gabriel Paulista tomou as dores do seu companheiro e discutiu com Costa. Como consequência, os dois levaram cartão amarelo. Entretanto, a história não acabou aí, e, depois, Gabriel, nervoso, agrediu Diego com um chute. O árbitro Mike Dean viu e expulsou o brasileiro do Arsenal. A partir daí, nada mais importa. Foi um jogo completamente diferente, e o Chelsea se aproveitou disso, marcando dois gols.
Depois da partida, muitos criticaram a atuação de Diego, chamando-o de maldoso, inclusive. Passando por Arsène Wenger e chegando até aqui mesmo no Chelsea Brasil, o discurso foi praticamente uníssono: falta futebol e Costa teve uma péssima atitude. Eu discordo e prefiro ficar ao lado de José Mourinho, que elogiou e elegeu o hispano-brasileiro como o melhor da partida. A seguir, faço um breve parêntesis antes de retornar ao assunto principal dessa coluna.
Em tempos modernos, o cuidado com o produto futebol e com a sua imagem é cada vez maior, por parte de produtores e de quem se envolve na transmissão de campeonatos. Há a preocupação com o que é vendido e isso fica extremamente claro na Premier League, na Champions League e, mais recentemente, na Major League Soccer, que são campeonatos profissionais que privilegiam o consumidor, no caso, o público.
Na Premier League isso não é diferente, com ingressos caros, torcidas frias e o tradicional Matchday. Obviamente isso não é de todo ruim, afinal estamos falando de entreter pessoas e provocar o consumo delas. Agora, você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com a expulsão de Diego Costa e com o Chelsea, correto?
Pois bem, a atitude de José Mourinho de defender o seu atacante e todo o clima criado no estádio com a expulsão só corroboram para esse tipo de situação ser uma antítese ao futebol moderno. Quem joga ao lado de Diego, compra a briga do atacante e de todo mundo. Afinal, é compreensível que quem não é do mesmo time seja contra o atacante. A minha crítica em relação a essa postura talvez seja a garantia em campo. Se o camisa 19 provocar e fizer gols ou der assistências, tudo bem. Caso contrário, fica pesado defender.
Porém, é importante que situações como essa não cheguem ao patamar de uma vivida por Romário, no Estadual do Rio de Janeiro de 1997. Na ocasião, ele se envolveu em uma briga com o lateral Cafézinho, do Madureira. E não, eu não estou comparando o nosso atacante com o eterno Baixinho. Estou apenas comparando a situação, afinal, os estilos são parecidos.
Não será a última vez que veremos Diego Costa se envolver em uma confusão, contudo, em tempos modernos de selfies nos estádios, cerveja em camarotes e todo mundo sentado em seu lugar marcado, uma polêmica não faz mal a ninguém.
Sem explicação: A saída de Kevin de Bruyne do Chelsea é algo que eu nunca vou digerir, ainda mais com ele, agora, jogando no City. Entretanto, essa última entrevista em que ele relata que só falou duas vezes com Mourinho mostra um pouco de arrogância por parte do meia belga.
Em tempo: Márcio Canedo trouxe que o projeto do novo Stamford Bridge foi aprovado de maneira preliminar. É muito bom ver isso. Vida longa ao eterno e belo estádio azul!
Dica de amigo: A crônica da vitória contra o Maccabi Tel Aviv feita por Luiza Sá explorou bem alguns pontos da vitória. Vale a sua leitura.
Corneta da semana: John Terry no banco e Gary Cahill titular? Acorda, Mourinho!
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil
