Quando o Chelsea concluiu a negociação, por empréstimo, de Radamel Falcao García as reações de imprensa e dos torcedores dividiram-se. De um lado, posicionaram-se aqueles que acreditam que o colombiano ainda tem tempo de voltar à boa forma dos anos de Atlético de Madrid e Porto, do outro, estavam aqueles que consolidaram sua opinião acerca do futebol de Falcao com base em sua passagem pelo Manchester United. No entanto, algo era certeza unânime: o ex-jogador do Monaco veio para compor o banco de reservas. O que foi pouco pensado foi a possível utilização de Falcao ao lado de Diego Costa, algo que aconteceu, com sucesso, no Atlético de Madrid.
Naquela já distante temporada 2012-2013, o mundo começou a virar seus olhos para Diego, que até então era 100% brasileiro. Demonstrando as características que viriam a consagrá-lo, sua força, mentalidade vencedora, proficiência na área do adversário e constante luta, o jogador apareceu com ótimo desempenho. Atuando ao lado de quem? Falcao García. E com um detalhe a mais: explorando uma faceta que pouco foi vista no Chelsea, sua veia como assistente.
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Naquele ano, Diego atuou pelos flancos do ataque Colchonero, quando Diego Simeone alinhou a equipe no 4-2-3-1, e como atacante de área, em um 4-4-2. Próximo dele, Falcao foi sempre a referência, tendo, até mesmo, sido o capitão do time em algumas ocasiões. O saldo final da parceria foi espetacular e, tristemente, marcou o início da queda de Radamel.
Em 2012-2013, Costa marcou 20 gols e criou impressionantes 15 assistências e Falcao foi às redes 34 vezes, provendo três assistências. Neste ano, com 28 gols, o colombiano só não foi o artilheiro de La Liga devido a existência dos extraterrestres Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
Neste início de temporada, com poucas novidades, o estilo de jogo do Chelsea parece manjado. O que se viu em 2014-2015, em termos táticos, tem se repetido e os adversários dos Blues, por certo, vêm estudando com afinco essa manutenção. Tanto é verdade, que o próprio treinador José Mourinho já sinalizou com a possibilidade de uma mudança de esquema. A pergunta que fica é: mudar o quê?
“Estamos trabalhando em diferentes formações. É algo que precisamos ter como alternativa. Quando você tem atacantes como os que nós temos, por que não jogar com dois? (…) Isso não significa que não possamos começar com a base e a base é o que fizemos na última temporada, em termos de filosofia e modelo de jogo. Entretanto, é importante ter outras alternativas”, disse o português na última semana.
Pode parecer insano sugerir a utilização de dois atacantes de área em uma época “pós-Messi-falso-9”, mas estamos falando de algo que já deu muito certo em um passado recente.
Se o início da atual temporada do setor de criação do clube londrino vem sendo tímido, sobretudo da parte de Eden Hazard, de quem se espera ainda melhores coisas, após o desempenho soberbo da temporada passada, é preciso pensar em algo diferente – talvez algo que ninguém esteja pensando.
Diego Costa e Falcao são conhecidos de longa data e se o colombiano tem treinado tão bem como insistem em revelar seus companheiros e seu comandante, por que não, ao menos, cogitar essa possibilidade? Se há uma alternativa que poderia salvar a carreira de Falcao é essa, uma vez que a responsabilidade de marcar gols não ficaria exclusivamente pairando sobre sua cabeça, o que poderia devolver-lhe a confiança perdida após a grave lesão que o tirou da Copa do Mundo de 2014. Além disso, Diego já mostrou que sabe ser solidário e atuar em parceria com outro centroavante.
É evidente que esse uso não seria válido ou útil em todos os jogos, mas poderia ser uma alternativa para ocasiões específicas. Já imaginou se Diego Costa e Falcao García repetissem a dose de 2012-2013 em 2015-2016?
— Em tempo: o que esperar do grupo do Chelsea na UEFA Champions League?
Ao menos em teoria, o sorteio da Champions foi extremamente generoso com o Chelsea e o Grupo G não deverá trazer grandes complicações para que os azuis de Londres avancem às oitavas de finais.
Os Blues terão pela frente um Porto que tenta repelir um início de supremacia do Benfica em solo nacional, apostando na continuidade de seu treinador, Julen Lopetegui, e que teve como grande reforço o experiente Iker Casillas; um Dinamo de Kiev, que após cinco temporadas ultrapassou o Shakhtar Donetsk e conquistou o Campeonato Ucraniano e cujo destaque maior é o ucraniano Andriy Yarmolenko; e um Maccabi Tel-Aviv campeão israelense e que conta, em seu elenco, com um ex-blue: Tal Ben-Haim.
No entanto, apesar da aparente ausência de grandes obstáculos, o Grupo G terá um ingrediente interessante: o reencontro de José Mourinho com o Porto, clube que o projetou no cenário europeu.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil