Por Jéssica Frota e Maria Akemi
Nessa semana, o Chelsea Women anunciou a contratação de Pernille Harder. A princípio, a polivalente mulher de ataque se tornou a jogadora mais cara na história do futebol. Foram investidos 300 mil libras na ex-atleta do Wolfsburg, que foi eleita, na temporada 2017/2018, a Melhor pela UEFA.
Para quem não conhece a atleta dinamarquesa de 27 anos, Jéssica Frota e Maria Akemi prepararam uma apresentação do quarto (e principal) reforço para a temporada 2020/2021.
Ela iniciou a carreira no futebol em seu país. Profissionalmente, soma passagens por VSK Aarhus (Dinamarca) e Linköpings FC (Suécia). Contudo, ganhou destaque internacional ao vestir as cores do Wolfsburg entre 2017 e 2020. Na Alemanha, Harder conquistou a Bundesliga em todas as temporadas disputadas. Ou seja, quatro títulos nacionais em sequência. O mesmo vale para a Copa da Alemanha: quatro títulos em quatro disputados.
Em contrapartida, as derrotas vieram a nível europeu. Pelo Wolfsburg, Harder soma dois vices na Women’s’ Champions League. Por sinal, esse é o troféu que ela mais deseja conquistar vestindo o azul de Londres. “Esse é o meu maior objetivo, vencer a Champions League. Assinei com o Chelsea porque acredito que nós podemos vencê-la. Essa é a maior prioridade na minha lista e eu realmente acredito que acontecerá em breve”, disse ao site oficial do clube.
Após essa breve introdução, chegou a hora de entender como Harder pode se encaixar na equipe de Emma Hayes. Confira a seguir:
Números da temporada 2019/2020
Inúmeros fatores fazem de Harder merecedora de tamanho investimento à nova temporada na Inglaterra. A dinamarquesa soma inúmeros prêmios individuais e coletivos. Apesar de trazer na sua bagagem uma derrota recente – a final da Liga dos Campeões Feminina no último domingo (30), a nova camisa 23 das Blues possui carreira vitoriosa na Alemanha e Suécia.
Todavia, as láureas de Harder não são o foco do presente tópico. Para quem não a conhece, vamos a um breve resumo do seu desempenho e posições dentro de campo. Em primeiro lugar, a dinamarquesa atuou em 21 jogos da Bundesliga Feminina.
São 1.592 minutos em campo e 27 gols anotados em toda competição (vencida pelo Wolfsburg). Na Liga dos Campeões, ela esteve em todos os sete jogos do clube alemão, somando 527 minutos em campo e balançando as redes por nove vezes.
Harder terminou a temporada 2019/2020 como vice-artilheira da Champions, empatada com Ada Hegerberg e atrás de Viviane Miedema (Arsenal), que marcou 10 gols. Por fim, a nova aquisição de Hayes contribuiu com duas assistências na última UWCL.
Posicionamento Tático
O papel de Raumdeuter ou “intérprete do espaço” é relacionado ao estilo de futebol apresentado por Thomas Müller, a partir de sua excelente compreensão dos espaços no campo e de sua utilização. Embora Harder não se encaixe rigorosamente neste conceito, diversos aspectos de seu jogo refletem o do atacante de Munique.
Assim como Müller, Harder conta com inteligência posicional, sendo extremamente bem-sucedida em encontrar espaços para finalizar. Não à toa, durante a última temporada da Bundesliga, marcou 27 gols em 21 jogos de campeonato.
Além de seu excelente uso do espaço e de sua capacidade de finalização, Harder se destaca por sua criatividade, por seus dribles e pela precisão nos passes. Essas características fazem dela uma jogadora extremamente versátil, capaz de se ajustar à diferentes esquemas táticos.
Reflexo disso foi sua passagem pelo Wolfsburg, onde atuou como atacante e segunda atacante em um 4-4-2 e como meia-atacante em um 4-2-3-1. Ao longo dos anos na Alemanha, sua versatilidade deu “carta branca” para atuar como desejava. Em uma mesma partida, pode facilmente, ir como ponta e mulher de criação. Caso necessário, funciona também como uma falso nove.
Sem a posse de bola, Harder continua a desempenhar papel importante, seja pressionando as zagueiras adversárias, seja preenchendo lacunas no meio-campo para evitar a troca de passes pelo time de oposição. Uma das atletas mais talentosas da sua geração (anos 90), Harder é o tipo de atleta com perfil típico do Chelsea Women: adapta-se em qualquer esquema tático.