Frustração. Talvez esse seja o sentimento que impere no momento entre os torcedores do Chelsea. Lampejos de ótimos momentos contrastam com uma falta de resultados preocupantes neste início de trabalho para Frank Lampard.
Se por um lado a torcida festeja os jovens que entram e correspondem em campo, os adeptos não estão satisfeitos com os resultados negativos neste início de Premier League. A equipe está em 11° lugar com cinco pontos, cedendo dois empates em casa.
O Terceiro Tempo de hoje irá expor o que deve ser melhorado e exaltar pontos positivos.
Primeiro Tempo: Até quando, defesa?
Já passamos da quarta rodada do Campeonato Inglês e os Blues possuem a 2ª pior defesa da liga, com nove gols sofridos. Isto com apenas um duelo contra equipes do “Big Six”. O número é alarmante.
Este é um ponto importante: Sofrer contra times menores. Diante do Norwich e Sheffield United, recém-promovidos, foram dois gols em cada partida. Isto é inaceitável para um time poderoso como o nosso. Se a ambição do clube é garantir um lugar na próxima Champions League, não devemos sofrer desta maneira contra equipes da parte de baixo da tabela.
Ainda sobre a defesa, alguns jogadores não estão correspondendo. Azpilicueta encabeça a lista, falhando demasiadamente em momentos capitais. No empate do último domingo (1), o espanhol perdeu a bola 20 vezes, três vezes mais do que qualquer jogador em campo. Não bastasse isso, ele foi facilmente driblado em ambos gols.
Zouma se recuperou da atuação vexatória contra o United, mas não transmite confiança e parece estar sem entrosamento com Christensen. A equipe sente demais a ausência de Rudiger, que deve voltar após a pausa dos jogos internacionais.
Entretanto, a sensação ao assistir aos jogos é que as falhas ocorrem devido ao sistema, e não por falhas individuais. Na maioria dos gols cedidos, os adversários se aproveitam do espaço entre meio-campo e defesa. Claro que a qualidade do atleta é importante para impedir um gol, mas os jogadores estão mal-posicionados nos lances. A equipe precisa ser compacta e ceder menos espaços.
Por outro lado, Emerson vem ganhando destaque e merece ser elogiado. Com bons números de desarmes (quinto na liga), o ítalo-brasileiro encontrou confiança e é o dono do lado esquerdo.
Segundo Tempo: Mount-Abraham promete!
Os cinco gols na Premier League dos Blues sob o comando de Frank Lampard foram marcados por jogadores da base: Mason Mount e Tammy Abraham.
Ainda é cedo para concluir, mas o atacante dá indícios de ótimo futebol. Desde a saída de Diego Costa, nenhum centroavante que pisou em Stamford Bridge conseguiu reproduzir os números do espanhol e agradar a torcida. Ao contrário dos demais, Abraham mostra uma personalidade que o coloca acima dos demais. O inglês esbanja confiança e com Lamps, seu jogo tende a melhorar.
“Estou encantado com ele. Tammy possui uma excelente atitude nos treinos, com vontade de marcar gols. Eu e a equipe técnica estamos trabalhando para que ele evolua em pequenos aspectos de seu jogo no qual ele pode melhorar. Ele tem sido muito receptivo com isso”.
Por ser criado no clube, a empatia dele com a torcida é ainda maior. Todos torcem para o sucessos dos garotos locais, e ele parece estar aproveitando este momento: ” Quando eu fiz os gols, olhei ao redor do estádio e disse ‘wow’. Não conseguia acreditar. Para uma criança que cresceu no clube, eles sempre me motivaram para chegar no elenco principal, e agora estou aqui eles estão ao meu lado. Espero vencer os próximos jogos por eles.” Disse o rapaz autor dos gols na última partida.
O mesmo vale para Mount, que se reencontrou com Lampard e merecidamente foi chamado para atuar na equipe principal da Inglaterra.
Com um chute poderoso, toque refinado e vigor físico para pressionar os adversários, fica fácil entender como ele vem funcionando no esquema do técnico e ganhou a vaga de Barkley no time.
Prorrogação: A mentalidade durante os jogos
Como prometido desde o início, o técnico introduziu de vez a filosofia de testar e confiar nos jovens da base. Contra o Sheffield, a equipe teve a menor média de idade do clube na história da Premier League. Questionado sobre a relação disso com o resultado, ele foi contundente: “Eu não ligo para isso. Não vejo relação com o resultado.”
Embora estejam produzindo bem, são atletas com pouca experiência e bagagem, sem o conhecimento de como administrar um placar favorável. Esta é a consequência negativa em ter um elenco tão jovem.
Se por um lado finalmente estamos vendo jogadores da base com protagonismo na equipe principal, os resultados não agradam.
Com a volta de jogadores importante como Kanté, Rudiger e Willian após esta pausa, devemos ver um equilíbrio entre jogadores jovens e experiente. Tais atletas são fundamentais controlar os nervos. Veremos se Lamaprd fará os ajustes necessários e como a equipe irá se comportar numa sequência complicada que se encaminha.
14 de Setembro- Wolves X Chelsea: Premier League17 de Setembro- Chelsea X Valência: Champions League
22 de Setembro- Chelsea X Liverpool: Premier League