Após uma vitória necessária em casa, contra o Lille, o Chelsea se garantiu no mata-mata da Champions League. Com isso, os Blues irão enfrentar o Bayern de Munique nas oitavas de final da Liga dos Campeões.
No entanto, a equipe não aproveitou o momento e foi derrotada pelo Bournemouth, em mais uma partida em que o setor ofensivo esteve pouco inspirado. No momento, essa é a pegada da equipe, incapaz de embalar bons resultados.
Primeiro Tempo: Prognóstico na Champions League
Quando os grupos foram sorteados, foi antecipado que a disputa seria acirrada e todos os times possuíam chances reais de classificação. Nenhum time despontou como favorito ao longo do torneio, deixando dessa forma a decisão- três equipes podendo classificar na rodada final.
De todos os jogos dos Blues, o duelo de ida contra o Valência foi o mais frustrante. Barkley teve a oportunidade de igualar o placar, mas desperdiçou a penalidade nos minutos finais. O ponto deixado em Stamford Brigde custou caro. Com ele, seríamos líderes do grupo e enfrentaríamos a Atalanta, adversário bem mais acessível do que o Bayern.
No entanto, mesmo com muitos jovens, o time se mostrou valente, conseguiu o objetivo e avançou. A virada de chave foi contra o Ajax, em Londres. Perdendo por 3 a 1 até dez minutos do segundo tempo, os jogadores aproveitaram a vantagem numérica e por pouco a vitória não veio. O empate não foi fundamental para recolocar o Chelsea na briga.
Dessa forma, o time foi sorteado para enfrentar novamente o Bayern. Contra os bávaros, o retrospecto é de uma vitória para cada lado e dois empates. No entanto, fica na memória de todos os torcedores a final de 2012, na qual o Chelsea sagrou-se campeão europeu.
Analisando o momento de ambas equipes na temporada, devemos ter um confronto equilibrado. Se no papel os alemães possuem nomes de peso, no campo a situação não é das melhores. A equipe vêm sofrendo com lesões, principalmente no setor defensivo. Dessa forma, não estabelece um entrosamento necessário.
Atrelado a isso está a inconstância na temporada. Aplicam um 7 a 1 no Tottenham mas são derrotados em casa pelo Bayern Leverkusen. O time do interino Hans Franz-Flick é muito dependente de atuações individuais, principalmente de seu camisa 9, Robert Lewandowski.
Porém, nas noites de Champions, os alemães não mostram sinais de fraqueza. O Bayern teve a melhor campanha da história na fase de grupos e o melhor ataque da Champions até o momento. Não só isso, até a hora do duelo, os bávaros deverão ter um novo comandante. Pocchetino está entre os candidatos.
Ida: Stamford Brigde, 25/02/2020
Volta: Allianz Arena, 18/03/2020.
Segundo Tempo: Qual é o verdadeiro problema?
Nos últimos sete jogos, o Chelsea sofreu pelo menos um gol em todos. Não só isso, foram quatro derrotas para times que, em tese, os Blues deveriam obter resultados positivos.
Não fomos capazes de vencer o West Ham em nossos domínios, que vinha de sete derrotas em dez jogos. O Everton, sem Marco Silva e com uma vitória em dez jogos também nos venceu. E agora, o revés mais recente foi para o Bournemouth em casa, que vinha de cinco derrotas consecutivas.
Os números defensivos não são animadores. Entretanto, Rudiger atuou nos últimos jogos e dá indícios que pode elevar a qualidade de seus companheiros.
A deficiência do momento é a criação de jogadas, especialmente contra times que jogam com linhas baixas, esperando o contra-ataque.
O primeiro sinal veio contra o City. Por mais que os londrinos controlassem por mais tempo a posse, os Citizens deram a bola para o Chelsea e se aproveitavam dos espaços deixados pela equipe. Dado o nível técnico dos comandados de Guardiola, todos os chutes contra a meta de Kepa representaram uma ameaça.
A falta de sincronia nas transições ofensivas é o calcanhar de Aquiles do time. Nos últimos sete jogos, foram marcados oito gols. Olhando mais para trás, em mais sete jogos, os Blues fizeram 15 gols.
Devido a qualidade dos atletas, Lamps não foi capaz de definir se prefere um time com três meio-campistas mais completos ou usar a criatividade e talento de Mount, jogador com maior poder de decisão que Kanté, Jorginho e Kovacic. Portanto, a queda vertiginosa na produção ofensiva do time se deve pela ausência de padrão de jogo e um rendimento abaixo do esperado, tanto coletivamente quanto individualmente.
Vale ressaltar que a produção de Mount sofreu uma queda. A tomada de decisões do garoto ainda não é das melhores, assim como a de Hudson-Odoi, outro que está em baixa no momento.
Dadas as recentes entrevistas do treinador, o setor criativo deve ser o foco na próxima janelas de transferências. Contudo, não será a vinda de novos jogadores que afastará o mau momento, e sim deixar a apatia e de lado e ser mais elétrico em campo.
Prorrogação: Calendário lotado
Como explicar uma variação de atuações e resultados tão grande após um início promissor? Um dos fatores é o ritmo frenético imposto aos clubes ingleses durante dezembro e janeiro.
Desde o dia 30 de novembro, o Chelsea teve cinco jogos em catorze dias. Não só o desgaste físico aumentou, como também a rotatividade do elenco. Durante esse período, Lampard usou a mesma escalação apenas uma vez.
Com a chegada do Boxing Day, o ritmo não vai parar. Serão 6 partidas em 21 dias. Aproximadamente um jogo a cada três dias. Dois deles fundamentais, sendo duelos diretos contra Tottenham e Arsenal, todos postulantes ao quarto lugar no Campeonato Inglês.
Se o torcedor pensa que após esse tempo teremos uma trégua, está enganado. Antes do confronto contra o Bayern, o Chelsea terá pela frente Arsenal, Leicester, Manchester United e Spurs, nessa ordem. Os resultados dessas partidas irão selar o futuro da equipe para a próxima temporada, tendo em vista que todos estão brigando por vaga na próxima Champions.
Vale lembrar que, embora tenha feito boas atuações, o Chelsea ainda não venceu equipes do chamado “Big Six“. Daqui em diante, a vida de Lampard não será fácil. Maratona de jogos importantes colocarão à prova a habilidade do técnico em gerir não apenas o elenco, como também o ânimo da torcida.