Terceiro tempo: A vitória foi boa, o retrospecto preocupa e os jovens pedem passagem

Depois de um desafio superado pós Data FIFA, o Chelsea precisava vencer em casa. Venceu. Porém, a sina do Chelsea tem sido decepcionar quando parece que vai engrenar. O que esperar do restante da temporada?

Além disso, as dúvidas permanecem mesmo depois que a temporada acabar. Como será 2019/20? Sarri fica? E Hazard? O Chelsea poderá contratar? Prepare sua calculadora de apostas pois é impossível responder essas questões agora, mas é necessário preparar o terreno para qualquer situação que aconteça.

Nesse Terceiro Tempo, vamos fazer um resumo do que foi a última partida do Chelsea, discutir seu retrospecto na temporada, levantar os problemas enfrentados pelo time quando se trata de emplacar uma sequência de vitórias na Premier League e pensar em uma possível solução para um cenário negativo no futuro.

1º Tempo: Cada vitória é fundamental, a última não foi diferente

Hazard foi o dono de mais uma excelente exibição (Foto: Twitter ChelseaFC_Pt)

No meio da semana, mais precisamente dia 3 de abril, o Chelsea tinha um adversário da parte de baixo da tabela, jogo em Stamford Bridge. Uma tarefa teoricamente tranquila, mas na Premier League, e principalmente nessa temporada, é praticamente impossível cravar qualquer resultado dos Blues, que oscilam bastante durante toda a campanha.

Quem assistiu à vitória do Chelsea por 3×0 contra o Brighton, conseguiu extrair coisas bastante animadoras do time e do treinador.

Para começar, a escalação. Um time bem parecido com o que grande parte dos torcedores diz ser o ideal. Quem tem a oportunidade de seguir alguns perfis de apoiadores do Chelsea no Twitter, ou faz parte de grupos de fãs no Whatsapp, viu que a comemoração começou assim que a equipe que entraria em campo foi divulgada. Sarri escolheu esses onze iniciais:

Hudson-Odoi fez sua estreia como titular na Premier League (Foto: Twitter ChelseaFC_Pt)

O time escolhido agradou tantos torcedores porque contou com jovens que vem pedindo passagem no time titular, como Christensen, Loftus-Cheek e Hudson-Odoi. E eles não decepcionaram. O zagueiro ajudou o time a sair de campo sem sofrer gols, o meia fez um lindo gol, chutando de fora da área, e o atacante, que fazia seu primeiro jogo começando entre os onze, deu a assistência para Giroud abrir o placar.

Outras duas boas surpresas foram Giroud e Emerson Palmieri. Esses não são unanimidade na torcida, mas o francês é o artilheiro do time na Europa League e merecia voltar a começar jogos na Premier League, enquanto o ítalo-brasileiro tem como concorrente um Marcos Alonso que faz uma temporada muito ruim.

O segundo aspecto a ser destacado, foi o domínio de jogo do Chelsea sendo convertido em oportunidades e gols. Durante toda a campanha, a torcida acompanhou vários jogos nos quais o time tinha a bola durante quase toda a partida, mas sem conseguir criar muitas chances.

Para ilustrar, em 32 partidas na Premier League, o Chelsea completou 22.011 passes, com média de 688 por jogo. Só o Jorginho, completou 2.752, o líder nesse fundamento em todo o campeonato.

Mas nesse jogo, o Chelsea criou muito. Com Odoi de um lado e Hazard do outro, dando muito trabalho para a defesa adversária, os Blues finalizaram 17 vezes.

Domínio do Chelsea em todas as estatísticas do jogo [Dados: Google]

Concluindo, foi uma partida dos sonhos para a torcida do Chelsea, que fez um 3×0 categórico e dominou todas as estatísticas, jogando um futebol bonito e com os jogadores que os torcedores gostam correspondendo à altura a chance que os foi dada.

Segundo tempo: A continuidade é a chave, a inconsistência é um obstáculo grande

Sarri tem difícil missão para o fim da temporada (Foto: Reprodução)

Depois de animar o torcedor com o resumo de um dos melhores jogos do Chelsea na temporada, é necessário voltar a colocar os pés no chão.

O Chelsea de Maurizio Sarri é um time muito inconstante. Talvez por ainda não entender e conseguir aplicar totalmente a filosofia do italiano em campo. Ou por erros do próprio treinador. Pode ser um problema do elenco, que não é forte o suficiente. É possível que seja até todos esses problemas somados. Mas a verdade é que, para jogar a Champions League na próxima temporada, os Blues precisam de uma sequência positiva, com uma constância que só foi vista nos primeiros 5 jogos do campeonato inglês.

O Chelsea venceu os cinco primeiros jogos da Premier League, mas ficou invicto durante 12 rodadas. Porém, os empates não interessam mais a um clube que briga ponto a ponto com Arsenal, Manchester United e Tottenham, por apenas duas vagas entre os 4 primeiros, uma vez que Liverpool e Manchester City já estão praticamente estabelecidos como os dois primeiros colocados no campeonato.

Com a derrota do Arsenal para o Everton nesse domingo (07/04), a tabela de momento está assim:

Apenas 3 pontos separam o 3º do 6º colocado no momento (Dados: Premier League)

Portanto, faltando apenas 6 rodadas, apenas as vitórias interessam para depender somente dos próprios esforços. Lembrando que, o saldo de gols também passa a ser valioso demais, pois pode ser o critério de desempate para decidir quem jogará a Champions League e quem fica fora.

Cobrar que o Chelsea vença todas até o final é complicado. O time ainda não conseguiu vencer 6 partidas seguidas nessa Premier League. A maior sequência foi a de 5 jogos, já mencionada.

Depois da sequência inicial, o máximo que o time conseguiu foi vencer 2 jogos consecutivos. E é isso que preocupa os fãs. Comemorar uma boa vitória não traz mais aquela sensação de que o time vai engrenar. A expectativa vem sendo quebrada inúmeras vezes.

Exemplos são inúmeros, como quando o Chelsea venceu o Manchester City em Stamford Bridge por 2×0, e depois foi derrotado por 1×0 pelo Leicester, também jogando em casa.

Para confiar em uma boa sequência, a torcida precisa deixar um pouco de lado o padrão que o time vem seguindo na temporada, e acreditar que “dessa vez vai ser diferente”.

Acréscimos: A era dos jovens chegou?

Ruben Loftus-Cheek é uma ótima alternativa para compor o meio campo do Chelsea (Foto: Twitter ChelseaFC_Pt)

Para começar, tente achar o padrão dessa lista:

  • Kepa Arrizabalaga
  • Andreas Christensen
  • Kurt Zouma*
  • Ethan Ampadu
  • Reece James*
  • Emerson Palmieri
  • Ruben Loftus-Cheek
  • Tiemoué Bakayoko*
  • Mason Mount*
  • Callum Hudson-Odoi
  • Kenedy*
  • Christian Pulisic*
  • Tammy Abraham*

São todos bons jogadores que pertencem ao Chelsea e tem menos de 24 anos. Ainda faltam alguns nessa lista, mas a ideia era citar os melhores (na opinião do autor).

Alguns deles estão emprestados, outros deles já integram o elenco. O asterisco serviu pra mostrar essa diferença. Muitos já foram testados pelos Blues, poucos esperam sua primeira chance.

Porém, qual a relevância de buscar uma lista como essa agora?

A resposta é simples: renovação no elenco.

Com uma punição imposta pela FIFA, na qual o Chelsea ficará duas janelas sem poder contratar jogadores, a única forma de renovar e reforçar o time, é buscando bons jogadores jovens que já são do clube, e dando tempo de jogo para eles.

O Chelsea tem uma base vitoriosa, a Inglaterra vem revelando ótimos jogadores recentemente, e muitos torcedores já prestam atenção em jogadores como Mason Mount e Reece James, que vem se destacando na temporada e nunca vestiram a camisa dos Blues em partidas oficiais.

No pior cenário possível, perdendo Eden Hazard e sem poder contratar, o Chelsea precisa repensar sua filosofia e aproveitar para renovar um elenco que já tem a mesma base há um tempo. E dar chances aos jovens pode trazer um retorno bem positivo.

Category: Conteúdos Especiais

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Article by: Victor Rosa

Jornalista e viúvo de Eden Michael Hazard.